Gisele Rodrigues Madeira, diretora da Plasson México, foi a responsável por inspirar mais de 50 acadêmicos da Unesc na noite desta segunda-feira (5/4) na primeira edição de 2021 do projeto Prata da Casa, idealizado pelo Núcleo de Estudos Gestão e Estratégia em Negócios Internacionais (Genint). Ao compartilhar sua história pessoal e profissional, Gisele, que é egressa do curso de Administração habilitação em Comércio Exterior, deixou lições de dedicação ao estudo, de luta pelos próprios objetivos e amor ao trabalho.
Ela, que iniciou aos 19 anos na empresa, atualmente comanda uma equipe de 38 funcionários diretos em um país diferente, com cultura e idioma diferentes e com muita história de batalhas e vitórias para contar. Diante de tamanha bagagem, esta edição do projeto Prata da Casa, conforme o professor dos cursos e idealizador do projeto, Júlio Cesar Zilli, trouxe aprendizados práticos que vão além da teoria. “Todos nós aprendemos mais sobre empatia, dedicação e esforço, ingredientes fundamentais que fizeram com que Gisele chegasse onde chegou em sua trajetória profissional”, afirmou.
Nos próximos meses, de acordo com o professor, os acadêmicos terão a oportunidade de ouvir relatos de egressos que atualmente exercem suas profissões na Austrália, na Nova Zelândia e na Irlanda.
Esforço e dedicação desde o primeiro dia de trabalho
A vida profissional de Gisele, Sul catarinense, começou cedo, aos 12 anos. Percebendo a situação delicada que a família enfrentava com o pai desempregado, a então adolescente não hesitou em iniciar uma jornada de trabalho para colaborar, com o mínimo que fosse, com os custos da família. “Ao ouvir uma conversa dos meus pais sobre a situação financeira difícil fui correndo na casa da minha tia e pedi um catálogo de produtos para começar a vender. Ali conseguia arrecadar mensalmente em média de R$ 15 a R$ 20, valor que eu usava para ajudar nos custos dos materiais escolares, já que eu sempre gostei muito de estudar e também me dedicava a isso”, relembrou.
Assim que fez 15 anos a adolescente, já cheia de vontade de fazer a diferença, buscou emprego em uma fábrica de macarrão nas proximidades de casa, empresa onde trabalhou empacotando os produtos. Alguns anos depois, em mais uma situação financeira difícil para a família, Gisele quase viu seu sonho de cursar uma graduação ir por água abaixo. “Lembro do dia como se fosse hoje. Eu ouvindo do meu pai que eu precisaria adiar a ideia de prestar vestibular, pois ele não poderia mais me ajudar a pagar a faculdade. Fiquei arrasada, mas em seguida fui atrás de alguma alternativa para mudar o rumo dessa história”, contou no encontro desta noite.
Com a ajuda do pai a adolescente conseguiu um novo emprego, quase com o mesmo salário, mas onde via possibilidades de crescimento profissional. “Comecei a trabalhar como empacotadora de supermercado. Eu queria ser a melhor empacotadora, me dediquei e fui bem na função. Em um mês fui promovida e passei a atuar como caixa. Lembro que na época isso foi exemplo para que outros colegas almejassem também uma promoção”, relatou.
Já cursando a graduação que tanto sonhou, a acadêmica almejava poder colocar em prática os ensinamentos que vinha absorvendo a cada dia de aula e de estudos ao chegar em casa, madrugada adentro. “Foi aí que, comentando entre colegas, um deles ouviu meu desejo de trabalhar em algo que fosse na área da administração, que surgiu o incentivo para que eu enviasse meu currículo para a Plasson. Naquele momento não havia vaga aberta, mas pouco tempo depois essa vaga surgiu e eu fui entrevistada”, recordou.
Aos 19 anos Gisele conquistou a vaga graças a um diferencial em seu currículo: o trabalho voluntário realizado aos domingos. “Eu precisava dedicar algumas horas de trabalho para contar com a bolsa do Artigo 170 na Universidade. Como trabalhava o dia todo, de segunda à sábado, e estudava à noite, era aos domingos que eu cumpria esse compromisso no Hospital São Donato. Na entrevista fui questionada sobre isso e, ao explicar minha história, tive o esforço reconhecido e fui escolhida”, pontuou.
De lá para cá Gisele construiu sua vida a partir daquilo que acredita ser a principal lição da vida: aproveitar todo o tempo em prol do conhecimento. Galgando de função em função, a administradora chegou a ocupar a função de gerente administrativa de vendas da Plasson do Brasil até ser convidada a assumir como diretora em um novo mercado, o México, país onde vive até hoje com a família.
Para ela, entre as convicções que colaboraram com seu crescimento está a vontade de aprender sem vergonha de trabalho ou de dúvidas. “Nós não temos que ter vergonha de trabalho nenhum. Perguntar ou pedir um ensinamento jamais é vergonha, é oportunidade. Temos que ter vontade, aproveitar o tempo para aprender sempre um pouco além, assim vamos sempre aumentando o conhecimento e, quando a oportunidade chega, estamos preparados”, aconselhou.
Os anos de graduação, para Gisele, foram vividos intensamente e deixam lembranças maravilhosas. “Eu aprendi e me dediquei muito enquanto acadêmica. Sinto orgulho da aluna que fui. Tive foco. Sempre busquei aplicar os ensinamentos e trabalhos das disciplinas no meu trabalho e isso enriqueceu muito os resultados, tanto que pude aplicar na prática a resolução de um problema sobre o qual pesquisei em meu Trabalho de Conclusão”, acrescentou ainda deixando o convite para que os alunos se esforcem cada vez mais em prol dos estudos e da busca incessante por novos conhecimentos.
Acompanharam também o encontro virtual desta segunda-feira os professores Isabel Regina de Souza, Valdir Scarduelli Neto e Wagner Blauth.
História inspiradora!! Muito legal!!