
“Tenho certeza que fiz a escolha certa.” A frase é de Ramon da Silva Candido, formado em Arquitetura e Urbanismo pela Unesc. Após uma década de preparo, superação de dificuldades financeiras, a perda do pai e a pandemia, ele chegou à cerimônia de colação de grau. O filho de pedreiro e professora resume a trajetória como um caminho de resiliência e amor pela profissão que escolheu ou que, como gosta de dizer, lhe escolheu.
Ao lado dele, outros colegas celebraram as superações e a conquista do diploma da graduação na noite deste sábado (23/8), no AM Master Hall, palco da formatura dos cursos de Administração; Administração Comércio Exterior; Arquitetura e Urbanismo; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Design; Pedagogia e Tecnologia em Design de Moda.
Para Ramon, cada etapa foi um aprendizado. Em 2020, em pleno isolamento social, ele se desdobrou para conseguir entregar os trabalhos, já que não possuía mesa técnica ou computador adequado. Mais recentemente, precisou conciliar o estágio e o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o luto pela morte do pai, Nereu. “O que me manteve firme foi entender que já carregava anos de dedicação e luta, e que tanto meu pai quanto minha mãe sempre torceram para que eu chegasse à reta final. Segui em frente por eles, em nome do ofício e da vida que me proporcionaram. Continuarei dedicando todas as vitórias que tive e ainda terei como profissional”, afirmou.
Histórias como a de Ramon e dos colegas traduziram o espírito da noite de formatura: superação, gratidão e esperança. Entre memórias de esforço e sonhos para o futuro, todos celebraram, não apenas a conclusão da graduação, mas a certeza de que cada desafio os moldou para o futuro.
A reitora em exercício, Gisele Silveira Coelho Lopes, ressaltou que construir futuros é muito mais que exercer uma técnica, mas assumir um compromisso com a vida, com a dignidade humana, a justiça, a cultura e a esperança. “Sigam com a certeza de que a maior obra a ser construída é o próprio futuro justo, sustentável, humano e profundamente belo. A Unesc continuará sendo a casa de vocês. Uma Universidade que acolhe, transforma e que seguirá de portas abertas, comprometida com a formação permanente de profissionais éticos e humanos”, citou.
“Nossa Unesc está entre as 150 melhores universidades da América Latina e entre as 20 melhores do Brasil. Aqui temos cientistas reconhecidos mundialmente e milhares de projetos que impactam vidas diariamente. Somos ciência e afeto. Transformamos vidas pela educação”, acrescentou.
Reflexões compartilhadas
O momento ímpar para os novos formados mereceu um discurso ainda mais especial da reitora em exercício. “Este é um momento de celebração, mas também de reflexão. Hoje, não encerra apenas um ciclo acadêmico. Este é o início de uma nova trajetória. Decidi fazer um discurso diferente, mais próximo, quase como uma última aula. Mas não quero fazê-lo sozinha, por isso convidei os coordenadores dos cursos para compartilharem comigo”, falou.
A “última aula” teve como tema “A arte de construir futuros” e foi ouvida com atenção por cada um dos 64 novos profissionais. Assim, no discurso de Gisele, estiveram reunidos os ensinamentos dos coordenadores dos oito cursos. O professor Tiago Francisco, coordenador de Administração e Comércio Exterior, lembrou que o administrador é o arquiteto do futuro ao transformar conhecimento em decisões e, por consequência, em oportunidades seguidas de impacto social. “É quem constrói pontes entre sonhos individuais e o bem coletivo”, ressaltou a reitora em exercício.
A professora Michelle Schneider, coordenadora da Administração na modalidade EaD, reforçou que os agora egressos são protagonistas de uma nova era da gestão, prontos para liderar com propósito e coragem, fazendo da profissão um instrumento de impacto positivo na sociedade. Já a professora Aline Savi, que coordena o curso de Arquitetura e Urbanismo, recordou que a formação transcende a técnica. “É um compromisso ético com a transformação da sociedade. Cada linha traçada, cada espaço concebido, carrega responsabilidade com a vida, a dignidade humana e o futuro das cidades”, fez questão de ressaltar Gisele.
A professora Andréa Citadin, coordenadora de Ciências Contábeis, lembrou que a profissão deve ser exercida com competência técnica e ética, consciente de seu papel social. A contabilidade não é apenas números, mas um pilar do desenvolvimento sustentável, garantindo transparência e confiança que fortalecem instituições e comunidades.
Olhar além
O professor Igor Olson, coordenador de Ciências Econômicas, afirmou que a economia é a ciência das escolhas. “O economista deve olhar além, interpretar as dinâmicas invisíveis que movem a sociedade e oferecer caminhos para que o desenvolvimento se traduza em dignidade e esperança. O professor João Rieth, coordenador de Design, destacou que a essência desta profissão está na empatia: observar pessoas, compreender necessidades e criar soluções que humanizam a vida”, disse Gisele.
“A professora Charlene Vicente Amâncio Nunes, coordenadora de Tecnologia e Moda, nos lembrou que a moda é expressão cultural e identidade. Mais que tecidos e formas, ela traduz resistências, memórias e futuros possíveis. Cada criação pode ser um gesto de transformação e impacto real na sociedade. A professora Edna Regina Baumer, coordenadora de Pedagogia, reforçou que educar é um ato permanente de reinvenção. Como dizia Paulo Freire, não há saber maior ou menor, há saberes diferentes. A Pedagogia nos ensina que cada encontro humano é oportunidade de criar e recriar o conhecimento”, concluiu.