“Diagnosticar precocemente o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ajuda a melhorar as habilidades sociais e de comunicação da criança. Isso porque o autista começa a realizar as intervenções de forma precoce e é estimulado a se desenvolver”. A informação é dos profissionais do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da Unesc, responsável pela avaliação multiprofissional de diagnóstico do TEA e deficiência.
Neste domingo (2/04), Dia Mundial de Conscientização do TEA, o coordenador do Centro, Aires Mondardo Junior, reforça que a estimativa da organização Pan-Americana da Saúde é de que uma em cada 160 crianças possua o TEA, sendo assim, o esclarecimento é importante para que mais pessoas sejam identificadas de forma precoce e tenham acesso à reabilitação, o que pode ser decisivo para o seu desenvolvimento.
“A Unesc conta com uma equipe multiprofissional que está à disposição da população e oferece todos os cuidados necessários para o fechamento de diagnósticos e o melhor atendimento para o desenvolvimento do paciente”, explica o coordenador, informando ainda que os atendimentos ocorrem nas Clínicas Integradas da Instituição e o acolhimento é agendado na Unidade de Saúde dos municípios, por meio do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg).
A análise, de acordo com Aires, consiste em uma entrevista com os pais e a criança, e avaliação observacional de comportamentos, que pode ser conduzida idealmente por por uma equipe multidisciplinar de médicos, incluindo um psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e assistente social.
Depois do diagnóstico, segundo ele, o paciente é encaminhado para a Rede de Atenção Básica de Saúde e recebe ainda todas as informações de entidades existentes na cidade que atuam na continuidade das atividades de promoção, prevenção e assistência. Tamanha a importância da pauta, que, apenas em 2022, o CER realizou 810 atendimentos com crianças para fechamento de diagnóstico.
Equipe Multiprofissional
Entre os acompanhamentos utilizados para a avaliação da equipe, segundo o Terapeuta Ocupacional Ademir Peres, está a Ludoterapia, muito usada pelos profissionais. “A principal ferramenta dessa abordagem é a brincadeira. É através disso que se consegue ajudar a criança a superar os desafios que a afligem”, lembra ele. “As terapias são essenciais. Temos que fazer o melhor que pudermos”, concorda a fonoaudióloga Gabriela da Silva.
O autismo é caracterizado, principalmente, por falhas na comunicação e na interação com pessoas, e junto com esses atrasos em se comunicar e interagir, existem – no maior ou menor grau – alguns comportamentos peculiares, característicos, como interesse por rodas, comportamentos repetitivos, andar nas pontas dos pés e não corresponder aos chamados. Apesar do grande esforço e atenção, um entendimento definitivo sobre as possíveis causas do Autismo ainda não foi alcançado.
“O tratamento do autista consiste em estimular a comunicação, a interação com outras pessoas, além de regular e facilitar o comportamento que deixam a criança frustrada ou intolerante a alguma coisa, como ruídos ou mudanças de rotina”, completa Junior.
Crianças com algum grau do autismo podem apresentar sinais como:
Não fazem ou evitam o contato visual;
Não reagem quando são chamados pelo nome;
Não imitam o comportamento;
Não interagem ou buscam atenção;
Não compartilham atenção;
Realizam comportamentos repetitivos;
Apresentam fixação em objetos incomuns;
Apresentam resistência a mudanças;
Podem apresentar atraso de fala.