A prevalência de Covid-19 na população adulta de Siderópolis é tema de uma nova pesquisa a ser desenvolvida pela Unesc. Nesta segunda-feira (14/9), o município recebeu pesquisadores da equipe multiprofissional da Universidade, para a coleta de dados a serem avaliados para a elaboração de um diagnóstico. As atividades são lideradas pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol) e realizado em parceria com os cursos de Biomedicina e Enfermagem da Unesc e a Secretaria Municipal de Saúde de Siderópolis.
A equipe de pesquisadores é formada pelas professoras do PPGSCol e do curso de Enfermagem, Cristine Damiani Tomasi e a reitora Luciane Bisognin Ceretta; pelo coordenador do curso de Biomedicina, Emanuel de Souza; pela coordenadora adjunta do curso de Enfermagem, Mira Dagostim e pela professora do PPGSCol, Vanessa Iribarrem Avena Miranda. A equipe é formada ainda por acadêmicos dos cursos de Biomedicina e Enfermagem da Unesc, que atuarão na coleta de materiais e informações na comunidade.
Para a reitora, Luciane Bisognin Ceretta, a pesquisa é de grande valia para todos os agentes envolvidos e irá colaborar com o desenvolvimento de estratégias que impliquem em boas práticas para o cuidado das pessoas durante a pandemia. “Temos uma equipe de pesquisadores altamente competente, com estratégias metodológicas bem elaboradas e de reconhecimento nacional. Por isso estou muito certa dos resultados positivos que essa pesquisa terá tanto para a Universidade quanto para o município”, afirma Luciane. A reitora ainda enfatiza a importância do trabalho comunitário da Unesc, que neste momento de pandemia coloca a ciência produzida na Universidade a serviço da vida e dos municípios da região. “Isso só uma universidade comprometida com o desenvolvimento regional e do tamanho da Unesc, com seus valores e a missão muito solidificados, consegue realizar”.
Pesquisa prioriza testagem em pessoas do grupo de risco
Cristiane explica que a Secretaria de Saúde de Siderópolis entrou em contato com a Unesc porque viu a necessidade de fazer um levantamento com a população para determinar a prevalência de Covid-19. Segundo a coordenadora do PPGSCol, a pesquisa será realizada com pessoas acima de 18 anos e que estejam no grupo de risco, com prioridade de testagem dada para pessoas idosas e com doenças crônicas. Os testes rápidos para o coronavírus serão feitos pelo curso de Biomedicina e a coleta de dados, pelos professores do PPGSCol e do curso de Enfermagem.
A pesquisa teve início com a população da área central de Siderópolis e posteriormente, o estudo será realizado também com moradores da área rural do município. Além da coleta de sangue, os pesquisadores irão aplicar um questionário para o levantamento de dados relativos ao comportamento das pessoas neste período, saber se cumpriram o isolamento social e como se sentem em relação à pandemia. O acesso das pessoas à atenção primária à saúde também será avaliado.
Para a enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Siderópolis, Laurinês Budel Possebon, a pesquisa se faz necessária para identificar as pessoas que estão positivas ou negativas para a Covid-19. “O estudo nos auxiliará a estabelecer o endurecimento ou afrouxamento das medidas de distanciamento social, evitando a disseminação do novo coronavírus”, afirma.
Segundo a professora da Unesc, Cristiane Tomasi, a pesquisa será importante também para o PPGSCol. “Para o Mestrado Profissional em Saúde Coletiva da Unesc, a pesquisa vai ao encontro do o PPGSCol quer: a interação com os serviços de saúde e também dar resposta para a sociedade nesse momento de pandemia”, afirma Cristiane.
Primeiros participantes
Uma das primeiras casas visitadas pela equipe da Unesc foi a de Sheila Regina Marques, que considera o levantamento uma iniciativa positiva para a população. “A pesquisa é importante para avaliar o número de moradores que já tiveram o vírus ou que ainda possam estar contaminados. É algo muito bom e ajudará a analisar por mais quanto tempo deve seguir a pandemia. Achei muito interessante, foi rápido e as meninas foram muito atenciosas”, conta a moradora do bairro Tereza Cristina.
Curso será responsável pelos testes sorológicos
O curso de Biomedicina da Unesc será o responsável pela realização dos testes sorológicos para Covid-19. As amostras de sangue coletadas serão enviadas para o Lenac (Laboratório de Análises Clínicas) da Universidade, onde serão processadas e analisadas.
O coordenador do curso de Biomedicina, Emanuel de Souza, explica que os exames irão detectar a presença de anticorpos que indicarão se o indivíduo está com o vírus ativo (pode infectar outras pessoas) ou se já adquiriu imunidade ao coronavírus. “A pesquisa que será desenvolvida em Siderópolis é de extrema significância, uma vez que quanto mais a população for testada, mais teremos condições de controlar e diminuir a expansão da pandemia no novo coronavírus”, afirma.
Acadêmicos das últimas fases de Biomedicina participarão do projeto, desde a realização da coleta sanguínea até o processamento das amostras e auxílio na realização dos testes junto ao coordenador do curso.
Ampliação do conhecimento
A coordenadora adjunta do curso de Enfermagem, Mira Dagostim, chama a atenção para a oportunidade de aprendizado para os estudantes que estão participando do estudo. “Esta é uma pesquisa de extrema importância. Com ela, a Unesc vai estar ainda mais próxima do município e os nossos alunos que estão participando ativamente do estudo, terão uma oportunidade de ampliar o conhecimento e a sua formação acadêmica. Averiguar através da pesquisa como está o perfil do município em relação à Covid-19 é extremamente importante para nosso cenário acadêmico, como prestação de serviço e para reforçar o papel comunitário da Unesc”, afirma.
Metodologia
A professora do PPGSCol, Vanessa Iribarrem Avena Miranda, responsável pelo desenho da metodologia a ser aplicada, explica que a seleção da amostra foi realizada de forma aleatória a partir de todos os setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), resultando em 616 domicílios a serem visitados. “Será realizado teste sorológico para Covid-19 e a aplicação de um questionário a todos participantes”, comenta.