A mais pura e democrática troca de conhecimentos: assim foi a noite desta segunda-feira (19/4) no encontro virtual promovido pela Unesc com a temática central “Cultura Guarani Mbyá: Identidade e Ancestralidade na Arte”. Na oportunidade, o integrante da Aldeia Tekoá Marangatu, Fabiano Alves, conhecido como Karai, mestrando do PPGCA Unesc compartilhou destaques da cultura e do dia a dia da aldeia, sendo sucedido por informações levantadas pelo doutorando em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental no PPGPlan/UDESC, pesquisador associado ao Neab/Udesc, indigenista e membro do Observatório Indigenista, Nuno Nunes.
O encontro, promovido pelo Núcleo de Estudos Étnico-raciais, Afro-brasileiros, Indígenas e de Minorias (NEABI), com a parceria do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), Programa de Relações Colaborativas e Valorização Humana (Âmago), e Comissão do Meio Ambiente e Valores Humanos (Comavh) da Universidade foi mediado pelo membro do Neab e do PPGCA, Juliano Bitencourt Campos e pelo coordenador do programa Âmago, João Alberto Ramos Batanolli. Recepcionaram ainda os participantes, o coordenador do Comavh, Carlyle Bezerra de Menezes, e a coordenadora do Neab, Normélia Ondina Lalau de Farias.
Para Normélia, a temática levantada na data que celebrada no calendário nacional como “Dia do índio”, é de extrema importância e colabora desmistificando a figura do índio como folclore e o mostrando enquanto ser humano que é, que faz parte da história. “Deixamos nossos agradecimentos aos que aceitaram compartilhar conosco seus saberes, conhecimentos, suas ancestralidades, de forma que conseguimos ampliar o debate e demonstrar que a academia é lugar de construção e reconstrução de saberes”, acrescentou.
Além de refletir com o grupo sobre as lutas dos povos nativos, as distorções históricas e opiniões acerca deste cenário, o convidado Nuno respondeu também, junto dos demais participantes, questionamentos enviados pelos espectadores no canal da Unesc TV, no Youtube.
Sobre o momento atual da cultura indígena e seus povos no Brasil, conforme ele, é possível resumir como “resistência”. “Resistência para continuar existindo. Todos os dias. Resistência contra continuidade dessa colonização que destrói ao invés de criar e ocupa os territórios que os povos nativos precisam para continuar a criação. É como uma guerra de ocupação territorial”, comentou.
As reflexões provocadas, questionamentos feitos e conhecimentos compartilhados no encontro podem ser acessados no link:
Aldeia precisa de ajuda
A comunidade Mbya-guarani, que preserva as tradições indígenas no Sul do Estado, enfrenta momentos difíceis para alimentar aproximadamente 300 pessoas, já que diante da pandemia o grupo não pode sair para fazer a venda do artesanato, principal fonte de renda até então.
Para colaborar para a melhoria este cenário, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Neab organizaram uma campanha com pontos de coleta na sede do DCE (Bloco Z), no hall do Bloco Administrativo e na entrada do Bloco S. A arrecadação segue até quinta-feira (22/4).
Mais informações sobre a campanha podem ser obtidas com a acadêmica e membro do Diretório, Mariana Faraco, no telefone (48) 9909-2138.