A importância do falar e do ser ouvido pautou as discussões de um encontro entre a equipe do Centro Especializado em Reabilitação da Unesc (CER) e do Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde (Nuprevips), nesta quinta-feira (20/5). A iniciativa faz parte de uma série de três reuniões, com o objetivo de esclarecer dúvidas dos profissionais do CER a respeito dos procedimentos corretos a serem feitos para detectar possíveis vítimas de violências entre os pacientes atendidos, além do acolhimento a estas pessoas e a notificação aos órgãos competentes.
O Nuprevips é um serviço realizado por meio da parceria entre Unesc e prefeitura de Criciúma que presta assistência às crianças, adolescentes, adultos e idosos vítimas de qualquer tipo de violência: sexual, psicológica/moral, financeira/econômica, institucional, negligência, física, trabalho infantil, tortura, tráfico de seres humanos, suicídio e bullying. O CER atua na reabilitação de pessoas com deficiência física e também no fechamento de diagnóstico da deficiência intelectual, atendendo toda a região de Criciúma e de Araranguá. O serviço é oferecido por meio de uma parceria entre Ministério da Saúde, prefeitura e Unesc.
A assistente social do CER, Priscila Schacht Cardozo, explica que a ideia das capacitações com o Nuprevips surgiu a partir de uma observação da equipe multiprofissional do CER do aumento no número de relatos de pacientes a respeito de violências provocadas por outras pessoas ou mesmo ideação suicida. “Convidamos as profissionais do Nuprevips para falar em três encontros, sobre assuntos como os tipos de violências, como se notificam e a importância da notificação, pois temos percebido que entre a população com deficiência o índice de violências tem aumentado. Está sendo uma troca muito rica. A equipe do Nuprevips pode escutar os nossos anseios e nos orientar como proceder. Isso ajuda a qualificar ainda mais o serviço oferecido pelo CER para a comunidade”, afirma Priscila.
A assistente social do Nuprevips, Andréa Vieira da Silva, conta que no primeiro encontro, em 13 de maio, foi abordado o trabalho do Núcleo e do CER e o tema do segundo momento das capacitações foi escolhido ao longo deste primeiro contato. “Durante o primeiro encontro, os profissionais do CER nos trouxeram essa angústia de lidar com a pessoa em sofrimento psíquico e ideação suicida e por hoje, no segundo encontro, abordamos a violência autoprovocada. No encontro da próxima quinta-feira (27/5), vamos falar das outras violências, as interpessoais e da importância da notificação, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), vinculado ao Ministério da Saúde”, comenta Andréa.
A psicóloga do Nuprevips, Paola Rodegheri Galeli, explica que quando os profissionais de saúde do município verificam que um paciente está sendo vítima de violência provocada por outra pessoa ou por ele próprio, devem preencher a notificação do Sinan. Estimulamos muito esta questão do ouvir, do acolher e do estabelecer uma conexão com o outro de cuidado, de o paciente saber que ele tem no profissional alguém que pode contar. A partir disso o profissional deve fazer a notificação. Ela traz todo o processo de acompanhamento e garantia de acesso aos serviços dentro da rede. Por isso sempre sensibilizamos o olhar dos profissionais a respeito das violências.
De portas abertas
Para acessar o Nuprevips, há duas maneiras: encaminhamento por serviço de saúde do município ou contato direto do paciente. “O Nuprevips é um serviço de portas abertas. A pessoa pode ligar e agendar um acolhimento. Vamos recebê-la, conversar e ver qual a necessidade de atendimento que ela tem”, afirma Paola.
Para entrar em contato com o Nuprevips, basta ligar para o telefone (48) 3431-2764, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 18 horas. O serviço funciona nas Clínicas Integradas da Unesc.