A 5ª Coletiva de Artistas do Sul ocupa, desde a noite desta quarta-feira (24/9), o Espaço Cultural Toque de Arte da Unesc com o tema “Arte e Sustentabilidade”. A mostra, de número 151 do local, seguirá aberta para visitação gratuita até 15 de dezembro, reunindo cerca de 30 obras que dialogam com os desafios e as possibilidades de um futuro mais equilibrado.
Com curadoria de Amalhene Baesso Reddig e Fernando Bopré, a exposição recebeu mais de 40 propostas inscritas pelo Edital 195/2025, das quais dez artistas foram selecionados: Angélica Neumaier, Gianna Rech, Herok Hilda Maziero, Larissa Soares, Leandro Jung, Maria Cristina Pacheco, Neusa Milanez, Sérgio Honorato e Viviane Rocha.
Dois grandes eixos
Sob o título “Mutatis Mutandis: quando a arte se propõe a pensar o que tem de ser mudado”, a coletiva se organiza em dois eixos principais: Denúncia e Esperança. As obras, conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, lançam luz sobre urgências ambientais e sociais, ao mesmo tempo em que convidam à reflexão e à construção de caminhos coletivos.
“Como Universidade Comunitária, que tem na missão trabalhar pela qualidade e sustentabilidade de vida, apresentamos este projeto ao Ministério da Cultura, aprovamos e captamos recursos também junto a empresas da região. Agora, entregamos ao público uma exposição que é também um gesto de formação, acessibilidade e valorização da arte contemporânea do Sul catarinense”, destacou a coordenadora do Setor de Cultura da Unesc e uma das curadoras da exposição, Amalhene Baesso Reddig.
O edital foi amplamente divulgado e abrangeu toda a Região Sul de Santa Catarina, que envolve 45 municípios e quase 900 mil habitantes. O resultado é um recorte da produção contemporânea em artes visuais.
Abertura e agradecimentos
Ao longo da exposição, alunos de escolas públicas, professores e acadêmicos, poderão agendar uma mediação cultural guiada, basta agendar com o Setor de Arte e Cultura por meio dos telefones: (48) 3431-2622 ou (48) 99644-1986. “Serão três meses para que todos aqueles que tenham o desejo possam visitar as obras. Estamos sempre de portas abertas. A Lenita, do Setor de Arte e Cultura, realmente coloca em prática as políticas culturais da Universidade. Todas as 150 exposições já realizadas contribuíram para o desenvolvimento e disseminação da cultura”, salientou a diretora de Extensão e Ações Comunitárias, Sheila Martignago Saleh.
A acessibilidade é outro ponto central do projeto, que oferece recursos em Libras, audiodescrição, rampas e espaço adaptado, garantindo a inclusão de todos os públicos. O projeto é viabilizado pela Lei Rouanet e conta com apoio das empresas Anjo Tintas, Bistek Supermercados, Construtora Locks e Giassi Supermercados.
Perspectiva dos artistas
Viviane Rocha, natural de Cuiabá e residente em Criciúma há quase quatro anos, participa pela primeira vez da Coletiva com duas obras no Espaço Toque de Arte. “Por ser uma Universidade Comunitária, com toda essa potência de arte e cultura, imagino só coisas boas para a expansão do meu trabalho. Estou muito realizada e feliz em ter sido contemplada. Meu trabalho também problematiza, porque a arte é uma forma de problematizar. Espero continuar participando sempre que houver espaço aqui”, falou.
A artista explica ainda que sua obra, voltada principalmente à gravura, dialoga com a temática de sustentabilidade e os ODS, especificamente o ODS 10, que trata do combate à desigualdade.
Neusa Milanez, participante da Coletiva pela quarta vez, já possui dois trabalhos no acervo da Unesc e tem sua vida e carreira fortemente ligadas à Instituição. “Foi aqui que iniciei meus estudos em arte, no primeiro curso de Artes Visuais, e retornei depois para a pós-graduação em ensino da arte. O tema desta coletiva, ‘Arte e Sustentabilidade’, nos mostra diferentes maneiras de comunicar o mesmo assunto. Todos os artistas presentes refletiram sobre o tema, criando obras que falam de experiências pessoais e sociais. A arte tem o poder de transformar a vida das pessoas, e é essencial trabalhar esse assunto desde cedo, com crianças, pois permite uma leitura de mundo diferenciada”, citou.
Valorização da cultura
O curador da exposição, Fernando Bopré, não escondeu a satisfação em ver a valorização da cultura em cada canto do campus da Unesc. Ele, que chegou em Criciúma na última segunda-feira, revelou que percebeu, pelo menos, o início de quatro mostras.
“Vi uma fabulosa coleção de arte nas paredes externas e internas da Universidade, um coral se apresentando, uma exposição de orquídeas e uma feira incrível. Também observei o curso de Artes Visuais acontecendo de forma vibrante, com professores que são também artistas. Uma Universidade que tem essa estrutura, o Museu da Infância e o Museu de Zoologia, e um espaço de cultura como o Toque de Arte, que já realizou 151 exposições, demonstra muita perseverança. Isso é fruto do público engajado que temos aqui”, pontuou.
