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Geral

Pesquisa realizada na Unesc faz parte de iniciativa social premiada no Fórum Econômico Mundial de Davos

Trabalho é desenvolvido pela professora Melissa Watanabe há cerca de 12 anos na Universidade e integra o MapBiomas. (Foto: Arquivo/Agecom)

Um trabalho desenvolvido pela coordenadora do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e professora da Unesc, Melissa Watanabe e de seu orientando, Igor Olsson, faz parte do MapBiomas, rede colaborativa premiada recentemente durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Ao todo, 16 iniciativas de todo o mundo foram reconhecidas pelo seu impacto e inovação social, entre elas esta de raízes na Unesc. O MapBiomas, rede formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, foi premiado dentro de uma nova categoria do prêmio Inovadores Sociais do Ano – Inovação Social Coletiva. 

A pesquisa reconhecida e que há 12 anos é realizada na Unesc teve início em 2005 quando Melissa cursava o doutorado. “Iniciei o estudo com relação à mudança da utilização da terra. Ao longo do tempo o tema foi ganhando interesse dos alunos. Quando ingressei na Unesc como pesquisadora, continuei com esta temática, e tive alunos bolsistas que continuaram explorando com TCCs, dissertações de mestrado, entre outros, utilizando o meu modelo, que inicialmente estava delimitado ao Paraná, extrapolando para todo o Brasil”, conta.

Importância para a sociedade

A professora destaca ainda que a premiação mostra a importância deste tipo de estudo para a sociedade como um todo. “Dentro da dissertação do bolsista Igor, que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) e do curso de Ciências Econômicas, utilizamos os produtos que o Mapbiomas disponibiliza como ferramenta de análise. Quando criamos estas séries históricas de maneira interativa, se busca a preservação e manejo sustentável dos recursos naturais com indicativos para tentativa de combate às mudanças climáticas”, relata.

A professora explica que o  uso e a mudança da utilização da terra estão relacionados com a forma com que os seres humanos usaram e ainda usam a cobertura vegetal. “Fizemos uma análise longitudinal, ou seja, ao longo do tempo. Por que isso está associado ao que chamamos de questões biofísicas, socioeconômicas e culturais para escolha de como o espaço vai ser utilizado. Isso está dentro da geografia humana que é em uma lógica de tomada de decisão para o uso do espaço geográfico”, explica.

Quando o desenvolvimento e a mudança deste cenário são observados, conforme Melissa, o estudo tenta compreender quais são os fatores que impactam no uso da terra, o que influencia e é influenciado pelo preço das produções agrícolas, da terra em si, pela migração das pessoas das áreas rurais para as urbanas. “Quando temos êxodo rural, temos menos mão de obra nas áreas rurais, o que impacta o que é produzido naquele espaço de terra. E também políticas governamentais quando implementam algumas áreas e potencializam o seu uso e o próprio desenvolvimento da indústria urbana que puxa a mão de obra”, enfatiza.

O MapBiomas

O MapBiomas produz mapeamento anual da cobertura e uso do solo e monitora a superfície de água e as cicatrizes de fogo mensalmente com dados a partir de 1985. Também avalia e elabora relatórios para cada evento de desmatamento detectado no Brasil desde janeiro de 2019, por meio do MapBiomas Alerta.

A intenção do trabalho é revelar as transformações do território brasileiro por meio da ciência, com precisão, agilidade e qualidade, e tornar acessível o conhecimento sobre a cobertura e o uso da terra, para buscar a conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais, como forma de combate às mudanças climáticas.

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