O desenvolvimento do estágio é um importante elemento da graduação. Colocar em prática tudo que o estudante aprendeu na Universidade, em um ambiente de alta performance, enriquece ainda mais esta experiência. Há pouco mais de um mês, estudantes do curso de Fisioterapia da Unesc estão atuando com o futebol feminino do Criciúma Esporte Clube. Em atendimentos no Estádio Heriberto Hulse, os acadêmicos desenvolvem competências e contribuem no tratamento e prevenção de lesões.
São nestes momentos que as aptidões são lapidadas e até descobertas, como no caso da Letícia Monteiro Betiol, aluna da nova fase. Ela sempre se encantou com as áreas da saúde coletiva e neurologia, mas a vivência no Criciúma trouxe novos interesses. “Estamos tendo mais do que uma experiência. É uma oportunidade incrível disponibilizada pela Universidade, curso de Fisioterapia e Criciúma Esporte Clube. Temos o estudo sobre esporte, mas trabalhar diretamente com atletas é ainda mais enriquecedor”, destacou.
Professor do curso e supervisor dos estágios, Diego Gerber explica que o ambiente permite o contato com diferentes patologias, muitas não encontradas nas práticas convencionais. “É algo novo e muito importante. Por ser voltado ao esporte, com ênfase no futebol, é possível encontrar situações vistas apenas na teoria. Quando há essa aplicação teórica e prática de forma mais incisiva, permite que o estudante tenha novos olhares sobre sua atuação”, afirmou.
Além da Fisioterapia, outros cursos da área de saúde estão sendo envolvidos no trabalho em conjunto com o Criciúma. Ao todo, mais de 50 alunos estão colocando em prática o que aprenderam em sala de aula, com ações no Clube e na Universidade. “Nas terças e sextas pela manhã temos os estudantes de Fisioterapia atuando aqui no Criciúma. São desenvolvidas atividades de pré-operatório, reabilitação, tratamento e prevenção de lesões. Nestes serviços, também estamos ofertando a auriculoterapia”, explicou a coordenadora dos estágios, Évelin Vicente.
O convênio entre o Criciúma e a Unesc foi oficializado em fevereiro. A Universidade já estampa a camisa tricolor e colocou à disposição do Clube 26 bolsas de estudos, além de toda sua expertise e estruturas voltadas ao esporte e à saúde. Também estão envolvidos neste projeto os cursos Educação Física, Farmácia, Biomedicina, Direito e Ciências da Computação. “Na construção dos 23 anos de história do curso, este é o primeiro momento que estamos dentro de um clube, que é uma marca da nossa cidade. É um projeto que traz muito crescimento para nossos estudantes, Universidade e para o futuro da Fisioterapia”, enalteceu a coordenadora do curso de Fisioterapia, Ariete Inês Minetto.
Atuação terá resultado científico
Em paralelo às atividades desenvolvidas pelos estagiários, os professores Paulo Silveira e Lisiane Tuon, em conjunto com o médico do Criciúma, Marcelo Beirão, estão levando a atuação no clube a um novo nível, por meio da pesquisa científica. “Nosso objetivo é poder antecipar as lesões musculares dos atletas da Categoria de Base. Serão executadas avaliações e os resultados serão associados aos marcadores bioquímicos de laboratório”, explicou Silveira.
Conforme o docente, times de referência no Brasil já desenvolvem este trabalho, mas no Criciúma a iniciativa terá base em um número maior de evidências científicas. Os pesquisadores da Unesc atuam no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e no Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGCSCol).