“Não é preciso ter medo da Inteligência Artificial (IA). É preciso trabalhar em conjunto com os modelos existentes”. A afirmação é do pesquisador em Inteligência Artificial, Francisco Nauber Gois que abordou o tema “Inteligência Artificial/Metaverso para a Educação”, durante a 8ª edição do Fórum Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Fiepe) de Santa Catarina da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), nesta terça-feira (18/04), na Unesc.
Cada vez mais presente no cotidiano da sociedade, a Inteligência Artificial (IA) consiste em criar modelos tecnológicos que conseguem tomar decisões e executar tarefas consideradas complexas.
“Cada vez mais a inovação é o motor da nossa sociedade. Entender como esses modelos funcionam é fundamental. Não devemos olhar a Inteligência Artificial como uma competição, mas como um processo de simbiose entre o humano e o não humano”, disse Gois, que atua há cinco anos com a tecnologia.
Inovação
De acordo com o pesquisador, existe uma mudança de perfil educacional, voltado à criação e inovação. Diante disso, aprender a linguagem de programação será assunto para todas as áreas, não somente a computação.
“Vamos ter que mudar a forma de interagir com os alunos, estimular a pensar e como se relacionar com essas ferramentas. Buscar metodologias de forma simples será cada vez mais interessante. Uma delas é a tecnologia Scratch, a maior comunidade gratuita do mundo de programação para crianças e que está sendo usada no ensino básico de outros países”, enfatizou.
Conforme o palestrante, será necessária uma aprendizagem adaptativa, usada para ensinar aos alunos habilidades básicas e avançadas avaliando o nível atual de habilidade deles e criando uma experiência de instrução guiada que os ajudará a tornar proficientes.
A tecnologia assistiva para ajudar os alunos com necessidades especiais a terem acesso a uma educação mais equitativa, como a leitura de passagens para um aluno com deficiência visual, de acordo com Gois, também será fundamental nesse novo processo de ensino.
Educação Infantil
A Inteligência Artificial, de acordo com ele, também já está sendo usada na educação infantil para ‘alimentar’ jogos interativos que ensinam habilidades acadêmicas básicas para crianças.
Esse método também é usado para professores e administradores de educação para analisar e interpretar dados, permitindo que eles tomem decisões de forma mais embasada. Escrita e análise de gramática por meio das novas tecnologias também serão cada vez mais utilizados nesse novo cenário.
Emprego
O palestrante relatou ainda à plateia, composta por professores e acadêmicos, que algumas profissões devem perder posições, enquanto outras devem ser alavancadas em contratações a partir da chegada da tecnologia.
O grande desafio diante disso, conforme ele, é que os empregos gerados vão exigir cada vez mais qualificação, mais integração com os novos modelos em surgimento e mais interação com a nova tecnologia. O professor doutor da Univille, Marcelo Leandro de Borba foi o mediador do debate.
O Fiepe é uma iniciativa da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), que tem a Unesc como cocriadora e apoio da Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Abruc).