Ações Comunitárias

Unesc participa de ações no mês da Luta Antimanicomial
e reforça combate ao estigma na saúde mental

Projetos de Extensão “Semear e Colher Saberes” promovem atividades de escuta, acolhimento e valorização dos serviços públicos de saúde mental. (Fotos: Divulgação)

A manhã desta sexta-feira (30/5) foi marcada por um momento de reflexão e acolhimento na Praça Nereu Ramos, em Criciúma. Em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado no último dia 18 de maio, o Governo do Município promoveu ação para apresentar à comunidade os serviços voltados à saúde mental, com destaque para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A Unesc, por meio do projeto de Extensão Semear e Colher Saberes, esteve presente com atividades que reforçam o compromisso com a saúde coletiva, saúde mental e a redução do estigma em torno do sofrimento psíquico e do uso de substâncias.

A participação no projeto ocorreu, especialmente, pelo vínculo estabelecido com o CAPS ad II, localizado no Território Paulo Freire I, na grande Santa Luzia. “A proposta foi somar à mobilização, dando visibilidade ao papel fundamental desse tipo de serviço na vida das pessoas e às estratégias de combate ao preconceito. O objetivo central foi desmistificar a ideia de que os serviços de saúde mental se destinam apenas a ‘casos extremos’, reforçando que são espaços de cuidado e promoção de vida para todos que necessitam”, comenta a coordenadora do projeto, Dipaula Minotto.

Durante a ação, os integrantes dos projetos dialogaram com quem passava pela praça, propondo que cada pessoa colocasse em um varal o nome de um serviço de saúde mental que conhece, o ano em que teve contato com o serviço e uma palavra que representasse a experiência. “Os relatos emocionaram. Palavras como amor, acolhimento, paz, família apareceram com frequência, sendo um reflexo da importância e do impacto positivo dessa rede de cuidado na cidade”, expressa a acadêmica de direito e bolsista do projeto Maiara Gonçalves Martins.

Transformação social

O projeto de Extensão “Semear e colher saberes: educação popular como estratégia de ensinar e aprender sobre saúde com a comunidade”, surge como uma resposta às inúmeras barreiras impostas pelo estigma social associado ao uso de álcool e outras drogas, que comprometem o acesso e o engajamento no tratamento, precarizam o trabalho nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS ad) e impactam diretamente familiares e comunidades. Nasceu dos movimentos realizados pela acadêmica do curso de psicologia e atual bolsista do projeto, Gislene Mendes da Silva.

“Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o projeto busca fortalecer culturas marginalizadas, reduzir desigualdades e promover saúde por meio de práticas de educação popular. Um dos principais focos é o protagonismo de usuários, familiares e moradores do território, construindo ações integradas com os serviços locais e promovendo a cidadania”, ressalta a professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Fabiane Ferraz.

No Território Paulo Freire I, o Semear atua junto a familiares, profissionais da saúde, trabalhadores da rede socioassistencial e a comunidade. “O projeto promove vivências interdisciplinares para estudantes, integrando teoria e prática com foco na formação crítica e humanizada dos futuros profissionais da área da saúde”, cita Fabiane.

Atividades no mês da luta antimanicomial

Além da ação na Praça Nereu Ramos, o mês de maio foi repleto de atividades para o Semear. Entre eles, o projeto promoveu roda de conversa com estudantes da segunda fase do curso de Medicina da Unesc, mediada pela professora do curso e historiadora, Lucy Ostetto e com a presença da coordenadora do projeto, Dipaula Minotto da Silva. O debate teve como ponto de partida o documentário “O Holocausto Brasileiro”, baseado no livro da jornalista Daniela Arbex, que promoveu reflexões sobre dignidade humana, direitos e a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil.

“A roda de conversa foi um momento de profunda reflexão. A professora Dipaula nos apresentou contribuições valiosas que ampliaram nosso olhar sobre saúde mental e dignidade humana. Uma experiência que fortalece a empatia e o compromisso com uma prática médica mais ética e cuidadosa”, compartilha a estudante Maria Eduarda Lentz.

Curricularização da Extensão e formação interprofissional

O Semear também está curricularizado na disciplina de Psicologia Comunitária da 10ª fase do curso de Psicologia da Unesc, o que fortalece o vínculo entre o conhecimento acadêmico e a realidade dos territórios e permite que os estudantes proponham intervenções com base nas demandas locais.

“Me sinto realizada academicamente por participar de ações como essa. É incrível esse diálogo entre os cursos e com a comunidade. Isso mostra como a Unesc promove o encontro de vivências interprofissionais em temas fundamentais como o combate ao estigma em relação à saúde mental”, cita a  bolsista do curso de Enfermagem, Helena Mazzucco Sorato.

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