Assegurar as memórias e tentar compreender como as pessoas se apropriam dos espaços públicos e quais as percepções dos moradores com relação aos espaços públicos estão entre os objetivos do projeto de Extensão “Memórias e narrativas de comunidades: história do bairro nas lembranças dos moradores do Território Paulo Freire II”.
A iniciativa, que ocorreu por meio da parceria dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e História da Unesc, foi realizada no bairro Santa Augusta, em Criciúma. “Fizemos inicialmente algumas reuniões discutindo conceitos, metodologia, seguido de saídas de campo para reconhecimento do bairro e, por meio de alguns contatos iniciais, dos círculos de cultura”, fala o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo e coordenador do projeto, Jorge Luiz Vieira. 
Um dos pontos que ele cita está relacionado ao Rio Criciúma e às suas transformações ao longo do tempo. “O rio vai se transformando e como ele fica na memória das pessoas? Caminhamos pelo bairro e ainda percebemos resquícios de casas com pomares e hortas”, comenta.
Uma das bolsistas que participou deste processo foi a acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo, Mariany Nicolau Valin. “Foi muito interessante. Fizemos a pesquisa a campo e no círculo de cultura imaginávamos que eles iriam falar algumas coisas, mas não falaram e da mesma forma não esperávamos algumas coisas que eles acabaram nos passando, então migramos um pouco da história para as percepções que eles têm que às vezes não achávamos que iríamos ter”, relata.
A acadêmica Gabriela Costa Cardoso também destaca o que lhe chamou a atenção. “É interessante como os alunos da escola viam tudo que a gente ouviu dos adultos, uma percepção diferente e de como viam os prédios surgem, mas ainda mantém as brincadeiras nas ruas e como percebem o rio”, diz.
A transformação do espaço
Agora, a equipe pensa na elaboração de um artigo sobre o tema. Também participaram do projeto os alunos Celine Francisco e Gisleine Máximo Mendonça, além dos professores Carlos Renato Carola e Paulo Sérgio Osório. “A ideia do projeto, nesta parceria dos cursos de Arquitetura e História, é pensar o processo de transformação do espaço, como surge a comunidade e como ela foi se transformando com o passar do tempo, a partir do crescimento da cidade também. Ao mesmo tempo, assegurar as memórias e tentar compreender como as pessoas se apropriam dos espaços públicos. Quais as percepções que os moradores têm dos espaços públicos do bairro”, ressalta Osório.
