O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, será lembrado nesta quinta-feira (19/11) pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas (NEAB) da Unesc, que propõe um diálogo sobre “Protagonismo e ancestralidade na literatura negra”. O evento será totalmente virtual, a partir das 19 horas, e a data será celebrada com o conhecimento da pós-doutora em Educação Maria Aparecida Rita Moreira.
Segundo Denis Vieira Moraes, um dos organizadores, o momento é de relembrar lutas e também de exaltação. Então, diante da escolha do tema, o objetivo foi mostrar um pouco do que a negritude trouxe para a cultura do país. “Optamos por evidenciar este protagonismo dentro da literatura. Ao longo dos anos nos perguntamos onde o negro está na literatura? As pessoas sabem que existem grandes autores negros?”, aponta.
Normélia Ondina Lalau de Farias, coordenadora do Núcleo, explica que muitas vezes o maio negro é mais enfatizado. Porém, o período se caracteriza por lembranças negativas e denúncias às atividades racistas. “Então, para nós negros e negras, o mais importante acaba sendo o 20 de novembro. Mais do que o dia pontualmente, é um mês inteiro para que possamos realmente estar nos conscientizando do que é ser negro neste país, diante de uma sociedade tão racista”, explica.
A lembrança do Dia da Consciência Negra na Unesc também terá o objetivo de exaltar as raízes do povo negro, tanto no que tange a questão cultural quanto mostrar as contribuições que o Brasil recebeu deste povo. “A ancestralidade tem grande importância. É por meio dela que conseguimos manter as nossas tradições e nossas convicções. Agora podemos fazer valer a nossa voz e sermos ouvidos. As pessoas não podem continuar ignorando tudo aquilo que este povo, trazido e escravizado pela nação, nos deixou como heranças positivas e que são desfrutadas dia após dia”, evidencia Normélia.
Maria Aparecida, convidada para trazer sua experiência à Universidade, é uma mulher negra comprometida com a luta antirracista e professora aposentada do estado de Santa Catarina. “Atualmente é presidenta da Associação de Educadores Negros de Santa Catarina. Também participa como membro da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN) e do grupo de pesquisa Literalise da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisa literatura negro-brasileira e realiza formações em Educação para as Relações Étnico-Raciais”, destaca Moraes.
A proposta inicial é que a pós-doutora traga suas reflexões. Posteriormente, algumas abordagens sobre o empretecimento da literatura nortearão as conversas. “Temos, por exemplo, Machado de Assis. Um homem negro que por muitos anos não foi retratado assim, sempre embranquecido em imagens e reproduções”, explica o organizador.
A transmissão do diálogo será feita ao vivo pela YouTube da Unesc TV, em YouTube.com/UnescTv. A mediação será realizada pelo egresso da Universidade, Douglas Vaz.