Um diagnóstico completo das 44 Unidades Básicas de Saúde de Criciúma foi realizado pela Unesc com a intenção de avaliar pontos fortes e questões a serem melhoradas em cada uma delas. O trabalho, comandado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) e pelo Programa de Residência Multidisciplinar, foi colocado em prática por 36 residentes da Universidade sob a coordenação das professoras pesquisadoras Vanessa Iribarrem Avena Miranda e Lisiane Tuon ao longo de 15 dias de pesquisa de campo. O resultado completo do estudo já está nas mãos da Secretaria de Saúde de Criciúma para análise e definição de estratégias de resolução das questões apontadas a partir dos dados coletados.
Conforme Vanessa, a pesquisa foi realizada a partir da aplicação de questionários com foco em três pontos principais de avaliação: os profissionais atuantes nas UBS, a estrutura física e os usuários dos serviços. “Os próprios residentes que atuam nas Unidades de Saúde foram os responsáveis por aplicar os questionários ao longo de 15 dias. Por se tratar de um momento de pandemia a atuação dos profissionais residentes que já está no dia a dia da Unidade foi um dos diferenciais possibilitados pela Universidade, já que não foi necessária a integração de pessoas de fora do grupo. Essa foi mais uma forma de colaborarmos enquanto Universidade Comunitária, buscando soluções para a comunidade”, salienta a professora, epidemiologista responsável pela metodologia do estudo.
Os principais indicadores obtidos por meio da pesquisa foram apresentados ao secretário de Saúde, Acélio Casagrande, e membros da equipe da pasta que, de acordo com a professora, já demonstraram interesse em repetir o diagnóstico em 2022 para fazer a comparação dos dados. “São indicadores importantes que demonstram o cenário atual do serviço de saúde do Município. Temos a convicção de que uma pesquisa como essa é primordial na identificação de necessidades para as melhorias que cada espaço aponta”, reitera Lisiane.
A proposta da pesquisa, para o gerente da UBS do bairro Santa Augusta, Rafael Martinelli, é de grande valia para a evolução dos serviços prestados. “É muito interessante que pessoas qualificadas façam essa visita para a pesquisa, pois nos oferecem uma visão de fora, avaliam os pontos a melhorar e nos oferecem a oportunidade de evoluir”, aponta.
Para a moradora do bairro, Maria Pereira, foi um prazer participar de um projeto que tem como foco a melhoria dos serviços. “Estou agradecida por essa oportunidade. Temos aqui um atendimento muito bom. São profissionais excelentes sempre dispostos a atender bem quando precisamos”, acrescentou.
Dados apresentados
A equipe comandada pelas professoras Vanessa e Lisiane reuniu os dados e formulou um relatório com o compilado das respostas obtidas, destacando aspectos de maior relevância entre as respostas. No que diz respeito à acessibilidade, por exemplo, a maioria dos entrevistados nas Unidades relatou que os corredores são adaptados para cadeira de rodas, totalizando 76,7% dos entrevistados, e considerou que todas as portas têm larguras ideais e são adaptadas com rampas, resposta de 69,8% dos participantes.
Entre os aspectos apontados no relatório como necessários a melhorar está a disponibilidade de material impresso para utilização da comunidade, especialmente as cadernetas de uso da criança, da pessoa e idosa e do adolescente.
Na análise dos dados dos usuários dos serviços de saúde, conforme o relatório, o índice de desempregados também chamou a atenção, assim como a renda familiar mensal, na qual a maioria dos 173 entrevistados está enquadrada entre 1 e 3 salários mínimos.
A partir do serviço oferecido para o município de Criciúma novos contatos para a possível aplicação da pesquisa em outros municípios já foram realizados. Os interessados em saber mais sobre o diagnóstico realizado pelo PPGSCol e pela Residência Multiprofissional podem entrar em contato por meio do telefone (48) 3431-4572.