O curso de moda SENAI/ Unesc realiza durante toda esta semana diversas atividades relacionadas ao Movimento Fashion Revolution. De 18 a 24 de abril ações especiais serão realizadas em prol de uma moda mais sustentável. Este é um movimento que acontece em nível mundial e que surgiu a partir de abril de 2013 quando aconteceu uma tragédia em Bangladesh, onde morreram 1.100 pessoas e ficaram feridas mais de 2.500 pessoas.
“Essas pessoas trabalhavam em condições análogas a escravidão em uma confecção produzindo peças para grandes empresas. A partir desse momento começaram a se fazer movimentos em instituições de ensino, em outras organizações para defender uma moda mais justa, mais ética, mais transparente, mais social, e mais inclusiva. Por isso, todo o mês de abril, as instituições se mobilizam com ações específicas”, explica a coordenadora do curso de Moda Senai/Unesc, Charlene Vicente Amâncio Nunes.
Esta semana, várias atividades foram montadas pelas próprias alunas. “Já tivemos a colagem de cartazes com o objetivo de informar as pessoas sobre o que era o movimento, tivemos nesta terça-feira, dia 19, duas palestras importantes sobre o tema. Nesta quarta-feira teremos duas oficinas voltadas à sustentabilidade, uma de bordado e outra de estamparia botânica. Encerraremos na sexta-feira com o fechamento desta semana especial”, enaltece a coordenadora.
Ao longo desses dias, também serão promovidas a arrecadação de alimentos e os acadêmicos estão confeccionando cueiros que serão doados para crianças carentes do Balneário Rincão, já que o movimento está muito veiculado às causas sociais. “Nosso objetivo é de conscientizar sobre os impactos socioambientais da moda e essa semana especial foi pensada com o objetivo de informar os acadêmicos dos problemas do setor. Por isso trouxemos palestras, oficinas, convidados, além de promovermos atividades para que possamos formar profissionais ainda melhores e mais conscientes”, garante uma das coordenadoras da semana especial, a aluna do 5º semestre do curso de moda, Camila Gabrieli Ferreira Cardoso.
Na terça-feira, os estudantes participaram de duas palestras especiais. A primeira com Graziela de Aguiar Ramos, ex-aluna do curso, que idealizou a marca Pacotinho de Amor eu produz roupas infantis sem gênero, produzidas de forma sustentável. O segundo encontro foi com a convidada Claudua Campos, idealizadora da Clau Estampas Afrodiaspóricas que falou sobre a representação da história e da cultura negra através da estamparia têxtil.
Segundo a coordenadora do curso, a sustentabilidade é algo que não pode ser desconsiderado pelos alunos e ela precisa estar desde o começo da criação dos produtos de moda, passando pelos processos de transformação, produção, até o consumidor final. “Como é uma cadeia produtiva muito ampla, temos que pensar o que podemos minimizar de impacto ao meio ambiente. Nós sabemos que o impacto é inevitável, mas o que se pode fazer enquanto profissional para minimizar isso? Por isso esta semana se torna tão importante”, reforça Charlene.