Acadêmicos do curso de Engenharia Mecânica da Unesc aceitaram o desafio e, tal como os participantes dos programas “Joias sobre Rodas” e “Overhaulin”, transmitidos no Brasil pelo Discovery Channel, recuperaram um CHT 1.6 à álcool, um clássico dos motores à combustão. Trabalhando em equipe, reformaram do zero o motor antigo de automóvel, fazendo ele voltar a funcionar. Os conhecimentos obtidos em sala de aula foram colocados em prática ao longo do último semestre, no Laboratório de Protótipos do Instituto de Engenharia e Tecnologia (IDT), localizado no Parque Científico e Tecnológico da Unesc (Iparque).
A atividade foi desenvolvida na disciplina de Motores à Combustão e envolveu estudantes da oitava fase do curso. O grupo, formado pelos acadêmicos Ezequiel Guilherme, Geovane Nazário, Guilherme Rosário, Halison Pereira, Gustavo Vieira, Helen Borges, Igor Nowasck, Ismael Marchesini, Jorge Schau, Leonardo Reis, Lucas Borges, Lucas Nesi, Mateus Cairã, Robson Adriano e Votan Coelho foi orientado pelo professor da disciplina, Guilherme Pickler.
O professor afirma que o motor, obtido em um ferro velho, tinha muitas peças faltantes como alternador, cabos de vela, vela, filtro de óleo, corrente, radiador e bateria, e outras, com muito desgaste, como camisas e bomba d’água. Fazer o equipamento funcionar novamente exigiu bastante dos futuros engenheiros mecânicos, que precisaram colocar em prática conhecimentos como os de fabricação mecânica, metrologia, usinagem, elétrica e gestão.
Pickler conta que em 2016, a Universidade adquiriu o motor com o objetivo de apresentar aos alunos e mostrar um pouco do que é ensinado em sala de aula na disciplina de Motores à Combustão Interna. Foi a partir daí que surgiu a ideia de desafiar os alunos a consertarem o equipamento. “Ele é um CHT 1.6 à álcool, utilizado na década de 1980 em motores de carros como Corcel, Del Rey, Belina, Escort e Pampa. Ao longo dos anos, foi solicitado aos alunos da disciplina que trabalhassem no motor. Em um semestre foi feita a base, em outro fez-se a análise das peças faltantes e outros semestres analisaram o ciclo teórico de funcionamento montando e desmontado o motor até concluir a reforma”, comenta.
Todo o trabalho foi desenvolvido em um ano atípico e o grupo teve que criar formas para driblar as dificuldades impostas pela pandemia e adaptar a atividade. Mas por meio do trabalho em equipe, os acadêmicos superaram os desafios. “Concluímos que, mesmo com os parâmetros bem definidos de um projeto clássico como é o caso do CHT, cada ajuste é determinante para operar de forma sistêmica, tanto em termos termodinâmicos como em termos de mecanismos e movimentos. Conseguimos atender aos requisitos de funcionamento sem colocar em risco a vida útil e garantir que uma máquina térmica não falhe e deixe seu usuário/operador na mão”, afirma o aluno Guilherme Rosário.
Durante a atividade em 2020, os alunos do curso tiveram que apresentar um relatório técnico sobre o processo de recondicionamento do motor e o equipamento funcionando em boas condições, sem vazamentos ou vibrações excessivas. O resultado foi fantástico! Além de proporcionar conhecimento prático para os alunos deste semestre, teremos um motor completo para apresentar para os próximos alunos da disciplina. É um legado que será passado para muitas turmas da Engenharia Mecânica da Unesc. Acredito ainda que todos puderam aprender um pouco mais sobre trabalho em equipe, tão essencial no mercado de trabalho, salienta o professor da Universidade.