Os participantes da Escola de Lideranças Comunitárias da Unesc assistiram duas aulas a nível de qualquer especialização oferecida pela Universidade, na manhã de sábado (19/08). No primeiro módulo, o professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) Jacks Soratto apresentou todo seu estudo sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Na segunda parte, foi a vez da professora e assistente social do Centro Especializado em Reabilitação – CER II Priscila Schacht Cardozo, que tratou sobre assistência social, pessoas com deficiência e educação inclusiva.
Soratto, em sua explanação, apresentou dados e informações que mostram a evolução do saúde pública desde o período Colonial e Imperial, passando pelas Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), em 1923; Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS), em 1933; Instituto Nacional de Previdência Privada (INPS), em 1966; Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, que deu origem aos Instituto da Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) e do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em 1977, até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988.
O professor ainda destacou a Constituição Federal de 1988, no Artigo 196, garante: “A saúde é direito de todos e dever do Estado”. Ele ainda detalhou a diferença de investimento público em saúde no Brasil, com outros países, bem como, sobre os determinantes da saúde que são: moradia e habitação, saneamento básico e renda.
“Foi uma oportunidade de conversar com as lideranças comunitárias de Criciúma sobre SUS, por meio da qual fizemos um resgate histórico e uma abordagem sobre os aspectos normativos destacando a legislação que dá garantia de funcionamento. Também reforçamos os vetores positivos desse Sistema, os desafios e as dificuldades do SUS, um sistema público universal não gratuito porque pagamos e muito bem por ele. Portanto temos que ter um senso de pertencimento, uma defesa crítica, mas acima de tudo, da defesa de que o SUS é nosso”, comentou Sorato.
Assistência Social
A aula da segunda parte do encontro, foi destinada ao estudo sobre assistência social, outro tema bastante vivenciado no dia a dia pelas lideranças que cursam a Escola de Lideranças Comunitárias. Em sua abordagem, a assistente social do Centro de Reabilitação II da Unesc (Cer II) Priscila, diferenciou as formas de preconceitos que uma pessoa deficiente tem perante a sociedade, destacando que a deficiência é um característica, e não
um rótulo. “Ela potencializa e não limita as pessoas”, destacou.
Nas duas horas em que apresentou seus estudos, Priscila, falou sobre: capacitismo e as formas de opressão pelo corpo: sexismo; homofobia; racismo e deficiência. Em sua explanação apresentou as conquistas desde o início do Século XIX (1801-1900), com o modelo Caritativo, até os dias atuais, com o Estatuto da Pessoa Com Deficiência, criado pela Lei 13.146 de julho de 2015.
Para a professora Priscila, é importante destacar as atividades do curso de Serviço Social à distância (EAD) e do CER II. “Isso reforça e fortalece a parceria da Universidade com a comunidade, para a construção da cidadania, gerando um conhecimento em conjunto. E essa oportunidade de poder falar sobre as pessoas com deficiência é também o que acreditamos para um mundo mais inclusivo “, avaliou.
A diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias (Dirext), Fernanda Sônego, que comandou os trabalhos, considerou a aula do mês de agosto muito oportuna e esclarecedora para as lideranças.
“Através desta Escola, estamos possibilitando aos alunos o conhecimento mais aprofundado de diversos temas que fazem parte da função dos representantes comunitários. São assuntos repassados pelos nossos docentes que são mestres no assunto. E neste dia, falar de SUS e Assistência Social, é uma forma de aproximá-los dos direitos e deveres de todos os envolvidos para o bem estar da comunidade”, pontuou.
Aulas fundamentais
Segundo o presidente do bairro Recanto Verde, Claudino Neto, o conhecimento é a base de tudo e a informação é imprescindível para qualquer ação comunitária. “É importante também frisar que às vezes muitas ciências não refletem a realidade, então o bom senso com o uso das normas e das Leis, deve ser aplicada para o favorecimento da coletividade, bem como da população de Criciúma”, observou.
“Hoje tivemos duas aulas essenciais voltadas para a área da saúde e assistência social. São temas presentes no nosso dia a dia com a comunidade. Muito importante para podermos orientar as pessoas que nos procuram, que não sabem a quem recorrer ou como proceder. Nós mesmos não tínhamos esse conhecimento de como auxiliar uma pessoa com deficiência e quais os seus direitos”, relatou Dudy Sônego, membro da diretoria da Associação de Moradores do bairro Santa Bárbara.
Constituição Estadual
Os participantes da Escola de Lideranças Comunitárias receberam da Unesc um kit com camiseta, caderno e caneta para o bom desenvolvimento do aprendizado. A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), também enviou aos alunos um exemplar da Constituição Estadual.
Parceria UABC
A Escola Escola de Liderança Comunitária teve início das atividades no dia 27 de maio e é um projeto em parceria com a União das Associações de Bairros de Criciúma (UABC). O propósito é capacitar e apoiar os líderes comunitários do município de Criciúma. As aulas ocorrem uma vez ao mês e, ao todo, serão sete módulos trabalhados com os 100 participantes matriculados. Dentre os temas abordados estão: políticas públicas; políticas sociais; participação popular; estado, município e meio ambiente; saúde, educação e assistência social; gestão de pessoas, comunicação interpessoal e redes sociais; captação de recursos, finanças e inclusão socioeconômica.