Os debates e reflexões da primeira etapa de elaboração do Plano de Desenvolvimento da Amrec chegaram ao município de Urussanga. Na manhã desta quarta-feira (19/8), um encontro virtual ocorreu entre lideranças política e econômicas e comunidade de Urussanga e a equipe da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave). Durante a reunião foram elencados os desafios, as potencialidades e os sonhos para o Sul do Estado e para o município.
O objetivo do plano estratégico é levantar o que é necessário para que a região e os municípios tenham um desenvolvimento socioeconômico até 2030. Nesta primeira etapa, que teve início semana passada, 12 municípios poderão colaborar na construção do plano regional.
Confira o que os participantes da reunião elencaram sobre Urussanga:
Dificuldades/desafios
Acesso e plano diretor: anel viário é necessidade para o município (facilitação de acesso à cidade); plano diretor – a cidade tem muitas áreas preservadas e rios que a cortam, então é um desafio o desenvolvimento do plano com sustentabilidade.
Turismo: falta consciência do potencial turístico; direcionar melhor o planejamento para o turismo; interconexão entre os potenciais turísticos do município com os da região; raízes culturais enfraquecidas e que precisam ser resgatadas; alguns casarões precisam ser melhor conservados; estação ferroviária precisa ser melhor desenvolvida; necessidade de uma política pública para cultura articulada com a política do turismo; os jovens estão se afastando das questões culturais; espaços públicos precisam ser melhor estruturados para exploração turística e enfraquecimento do Núcleo do Turismo.
Desenvolvimento da cidade: maior integração da atividade econômica local com as demais regiões; maior integração das entidades associativas regionais Amrec, Amesc e Amurel; energia elétrica cara; incentivos fiscais para o desenvolvimento econômico; implantar projeto que facilite o trâmite burocrático, principalmente na área industrial; incentivar a compra no comércio local; diferença de alíquotas ISS entre as cidades; ampliar a pluralidade econômica, expandir os negócios e ampliar a diversidade de produção.
Potencialidades
Turismo: eventos, turismo de negócios, turismo ferroviário, arsenal cultural das Colônias Italianas; turismo rural, turismo ecológico e turismo cultural.
Economia: boa localização geográfica rota do Rio do Rastro; energia térmica; atração de empresas e serviços; comércio; pacto da Amrec para aproveitamento do potencial turístico; agricultura e fruticultura; mão de obra qualificada, economia mista.
A cidade oferece: acesso à cultura e à educação; produtos coloniais; segurança – baixo índice de criminalidade; cidade pequena – qualidade de vida e potencial turístico.
Sonhos para o município
Infraestrutura: água x exploração do subsolo; investimento em saúde; maior investimento em infraestrutura interna (pavimentação); integração do transporte coletivo que ligue o Balneário Rincão à Lauro Müller; escoamento inteligente; investir em malhas modernas; utilização de trem; porto seco; desenho urbano mais moderno, mas conectado com gestão de recursos naturais, ciclovias e educação modular (cidades inteligentes); centro de distribuição de insumos para a Serra; geração de energia termoelétrica – aproveitamento de rejeito, recuperação ambiental; cidade inteligente.
Turismo, agricultura e cultura: cultura resgatada e turismo como referência; preservação dos valores: interpretação do patrimônio; potencialização do turismo integrado entre todos os municípios da Amrec; turismo enogastronômico e de aventura; agricultura de precisão; consolidação do roteiro Serra Mar, desde Praia do Rosa (Imbituba) e Laguna com a Serra catarinense (Bom Jardim e Urubici) com rotas microrregionais.
Tecnologia e meio ambiente: referência em tecnologia para reter mão de obra do município; avanços na tecnologia; comércio local fortalecido e em expansão; meio ambiente natural recuperado; rios limpos e áreas degradadas reconstruídas e em uso; indústrias mais sustentáveis; Urussanga como referência em desenvolvimento sustentável e rejeitos de carvão reutilizados como energia.
Debates com a participação de todos
A pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unesc, Gisele Coelho Lopes salienta que a Universidade acredita no trabalho de forma coletiva para a construção de um projeto positivo. “Agradecemos por vocês terem confiado na Unesc e no Unibave para fazer esse projeto. Tenham nestas instituições comunitárias e da região, grandes parceiras.Queremos desenvolver um plano de forma colaborativa, pois acreditamos que quando todos, dos diferentes lugares que ocupam, a região toda ganha. Quando derrubamos os muros, conseguirmos construir algo com o DNA regional”.
A assessora técnica da pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional e coordenadora do Setor de Planejamento Institucional da Unesc, Almerinda Bianca Bez Batti Dias, também acolheu os participantes e pontuou a importância do plano para o fortalecimento dos municípios e da região.
O secretário de Turismo de Urussanga, Willian Rezende, agradeceu à equipe da Unesc e do Unibave e enfatizou a certeza do sucesso da iniciativa. “Temos a convicção que a união da equipe das instituições de ensino e a motivação das lideranças e comunidade, teremos resultados fantásticos para o nosso município e os demais”.
Dados para reflexões
Os coordenadores do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc, Thiago Fabris e Melissa Watanabe, apresentaram indicadores de desenvolvimento sustentável e de desenvolvimento socioeconômico da Amrec e de Urussanga.
Segundo dados apresentados pelo Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc, em Urussanga, os componentes do Produto Interno Bruto (PIB) que é de R$ 794,243 milhões são: indústria, serviços, administração pública e agropecuária. Um dos pontos que chama a atenção em Urussanga é a expressiva participação do setor industrial no PIB: é maior que a média da Amrec, que é de 32% e de Santa Catarina, de 27%.
Em Urussanga, os setores que mais empregam formalmente são: indústria (3.728); serviços (1.569); comércio (817); construção civil (89) e agropecuária (76). Outro dado importante apresentado foi sobre o valor adicionado à economia a cada emprego formal gerado. Urussanga é o segundo município do Sul do Estado com o valor médio maior que o da região. No município, cada emprego formal gerado adiciona um valor de aproximadamente R$ 150 mil à economia, enquanto que na Amrec, a média é de pouco mais de R$ 100 mil.
Sobre a Amrec, a equipe da Universidade apresentou dados sobre variáveis que impactam o crescimento econômico da região. Cada R$ 1 pago em despesas públicas gera R$ 7,3. Cada US$ 1 em exportação ou importação contribui para o crescimento econômico de R$ 1,16. Cada pessoa que nasce ou vem morar na Amrec, acrescenta R$ 880 ao PIB. Cada emprego gerado, contribui em R$ 4.572 com o PIB e a principal variável que afeta o crescimento econômico é a educação. Em termos de matrícula no Ensino Médio, cada uma que é efetuada, gera R$ 7.156 ao PIB.
Foram apresentadas ainda macrotendências mundiais, como intensificação de demanda por alimentos, expansão de entretenimento e turismo, infraestrutura moderna e competitiva, envelhecimento da população e mudança no padrão da produção, para fomentar a reflexão do que o município pode fazer para se beneficiar delas.
Evento prestigiado
O evento virtual teve a participação de representantes de Urussanga: prefeito, Luis Gustavo Cancellier; secretário de Turismo, William Rezende; secretária de Saúde, Ingrid Zanellato; representante da APA do Rio Maior, Augusto Sorato; representante da Rota Turismo, Willian Marques; representante da Associação Comunitária do Bairro de Brida, Vanessa Lopes; diretora da DS Travel Agência de Turismo, Samanta Samanta Scussel; coordenador da Defesa Civil, Rafael Sales; representante da Associação Trevisani nel Mondo (Conselho Municipal de Turismo), Eliana Maccari e representantes da Vinícola Mazon, Antônio Carlos Freitas e Patricia Mazon Freitas.
Do Unibave, participou o pró-reitor de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão, Dimas Ailton Rocha.
A equipe da Unesc envolvida no evento é formada: pela reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta; pela pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Gisele Coelho Lopes; pelos coordenadores do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico, Thiago Fabris e Melissa Watanabe; pela coordenadora do Setor de Planejamento Institucional, Almerinda Bianca Bez Batti Dias; pelo coordenador da Sala dos Municípios, Dorvanil Vieira; pelos professores da Unesc que atuam como mediadores, Igor Drudi e Camila Bardini e pelos consultores Sebastião Freitas e Roberto M. Spolidoro, além de 11 monitores auxiliando quando o grupo é dividido em pequenos grupos.
Plano de Desenvolvimento da Amrec
A primeira etapa da formulação do plano estratégico contemplará 12 reuniões com lideranças políticas e empresariais dos municípios.
O trabalho será dividido nos quatro momentos de: Diagnóstico; Setores-chaves e eixos e objetivos estratégicos; Projetos estratégicos e Modelo de Governança, todos virtuais, com número de encontros e datas pré-definidas. Ao longo dos próximos meses a Universidade trabalhará em debates e pesquisas junto as equipes de todas as prefeituras em um processo que conta com 20 encontros, divididos em sete etapas de trabalho.
Nesta quarta-feira (19/8), os debates continuarão com Treviso, das 14 às 17 horas. Nesta quinta-feira (20/8), o encontro virtual será com Siderópolis, das 9 às 12 horas. Sexta-feira, a primeira etapa do plano encerrará com Criciúma das 9 às 12 horas e Lauro Müller, das 14 às 17 horas.
Os interessados em contribuir com o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Amrec podem o fazer respondendo a Consulta Pública. O questionário online pode ser acessado aqui ou no site da Universidade, logo na página inicial entre os banners que aparecem no topo da página.
Confira as reuniões anteriores