Colégio Unesc/Ensino Fundamental e Médio

SCT: Criatividade e conhecimento movem
a Feira de Ciências da Unesc

Evento, que chega à 11ª edição, reúne 34 projetos de escolas públicas e privadas e destaca o papel da ciência na educação básica (Fotos: Thiago Oliveira/ Especial Agecom Unesc)

Projetos de física, química, biologia e uma atenção especial aos oceanos. Pesquisas que se transformaram em trabalhos de encher os olhos. O Ginásio José Antônio Carrilho, na Unesc, se tornou, nesta quarta-feira (22/10), em uma vitrine de criatividade e conhecimento com a 11ª edição da Feira de Ciências da Unesc. Foram 34 projetos apresentados por cerca de 200 alunos de nove escolas públicas e privadas da região.

Criada em 2015, a Feira é parte da Semana de Ciência e Tecnologia (SCT) da Universidade e tem como principal objetivo acender, ainda na educação básica, o interesse pela Pesquisa e a valorização da ciência como ferramenta de transformação.

 “A Feira de Ciências dentro da SCT é um link entre o Ensino Básico e a Universidade. Esse movimento de trazer as escolas para a Universidade para exporem seus trabalhos científicos é uma forma de criar na educação básica a chama da ciência, da importância do conhecimento científico para o desenvolvimento social, econômico e científico mesmo dos nossos estudantes”, destacou a coordenadora da ação, Mainara Figueiredo Cascaes.

 O Colégio Unesc marcou forte presença na Feira, com 18 trabalhos apresentados. Um deles, vindo do 8º ano, chamou a atenção pelo conteúdo didático e visual: um histórico completo dos modelos atômicos. O grupo, formado por Ana Luisa Correa Ronchi, Maria Heloísa Maciel Feijó, Clara Fernandes de Carvalho, Maria Laura Alano, Lavínia Perdoná, Cristopher Monteiro e Pedro Henrique de Souza, se dedicou durante um mês e meio para montar a linha do tempo da evolução atômica.

 “Trouxemos todos os modelos, desde o mais antigo até o mais atual, que é acreditado hoje em dia. Tem todos os modelos atômicos e o nome de cada um, de cada época”, contou Clara. 

Ampla participação

A Feira também contou com a participação de duas escolas de Araranguá, que trouxeram projetos desenvolvidos ao longo de todo o ano. Para a professora Monique Pereira, o momento é muito mais do que uma exposição de trabalhos escolares.

 “Para nós é uma oportunidade de mostrar para toda a comunidade escolar um trabalho que os grupos vêm desenvolvendo desde o início do ano. Quando oportunizam essa possibilidade de demonstrar um trabalho que é puramente escolar e construído por eles, eu fico muito orgulhosa, porque a gente vê a capacidade dos nossos alunos. Eles conseguem perceber que a ciência ainda está viva e se a gente plantar um pouquinho neles todos os dias, a gente vai fazer um futuro muito melhor. É isso que as feiras da Unesc oportunizam”, ressaltou. 

Uma das turmas do Colégio Murialdo apresentou um biodigestor ligado a um motor. Formado pelos estudantes Davi André Lazari Luciano, Gustavo Santa Helena, Heloisa Zanardo Perraro, Lucas Gabriel Friedrich, Rhyan de Souza Duarte e Ricardo da Silva Zanatta, todos do 2º ano do Ensino Médio, o grupo levou cerca de quatro meses para a montagem do motor e mais um mês e meio para o biodigestor.

 “Colocamos matéria orgânica dentro do biodigestor e, com a questão de temperatura e tudo mais, acontecem algumas reações químicas. Uma parte delas gera biofertilizante e a outra parte gera gás, que passa por um processo de filtragem de água e vira gás metano praticamente puro. E com esse gás metano nós queimamos para aquecer uma panela de pressão ou uma caldeira. A partir do vapor da água, conseguimos movimentar o motor, que ligado em um alternador por meio de uma correia, gera energia elétrica. E o biofertilizante, pode ser usado para fertilizar qualquer horta ou coisa do tipo”, explica Gustavo. 

“É um orgulho ver todo o esforço que a gente fez sendo reconhecido e demonstrar para as outras pessoas que como tudo que a gente descarta pode ter um destino novo e pode mudar a nossa realidade”, completa o estudante. 

Curiosidade e pensamento crítico

A Feira recebeu também a visita da oceanógrafa e pesquisadora Carina Stefoni Böck, do Rio de Janeiro, responsável pela palestra de abertura da SCT. Ao percorrer os estandes, ela se mostrou impressionada com a qualidade dos projetos e reforçou o papel da curiosidade e do pensamento crítico desde cedo.

 “Esse pensamento crítico, as ideias, têm que começar desde cedo. O pesquisador tem essa mente, tem que ter essa vontade de sempre buscar novos aprendizados, de novos conhecimentos, procurar soluções aos desafios atuais. Então, a gente promover isso nos alunos, alunos pequenos, de vários anos que estão participando aqui hoje, promover esse pensamento crítico, ideias, estimular, isso é muito importante para os futuros profissionais que eles vão se tornar”, salientou.

SCT 2025

A 16ª Semana de Ciência e Tecnologia (SCT) da Unesc segue até o dia 25 de outubro, com uma ampla programação voltada à ciência, inovação e sustentabilidade. Neste ano, o tema é “Planeta Água – A cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, em sintonia com o movimento nacional.

O evento conta com o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A programação completa está disponível no site unesc.net/sct2025.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *