
Uma ‘febre’ que está aumentando na sociedade e que já desperta atenção de pesquisadores e agentes da Saúde Pública é o uso do vape, ou popularmente conhecido cigarro eletrônico. Esse foi o assunto da aula magna do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSCol), com o tema: Do cigarro ao Vape: a nova geração de dependência e o impacto na Saúde Pública, ministrado pela professora doutora e coordenadora do PPGSC da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Luiza de Lima Curi Hallal.
O ensinamento foi repassado aos estudantes, professores e trabalhadores da saúde, nesta sexta-feira (1º/8), no auditório Edson Rodrigues. As boas vindas ficaram a cargo da coordenadora do PPGScol, Lisiane Tuon, do coordenador adjunto, Antônio Augusto Schäfer e, representando a reitora em exercício, Gisele Coelho Lopes e a Pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão (Propriex), Vanessa Moraes de Andrade, da assessora da Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu, Camila Daminelli.
Conforme a coordenadora do Programa, Lisiane, a aula foi muito importante devido à interação entre os Programas de Pós-graduação em Saúde Coletiva das duas Universidades.
“A professora doutora Ana coordena o PPGSC da UFSC, e essa interação entre os programas têm se mostrado extremamente positiva. A palestrante é uma pesquisadora altamente qualificada, com vasta expertise e conhecimento na área, além de grande competência para abordar o tema escolhido. Os cigarros eletrônicos se tornam uma preocupação crescente para a saúde coletiva e pública, e é fundamental estarmos atentos ao aumento do seu uso. Esta aula, além de ser uma importante fonte de reflexão, também pode abrir portas para parcerias estratégicas entre os programas e estudos que vão beneficiar a população”, analisou Lisi.
Como destacou a palestrante, sua fala aborda a epidemia do uso de cigarros e, mais recentemente, dos cigarros eletrônicos, e o impacto dessa nova forma de administração de nicotina na saúde pública.
“Apresentei sobre o impacto da prevalência, do aumento do número de fumantes e como o cigarro eletrônico tem influenciado isso e como é que podemos, enquanto grupo que trabalha com a saúde coletiva, gerar dados que possam impactar as políticas públicas para diminuir ou para deter o crescimento do número de fumantes. Estamos falando de um equipamento contrabandeado, já que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida sua venda no Brasil”, comentou Ana Luiza.
A professora Camila Serafim Daminelli enfatizou que o retorno ao segundo semestre de 2025 do PPGSCol, foi um verdadeiro presente. Essa palestra da professora Ana Luiza, sobre o uso do Vape, foi super esclarecedora – um tema urgente e que tem gerado muitos debates importantes por aqui. De forma didática e sempre dialogando com os estudantes e professores, a palestrante fez um resgate das políticas públicas de combate ao tabagismo no Brasil desde o final dos anos 1980. E, a partir disso, nos provocou a pensar: como podemos construir políticas semelhantes para lidar com os desafios do Vape hoje? Foi um momento riquíssimo de trocas, que reforça o quanto o Programa está atento às questões atuais que envolvem a saúde coletiva”, destacou Camila.
Pesquisa
Desde 2024 o grupo de pesquisa “Atenção à Saúde e Epidemiologia (GPASEpi)” do PPGScol, liderado pelos professores Antônio Augusto Schäfer e Fernanda de Oliveira Meller, estuda o tema e tem produzido materiais científicos e educativos. Um dos projetos é sobre o uso de cigarro eletrônico e cigarro convencional entre universitários. Os dados apresentados foram retirados da pesquisa intitulada “Estudo sobre os aspectos comportamentais, hábitos de vida e saúde mental de universitários do sul do Brasil”.
“O relatório técnico conclusivo Uso de Cigarro entre universitários de Criciúma/SC apresenta resultados sobre o uso de cigarro eletrônico e cigarro convencional entre acadêmicos e teve como objetivo avaliar os aspectos comportamentais, os hábitos de vida e a saúde mental dessa população. Os dados descritos nesse relatório apresentam características comportamentais dos universitários, entre elas o uso de cigarro eletrônico, tabagismo prévio, tabagismo atual e quantidade de cigarros fumados por dia”, explicou o professor Schäfer.
Cartilha
A partir dessa pesquisa, foi construído outro material sobre o tema, que é a cartilha digital publicada pelo Grupo de Pesquisa GPASEpi do PPGScol, com o título: Não se engane: cigarro eletrônico é cigarro – Não troque seu vício por outro.
Segundo os organizadores, a cartilha é destinada à população em geral, com foco no público jovem, visto que o uso do cigarro eletrônico ultrapassou o tabagismo convencional entre adolescentes e jovens em diversos lugares do mundo.
Para conhecer mais detalhadamente a cartilha, é só clicar aqui