Redes colaborativas, adaptação, ressignificação e superação foram alguns dos pontos levantados por lideranças do Sul do Estado, de Santa Catarina e do Brasil na manhã desta sexta-feira (26/6), durante webinar realizado pela Unesc. “O novo essencial, o novo consumo” foi o tema do debate que teve como convidados o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Paulo Alvim, o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro e o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Moacir Dagostin (Presidente da Acic). O evento teve a mediação da reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta.
Durante o webinar, que iniciou o último dia da programação alusiva de aniversário da Universidade, os espectadores puderam encaminhar perguntas aos convidados e dentre os questionamentos, esteve sobre o perfil do profissional que o mercado precisa ter daqui para frente.
Para o diretor do Sebrae, as pessoas têm que estar dispostas a se adaptar e correr riscos, além de agregar conhecimentos diferentes, como matemática, negociação e capacidade de tomar decisões. Já Alvim, enfatizou a necessidade do profissional ser um integrador de soluções e que consiga juntar diferentes conhecimentos para a resolução de problemas. E o presidente da Acic, lembrou que o mercado pede por profissionais que sejam empreendedores e tenham iniciativa, independente dos locais que ocupam.
O novo essencial, o novo consumo
A reitora da Unesc iniciou os trabalhos do webinar, e enfatizou que a pandemia acelerou a mudança na vida das empresas, antecipando em até sete anos o futuro. A nossa Universidade se adaptou em pouco tempo para trabalhar em modo remoto. Quem não entender as mudanças, inovar e se reinventar terá dificuldades para continuar.
O secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações iniciou sua fala chamando a atenção para que o fato de que o futuro já está sendo delineado no agora e que neste momento, torna-se claro o papel de protagonistas que a ciência e a tecnologia. Nunca a ciência foi tão reconhecida como fundamental para o processo de tomada de decisão quanto agora. A tecnologia também tem um papel fundamental. Estamos saindo de um analógico, de equações lineares para o mundo digital, com equações exponenciais. A Matemática passa a ter papel fundamental em tudo e isso é um sinalizador para a área da educação.
Alvim destacou ainda que o chamado novo normal não vai mexer apenas no relacionamento das pessoas, mas no ambiente de trabalho e principalmente, será uma janela de novas de oportunidades. “Vamos ter que pensar novos protocolos também na relação cliente e fornecedor. Teremos novas interações e oportunidades para produtos e serviços. O pós-pandemia vai exigir também algo que já estamos percebendo acontecer: a cooperação. Vamos incorporar ela ainda mais nas habilidades empreendedoras, gerando cooperação entre pessoas e negócios dentro de um olhar coletivo”.
Segundo ele, a Covid-19 ainda mostrou que a centralização produtiva em alguns países não dá conta de atender as necessidades básicas de todos e por isso, haverá o fortalecimento da economia local para a entrega de produtos e serviços.
Adaptação é a palavra
O diretor do Sebrae apontou durante sua fala, que para sobreviver à crise, muitos empresários tiveram que reinventar os seus negócios e até mudar de área de atuação. Quem se adapta melhor é quem vai vencer a crise. A nossa geração, formada por pessoas em capacidade produtiva, não viveu uma guerra ou crise sem precedentes e nós brasileiros estamos começando a entender que temos uma capacidade enorme de construir propósito e mostrar que conseguimos vencer as adversidades. Estamos começando alinhar todos em um propósito comum e neste contexto, o conhecimento é primordial para que haja a inovação necessária.
Pinheiro afirma que mais que nunca, a universidade será uma grande parceira na construção deste novo normal, preparando profissionais alinhados ao novo momento e colaborando com sua expertise gestores públicos e empresas, incluindo as menores. Segundo Pinheiro, após a pandemia passar, teremos uma crise de empobrecimento da população, o que afetará diretamente os negócios e indústrias locais. De acordo com o diretor do Sebrae, Santa Catarina tem 870 mil empresas e apenas 20 mil delas são médias e grandes, sendo 850 mil, pequena, micro ou microempreendedor individual. “Estamos falando de milhares de pessoas que dependem desses negócios. A realidade é que haverá um empobrecimento e a partir desse momento quem empreende tem que saber que terá pela frente uma oportunidade e um desafio.Temos que junto, trabalhar para que os empreendimentos sobrevivam e saiam fortalecidos”.
Humanização
O presidente da Acic trouxe, em sua fala, diversos questionamentos que os empresários estão se fazendo no cenário atual e salientou que o essencial nesse momento está sendo a humanização das relações.
Segundo ele, as empresas maiores com profissionais com maior nível de estudo conseguem ter um poder de resposta um pouco maior que as demais. “O micro e o pequeno empresário entraram em desespero e as entidades têm sido essenciais para a orientação dos empresários. Mas ainda há muitas dúvidas como para onde caminha a economia do Brasil e do mundo e se ele vai conseguir manter o nível de emprego, conseguir manter os colaboradores motivados, cumprir o papel social e se os gestores públicos vão auxiliar nesse processo”.
Em termos de consumo, Dagostin salienta que as pessoas ficaram mais criteriosas com o que consomem e estão refletindo sobre que é essencial à vida. Por isso nós empresários precisamos ficar atentos se o que ofertamos ao mercado é necessário para as pessoas. Além disso, temos que refletir sobre qual o propósito da nossa empresa e melhorarmos a comunicação deste propósito ao consumidor.