Consumo mais consciente, cooperativismo, preferência por produtos feitos na região foram alguns dos pontos abordados no webinar “Mundos do trabalho e economia solidária: uma outra lógica de pensar o desenvolvimento socioeconômico”.
O evento fez parte da programação alusiva aos 52 anos da Universidade e teve a participação da pró-reitora Acadêmica, Indianara Reynaud Toreti, a mediação da pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Gisele Coelho Lopes e como painelistas, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Unesc, João Henrique Zanelatto e o coordenador adjunto do PPGDS, Dimas de Oliveira Estevam.
Perspectiva histórica
Segundo Zanelatto, vivemos um tempo que o capitalismo é extremamente perverso, com mais de 40 milhões de trabalhadores desempregados. Neste contexto, o professor chama a atenção para o item 8 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que coloca como meta promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos. “Economia cresce mas pode não ser distribuída e os seus resultados ficarem concentrados. Então, precisamos que haja desenvolvimento”.
Em sua fala, o professor ainda abordou historicamente as crises do mundo do trabalho, a partir da década de 70 e como elas influenciaram as relações trabalhistas e as mudanças de modelo do capitalismo.
Economia solidária
O coordenador adjunto do PPGDS lembrou não se questiona os dados que entram no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e por isso é preciso ir além quando se usa o resultado para fazer uma análise da economia. “O trabalho das mulheres não entra no cálculo do PIB, por exemplo, assim como o trabalho informal. Devemos usar os números como um meio para fazer diagnósticos e a partir disso analisar as situações”, ressalta.
Estevam aponta que a economia solidaria tem se mostrado como uma estratégia para o enfrentamento de uma economia extremamente excludente. Neste sentido, as cooperativas seriam um exemplo: municípios onde existe o cooperativismo estariam apresentando Índice de Desenvolvimento Humano (IDH maiores no comparativo com locais onde ele não exista.
A economia somente será sustentável se orientar a produção para a reprodução da vida. A força do sistema reside sobre o que nós consumimos. O ato do consumo não é apenas econômico, mas também ético, político e social. Por isso é interessante que nós demos prioridade para consumir o que é produzido regionalmente, de uma empresa local, de uma cooperativa e assim, além de saber o que estamos comprando, estaremos apoiando os negócios locais.