Acadêmica: Isabela Dal Pont Thomé – 3ª fase Jornalismo Unesc
Uma expressão muito utilizada no meio do futebol é a máxima de que “um grande time começa por um grande goleiro”. Se esta lógica fosse transplantada para o meio acadêmico, poderia se dizer que “uma grande universidade começa por uma grande biblioteca”. A biblioteca de um campus é a guardiã simbólica e material de todo o conhecimento que já foi ensinado, aprendido e produzido naquela instituição e é um local que detém uma aura que inspira qualquer um que passa por seus corredores.
Patrícia Cristina da Silva trabalha na Biblioteca Central Professor Eurico Back da Unesc há 9 anos e a considera sua segunda casa. “Eu amo esse lugar”, afirma sorridente a assistente da Biblioteca, que vê a Unesc como um divisor de águas em sua vida. “Existe para mim uma vida antes da Universidade e uma outra vida, de verdade, depois dela”, completa Paty, como é conhecida nos corredores da Biblioteca.
E são vários corredores: com mais de 170 mil livros físicos disponíveis para consulta e empréstimo, a Biblioteca Central é detentora do maior acervo bibliográfico da cidade de Criciúma. E esse acervo não se resume apenas a livros acadêmicos: além de seções imensas dedicadas à obras relacionadas ao Direito, Medicina e Biologia, há um grande número de biografias, almanaques, dicionários, documentos históricos, publicações sobre história, esporte, teatro, arquitetura e uma extensa coleção de exemplares de arte.
O espaço ainda conta com obras fora da alçada dos livros. É possível consultar mapas detalhados dos mais diferentes lugares do mundo, desde a cidade de Criciúma até os locais mais remotos e fotografias relacionadas à história da Unesc, desde a construção do campus até os tempos atuais. Para o futuro, a equipe ainda planeja a abertura de uma seção de DVDs e fitas VHS advindas da extinta Vídeo Beta, maior locadora de filmes do sul de Santa Catarina, que serão disponibilizadas para empréstimo aos acadêmicos.
“Boa parte do nosso acervo vem de doações recebidas com frequência”, explica Patrícia. Orgulhosa, ela descreve alguns dos projetos promovidos para o bem-estar não só de acadêmicos, mas de toda a comunidade. “Dependendo da época do ano, fazemos campanhas de arrecadação de livros para os Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) da região, além de arrecadarmos tampinhas de garrafa pet e lacres de latinhas que são direcionados para a Rede Feminina de Combate ao Câncer”, explica.
A população também pode utilizar gratuitamente computadores para pesquisas e participar de oficinas de formatação de trabalhos acadêmicos promovidos pela coordenação. Isso sem falar das contações de histórias para crianças, feitas tanto para alunos do Colégio Unesc como para estudantes de escolas públicas da região.
O sentimento de quem faz parte desta história
A coordenadora da Biblioteca, Elisangela Just Steiner, trabalha na Instituição há mais de 30 anos, sendo 28 deles dedicados ao espaço. “Na época, em 1994, iniciei como técnica e cuidava do acervo de periódicos. Eu ainda não tinha uma formação em biblioteconomia como tenho hoje”, relembra.
Para ela, a equipe é tão unida e eficiente que a rotina se torna leve e tranquila. “Cada pessoa que trabalha aqui tem uma função específica, então a rotina se torna muito fácil. Temos um setor de empréstimo, um setor de acervo, uma documentalista, alguns bibliotecários e pessoas que fazem o atendimento ao público. Além de coordenadora, eu também tenho algumas funções de catalogação”, completa.
E o sentimento desse espaço ser como uma segunda casa também se faz presente na gestora. “Atuar aqui é muito bom. Às vezes temos desafios, como toda função exige, mas trabalhar com pessoas é muito gratificante. Fazer parte dessa família é excelente”, afirma Elisangela.
Comovida, a assistente de biblioteca Patrícia compartilha essas emoções. “Eu amo trabalhar com toda essa equipe. Quem está aqui dentro tem um elo muito grande. Somos amigos de verdade e nos importamos uns com os outros, o que é essencial.”
Fundação
A história da Biblioteca Central Professor Eurico Back iniciou em 22 de junho de 1968, data de criação da Fundação Educacional de Criciúma (Fucri). Inicialmente, funcionava na antiga Casa da Cultura, no centro de Criciúma, depois em um endereço no Bairro Michel, e quando o campus da Fucri foi inaugurado, em 1974, passou a funcionar onde hoje fica o Bloco E da Universidade. Em 1985, com a construção do Bloco Administrativo, a Biblioteca migrou para o espaço atual, que foi reformado e ampliado em 2015.