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Unesc Araranguá promove debate sobre o Autismo com profissionais de educação, saúde e assistência social da Amesc

O Transtorno de Espectro Autista (TEA) foi o tema dos Diálogos Abertos dos cursos livres  da Universidade

A Unesc Araranguá em parceria com a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc), realizou na tarde de segunda-feira (06/02), o evento Diálogos Abertos com o tema “Transtorno de Espectro Autista (TEA)”. Os palestrantes e professores da Universidade abordaram questões envolvendo o direito cível, psicologia, pedagogia e diagnósticos no encontro realizado na sede da Amesc por meio do setor de Cursos Livres da Universidade.

Prestigiando a abertura do encontro e ressaltando a importância da parceria da instituição com a Amesc, a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, que representou a reitora Luciane Bisognin Ceretta no evento, enalteceu o papel fundamental que a Unesc, como Universidade comunitária, junto ao Sul catarinense e suas demandas. “A Unesc mostra neste ato o seu protagonismo na formação de professores nesse seus 55 anos de história. Enquanto em 2022 nós planejávamos o futuro das cidades, hoje a Unesc coloca em prática um dos projetos que foi solicitado pela população enquanto estávamos discutindo sobre como poderíamos melhorar a educação básica nesta região. Com a alta dos diagnósticos, mais informações e tecnologias ligadas ao assunto, é importante que os professores estejam preparados. A Universidade tem em seu no seu corpo docente, profissionais habilitados e altamente capacitados para atender esta demanda dos municípios, para preparar os professores da educação básica para lidar com esse novo aluno que chega às escolas públicas”,  ressaltou.

A preocupação com o aumento no número de alunos com diagnóstico de autismo matriculados nas escolas do município é assunto em discussão, conforme a secretária de Educação de Morro Grande e presidente do colegiado de Educação da Amesc, Aline Coral, desde 2022. “Nós, gestores dos municípios, desde o ano passado, estávamos muito preocupados com a chegada de muitos alunos com o diagnóstico de autismo nas nossas escolas e a forma como deveríamos lidar com essa realidade. Foi uma espécie de explosão. De um ano para o outro, muitas matrículas de crianças com o TEA. Ainda em 2022 tivemos um feliz encontro com a Universidade, por meio do qual foi solicitado que a Unesc iniciasse uma abordagem sobre sobre esse diagnóstico”, frisou.

Para ela, o encontro desta segunda-feira foi apenas o início de uma série de ações que podem ser realizadas coletivamente. “É um marco para que mais adiante outros encontros sejam promovidos. Somos muito gratos à Unesc por prontamente nos auxiliar nessa demanda”, concluiu.

Unesc integrada à comunidade

O evento realizado na Amesc é uma das resoluções definidas em encontros ocorridos em 2022, envolvendo a Universidade com os secretários de educação da Amesc. Segundo a diretora e professora da Unesc Araranguá, Izabel Regina de Souza, o autismo foi uma das demandas apresentadas para que a Universidade desenvolvesse uma formação para orientar os profissionais de educação. “Aproveitamos para incluir também os técnicos da saúde e da assistência social. Esse tema vem muito forte na realidade de todos os municípios. Aprofundar o conhecimento no assunto traz mais qualidade de vida para os pacientes e familiares, e assim, a nossa Universidade marca sua presença ao discutir os problemas na raiz, trazendo informações valiosas para a comunidade”, explicou.

Conforme a coordenadora de pós-graduação da Unesc, Mágada Tessmann, a ideia é promover uma capacitação mais aprofundada em um futuro próximo. “Neste momento, nossa proposta é discutir sobre o  Transtorno do Espectro Autista, no sentido de que se possa identificar formas de qualificar os gestores e os professores, no acolhimento  das pessoas com autismo, matriculadas nas escolas públicas municipais. Em um segundo momento, será oferecido aos secretários de educação um curso de curta duração de 20 horas na mesma linha e quem sabe futuramente uma Pós-graduação voltada para o TEA”, esclareceu.

Abordagens sob diferentes vieses 

O professor Zolnei Vargas Ernesta de Córdova, especialista em Gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Terapias Familiar e coordenador do Programa Acolher da Unesc, abriu o diálogo abordando a Rede Intersetorial, a comunicação entre a família e a escola. “Precisamos despertar a necessidade de capacitação dos profissionais que atuam na Rede Intersetorial e como eles dialogam acerca da criança e do adolescente com autismo. Trago o olhar da psicologia social e como esse olhar da assistência social pode colaborar com a comunicação entre os setores envolvidos: educação, saúde, assistência social e judiciário”, comentou.

O direito do autista

Os direitos garantidos pela legislação para as pessoas com autismo. Este foi o assunto apresentado pelo professor do curso de Direito da Unesc, Ismael de Cordova, advogado, pesquisador em Políticas Públicas da Assistência Social. “Trouxe para o diálogo a sistematização das Leis, em nível mundial, nacional e estadual, os avanços dentro do processo legislativo focado especificamente nestes casos. Não se deve considerar uma pessoa com autismo semelhante a uma com transtorno mental. Ela é portadora de transtorno de comportamento. Precisamos de uma legislação que define o Autismo como um transtorno comportamental. Essa normalização vai garantir  a uma pessoa com espectro autista um atendimento diferenciado, como as deficientes visuais, auditivas e mentais”, considerou em sua fala ao grupo.

Capacitação

A Pedagogia também foi abordada no encontro realizado no auditório da Amesc. A professora Édina Regina Baumer, mestre em Educação, atuante na Formação de professores para a Educação Básica na Unesc, tratou sobre a Legislação Educacional, Educação Inclusiva e Música na escola. “Como professora das licenciaturas que formam profissionais da educação, a inclusão do aluno com deficiência é uma preocupação constante para mim e em nossos cursos. Em se tratando da criança com o TEA, a responsabilidade é maior, por conta das especificidade desse tipo de aluno, do jeito dele ser, que é diferente, por exemplo, do aluno cego, do aluno surdo, que a gente já tem mais estudos, métodos e técnicas para aplicar. Estou aqui para propor um estudo ampliado sobre a necessidade da inclusão das crianças com o transtorno de espectro autista. Como poderemos somar forças para termos uma perspectiva favorável a este  assunto? Precisamos nos reunir para discutir e criar políticas públicas para preparação da escola, no intuito de incluir o aluno autista”, avaliou.

Sinais e sintomas

A psicóloga Suzamara Veira, professora, Neuropsicóloga, mestra em Saúde Coletiva e especialista em Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência (RAPD), palestrou sobre os sinais e sintomas do transtorno. “Foi uma oportunidade muito enriquecedora, pois apresentei como se faz a avaliação clínica nos aspectos do comportamento, da capacidade cognitiva desse sujeito e a prevalência também de como a gente entende hoje. A previsão é que, em nível mundial, um por cento da população vai ter autismo. O intuito da minha fala é instruir o professor, porque  muitas vezes são eles os primeiros que vão observar sinais e sintomas daquela criança que está com um ano e meio, dois anos”, explicou.

A ideia, conforme Suzamara, é que o autismo seja identificado até os 36 meses, ou seja, até os três anos de idade. “Trazer para o profissional de saúde, o educador, e o professor

informações sobre a sintomatologia e fazê-los entender um pouco como acontece essas características sintomáticas do autismo vai fazer com que eles estejam mais atentos à realidade da experiência em sala de aula”, comentou.

As duas realidades

A professora do Instituto Federal Catarinense (IFSC), de Sombrio, Darquioni Feijó da Rocha, vivencia as duas realidades. Ela também é mãe de duas crianças autistas. “Venho ressaltar o quanto é significativo e importante que não só nós, pais e mães, possamos buscar essa informação, mas ter a parceria de instituições que nos trazem  ao contexto profissional mais dados no aspecto científico para vencermos os mitos que a internet disponibiliza e que muitas pessoas acabam acreditando. Eu considero muito significativo esse movimento e, realmente, nós precisamos fazer com que o autismo seja conhecido em todas as instâncias; na saúde, na educação, nos espaços de lazer e pela sociedade. Esse tipo de formação vai nos trazer um suporte muito importante, com embasamento técnico, que foge daquele achismo”, ponderou.

 

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