Sentadas em círculo, com um papel e uma caneta, diversas mulheres foram convidadas a escrever os seus pontos fortes, as suas qualidades. No início, a maioria achou que a tarefa era um pouco complicada, mas, aos poucos, instigadas pela psicóloga Cristiane Alves, as folhas brancas passaram a ganhar contornos em azul que foram formando as palavras.
A iniciativa é do Ambulatório de Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia da Unesc (AMASF), e teve o intuito de tirar as pacientes da rotina e para pensarem em si. Uma delas foi Denilda Ferdinando Bittencourt, que aprovou a ideia. “Conversamos bastante e ainda tive interação com as outras pacientes que conheci agora”, comenta.
Para colocar aquela autoestima debatida no bate papo em prática, todas as mulheres ainda tiveram um momento para cuidar de si com maquiagem. “Fizemos essa dinâmica para que saiam da rotina, conversem um pouco com toda a equipe multiprofissional. A psicóloga falou sobre o assunto e como podem trabalhar os momentos de tristeza ou de tensão, sendo este uma oportunidade de conhecimento e autocuidado, especialmente para elas que, diante da doença, muitas vezes têm pensamentos negativos e até envolvendo o suicídio”, salienta a fisioterapeuta do Amasf, Kálita Silveira Nunes.
Transformação de vida
Denilda, aquela paciente que aprovou a iniciativa da tarde desta terça-feira (06/09), já realizou quatro sessões no Ambulatório de Atenção à Saúde da Pessoa com Fibromialgia, o que tem transformado a sua vida para melhor. “É algo que me ajuda muito, tanto nas dores quanto no emocional, além do dia a dia. Eu não conseguia tratamento em outro lugar. Nestas sessões que fiz até agora, tive fisioterapia, hidroterapia, massagem e até mesmo medicação, que eu também não conseguia lá fora”, destacou.
Kálita lembra que os trabalhos do ambulatório iniciaram em 2020 para atender aquelas pessoas que já possuem o diagnóstico de fibromialgia. “O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar com sete áreas da saúde, exceto médico, trabalhando especialmente na funcionalidade, seja física ou psicológica, destes pacientes. Trabalha ainda a reinserção nos grupos da sociedade, a diminuição da dor, o autocuidado e autogestão para que as pacientes possam levar uma vida melhor. Quando alguém lhes diz que esta é uma doença que não tem cura, elas ficam muito apreensivas e, às vezes, os sintomas até pioram somente devido a esta frase, mas é importante que elas saibam que há tratamento”, pontua.