Com a missão de diagnosticar transtornos comportamentais em crianças e adolescentes, o Centro Especializado em Reabilitação (CER II), vem acolhendo e orientando diversas famílias da região carbonífera sobre como proceder para que seus filhos possam adquirir uma melhor qualidade de vida. Dentro da equipe multiprofissional que trabalha diretamente no projeto, estão as acadêmicas de Medicina e Psicologia, Mariane Amanda de Oliveira e Stefany Lessa, respectivamente das 12º e 6º fase. A atividade desenvolvida é coordenada pela professora Lisiane Tuon e se chama “Um novo olhar sobre a Deficiência Intelectual”.
De acordo com Stefany, o objetivo do projeto inclui identificar possíveis fatores sociais que possam influenciar no estado clínico dos assistidos, mas principalmente, averiguar quais são as necessidades de cada tutor.
“Geralmente é um lado meio esquecido da moeda. Quando um paciente recebe seu diagnóstico, os pais passam a ser meio negligenciados, ou seja, todo o foco fica na criança”, comenta.
Além disso, Stefany revela que as entrevistas que são realizadas de modo individual, servem como um momento de “desabafo” dos tutores e, com isso, revelam em quais áreas têm maiores dificuldades de gerir.
“No que se refere aos aspectos sociais, temos testes de depressão e ansiedade. Então a partir desses dados, no final das entrevistas vamos criar um grupo de apoio”, elenca.
Sobre o projeto
Segundo o coordenador adjunto do projeto, Rafael Zaneripe, o projeto possui como foco o acolhimento das crianças, mas principalmente dos cuidadores após o fechamento do diagnóstico de deficiência intelectual.
“Nós trabalhamos muito com a questão de desmistificar algumas informações sobre a deficiência intelectual, porque os profissionais explicam, fazem aquela psicoeducação sobre o que é a deficiência intelectual, e o qual é o diagnóstico da criança ou adolescente está recebendo. Mesmo assim, a família às vezes fica com algumas dúvidas ”
Além disso, Zaneripe frisa que é preciso ver que a deficiência intelectual está muito além do próprio diagnóstico. “É preciso ver que em cada caso há uma família com uma criança e tem um contexto emocional. Nós enquanto profissionais, devemos estar atentos a esses fatores. E isso vai servir inclusive de experiência para as acadêmicas que estão nesse cenário de construção profissional, de ver essa criança e essa família muito além do diagnóstico. É preciso agir sempre de uma maneira mais assertiva com as pessoas que vêm nos centros especializados em reabilitação”, frisa.