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Unesc celebra 50 anos do pioneiro
curso de Engenharia de Agrimensura

Curso mantém viva a tradição que impulsionou a expansão da Instituição e a formação de gerações de profissionais qualificados (Fotos: Mayara Cardoso/ Agecom Unesc)

No dia 11 de agosto de 1975, a Unesc dava um passo decisivo para o futuro da região Sul de Santa Catarina. Naquele dia, as primeiras aulas do Curso de Engenharia de Agrimensura marcaram não apenas o início da formação de profissionais em uma área estratégica, mas também a consolidação da Universidade como espaço de inovação, ciência e desenvolvimento.

Meio século depois, a história escrita a partir da antiga Escola Superior de Tecnologia de Criciúma (Estec) se confunde com o crescimento da Instituição e da própria comunidade regional, que encontrou na formação de engenheiros agrimensores a resposta às demandas da época, impulsionadas pelo avanço da exploração carbonífera e pela perspectiva da reforma agrária no Brasil.

Em celebração à data, o curso promoveu, nesta sexta-feira (5/9) uma sessão solene no AM Master Hall, com apresentação de egressos sobre a trajetória profissional, apresentação de documentário, homenagens e jantar comemorativo. O grande e prestigiado evento sucedeu o encontro inicial realizado na quinta-feira (4/9), Centro de Inovação Criciúma (CRIO), com palestras e debate sobre o tema “Certificação de Imóveis”, uma grande discussão do momento.

“Celebrar meio século do curso de Engenharia de Agrimensura é honrar a visão ousada que deu origem à nossa Universidade e reconhecer a contribuição de cada docente, colaborador e estudante que ajudou a construir esta história. Foi a partir desse curso que a Unesc iniciou a caminhada no ensino da Engenharia e, desde então, ampliamos nossa atuação sem jamais perder de vista a essência que é formar profissionais qualificados e comprometidos com o desenvolvimento regional e nacional. Esta celebração é também um convite para projetarmos os próximos 50 anos, fortalecendo a Pesquisa, a Extensão e a Inovação”, enfatiza a reitora em exercício, Gisele Silveira Coelho Lopes.

 

Precursores

A primeira turma contava com 60 estudantes matriculados para cumprir um currículo de quatro anos, dos quais 26 concluíram no prazo previsto e colaram grau no dia 27 de julho de 1979. À frente da missão de implantar e organizar o curso estava o professor e engenheiro Pedro Izaú Conti, primeiro diretor da Estec.

Entre os primeiros estudantes estava o atual prefeito de Cocal do Sul, Ademir Magagnin, que lembra os desafios e conquistas desses pioneiros. Ele tem forte ligação com o curso, pois, por ter crescido na área rural, sempre sonhou em cursar Agronomia. “Cheguei a tentar em Pelotas, que era a opção mais próxima, mas não passei no vestibular. No mesmo ano, abriu o curso de Agrimensura em Criciúma. Fiz a prova, passei na última vaga, mas passei. Com o tempo, me identifiquei muito com o curso, porque ele também tem grande ligação com a terra, com o interior. É exigente, de muito cálculo e matemática, mas gostei e me adaptei”, recorda.

Magagnin recorda que depois de formado atuou por cerca de 20 anos em uma empresa carbonífera antes de abrir o próprio negócio. “Mesmo com as dificuldades, saíram grandes profissionais daquela turma. Alguns abriram empresas, outros foram para o serviço público, alguns para empresas privadas. O mundo do trabalho oferecia muitas oportunidades, e nós conseguimos aproveitar. Lembro que nem todos chegaram até o fim, mas havia muita harmonia, cumplicidade e espírito de equipe. Era um curso novo, com muito trabalho pela frente. Foi uma experiência positiva e transformadora”, acrescenta.

 

Consolidação

Entre os nomes que ajudaram a consolidar a trajetória da Engenharia de Agrimensura na Unesc está o do professor e presidente da Associação de Professores e Funcionários da Unesc (Aprofucri), Edson Luiz da Silva, o Edsinho, que chegou a Criciúma em 1982. Dois anos após começar a lecionar na Estec, aos 25 anos, ele foi eleito diretor da escola, cargo que ocupou até 1988. Nesse período, trabalhou pela consolidação do curso, que ainda não era reconhecido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea/SC) e pelo Conselho Federal. 

“Antes disso, o diretor era escolhido pelo prefeito por meio de uma lista tríplice. Passamos a tentar consolidar a Estec perante a sociedade como sendo a escola de nível superior com o primeiro curso de Engenharia”, recorda.

A dedicação em fortalecer o curso também se refletia no esforço em divulgar a Instituição pelo estado. “Passamos muito tempo fazendo propaganda na busca de acadêmicos. Eu percorria todo o Oeste catarinense divulgando a Fucri e o nosso curso de Engenharia de Agrimensura”, acrescenta.

 

Evolução

Na época do nascimento, um dos objetivos do curso era contribuir com a Reforma Agrária no Brasil. Porém, conforme o coordenador, Vanildo Rodrigues, com a constante evolução de equipamentos e softwares que agilizam e promovem qualidade aos trabalhos, além do surgimento de novas modalidades de trabalho, as demandas por engenheiros agrimensores e cartógrafos são cada vez maiores. 

“Depois de 50 anos, acompanhando a evolução tecnológica e a necessidade do mundo do trabalho e tendo quase a totalidade dos egressos empregados ou com empresas próprias, temos o sentimento de dever cumprido, ao formar profissionais capacitados para ajudar no desenvolvimento da região e do Brasil”, enfatiza.

Toda essa evolução é acompanhada com a implementação de novas tecnologias aos laboratórios, capacitação do corpo docente, fortalecimento das parcerias com entidades de classe e sistema profissional, que contribuem com a formação de profissionais pensantes e pesquisadores capacitados para atender a crescente demanda.

“O engenheiro agrimensor e cartógrafo pode atuar em levantamentos de topografia, geodésia, fotogrametria, cartografia e geoprocessamento, para soluções em projetos de estradas; desmembramento de terras; projetos de loteamento; regularização fundiária; retificação de áreas; cadastro técnico; avaliação de imóveis; perícias judiciais e, principalmente, fornecer informações de qualidade para a melhor decisão dos gestores de empresas públicas e privadas”, enfatiza.

 

Homenagens

Além de diretores, coordenadores e professores que fizeram e fazem história na trajetória do curso, que receberam homenagens na noite de celebração, uma personalidade da Agrimensura ganhou destaque: o ex-coordenador do curso, Hugo Schwalm, que faleceu no dia 31 de julho, deixando grande legado na graduação e na Universidade.

Hugo foi lembrado na fala da reitora licenciada, Luciane Bisognin Ceretta, que enviou vídeo de homenagem ao curso, além da reitora em exercício e todas as autoridades do evento.

Uma homenagem especial foi entregue ao filho Lucas Schwalm, representando a família do professor que deixou saudades. 

 

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    • Janete Triches 5 de setembro de 2025

      Parabéns aos atuais e ex-professores do curso de Engenharia de Agrimensura da UNESC, funcionários, estudantes e suas famílias, pelo compromisso, comprometimento e dedicação nessas cinco décadas do curso! O sucesso é de todos vocês!