A luta contra o preconceito e a discriminação sofridos pela população LGBTQIA+ precisa ser constante e embasada no conhecimento. Sabendo disso, a Liga Acadêmica Multidisciplinar LGBT+ da Unesc promoveu, na noite desta sexta-feira (20/05), um bate-papo qualificado em torno do assunto com foco em reflexões e informações abordadas pelo mestre em Direitos Humanos e Sociedade, Pedro Henrique Cardoso Hilário.
O encontro reuniu a comunidade acadêmica no Auditório Ruy Hülse para ouvir o pesquisador, dedicado ao estudo dos direitos humanos de crianças e adolescentes transgênero. Conforme Pedro, a proposta levantada pela Liga é instigar a reflexão sobre a realidade vivida pela população LGBTQIA+. “Muitas discussões em torno desse assunto são evitadas por tabus, porém quando evitamos conversar sobre algo estamos perpetuando o preconceito. Precisamos falar, mostrar dados, realidades e, com isso, conscientizar”, comenta.
De acordo com o palestrante da noite, a homossexualidade há 32 anos foi retirada da classificação internacional de doenças pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a transexualidade há apenas três anos, o que demonstra que ao longo dessas décadas a sociedade caminha a passos lentos para a conscientização em torno do assunto. “Para mudar o cenário precisamos, invariavelmente, pensar em políticas públicas de conscientização. Temos um ecossistema muito travado nesse sentido. Precisamos capacitar profissionais de diferentes áreas para multiplicarem a informação e falar disso na comunidade acadêmica já é um passo para isso”, destacou Pedro.
Comando da Liga LGBT+
A abertura da noite de reflexões ficou por conta da graduanda de Direito e pesquisadora em Direitos Humanos, Mirella Olivia, vice-presidente da Liga LGBT+ da Universidade.
Representando o Diretório Central dos Estudantes, o acadêmico Willian Domiciano parabenizou a iniciativa do grupo em oportunizar a discussão na Universidade. “Como Universidade Comunitária é muito bom que tenhamos um espaço para lutar pelos nossos direitos. Estamos nos colocando à frente desta luta porque somos Universidade de inclusão, onde há espaço para todos”, comentou.
Lucene Magnus, mestrando em Desenvolvimento Socioeconômico e diretor de eventos da Liga LGBT+, foi o responsável por mediar o bate-papo com o palestrante da noite. Conforme ele, oportunidades de diálogo como a oportunizada pela Liga nem sempre foram possíveis em todos os ambientes e hoje são realidade na Unesc. “Espaços como esse hoje existem graças à luta e construção de um projeto de Universidade que seja para todas as pessoas. Essas oportunidades nos ajudam a continuar dentro da Universidade, continuar os projetos que já iniciamos, vislumbrar e compreender aquilo que a gente ainda quer construir”, destacou.
O palestrante da noite encerrou sua participação indicando filmes e séries que abordam a temática de diferentes maneiras. Entre as sugestões estiveram a série Heartstopper, o filme Boy Erased e leituras como “Homofobia: identificar e prevenir”, da autora Jaqueline Gomes de Jesus; “Um corpo estranho”, da autora Guacira Lopes Louro; “Contra a moral e os bons costumes”, de Renan Quinalha; e “A reinvenção do corpo”, de Berenice Bento.
O trabalho da Liga Acadêmica e as ações promovidas ao longo do ano podem ser acompanhadas pela página no Instagram @Lam.lgbt.
A palestra ficará disponível para visualização no canal da Unesc TV No Youtube: