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Pesquisa sobre desempenho e saúde mental dos atletas da base do Criciúma entra em nova fase de coletas

Professora Tatiana Barichello esteve em visita à Unesc e foi recebida pela gestão. (Fotos: Divulgação)

O estudo desenvolvido pela Unesc, em parceria com a Universidade do Texas em Houston (UTHealth) e com apoio da National Football League Players Association (NFLPA), segue avançando e chega à segunda fase de coletas junto aos atletas da base do Criciúma Esporte Clube. A pesquisa investiga os efeitos do uso de psicobióticos, substâncias com bactérias benéficas à saúde intestinal, no desempenho esportivo, na recuperação física e no bem-estar mental dos jovens atletas.

A proposta, liderada pela professora doutora Tatiana Barichello e pelo professor doutor Bruno Kluwe Schiavon (UTHealth), teve a primeira etapa concluída ainda no início do ano, antes da abertura oficial da temporada. Nessa fase inicial, entre 150 e 160 atletas foram avaliados.

“Atualmente, estamos reavaliando os mesmos atletas, que iniciaram o uso dos psicobióticos desde a pré-temporada. Eles continuarão consumindo as cápsulas até o final do calendário de jogos, quando faremos uma nova rodada completa de avaliações”, explica Tatiana.

Segundo ela, trata-se de uma pesquisa ampla e detalhada. “Aplicamos questionários sobre lesões musculares, estresse no ambiente esportivo, fadiga, humor e ansiedade. Também realizamos testes de atenção, memória e velocidade de raciocínio. Além disso, coletamos sangue, fezes e saliva para análises de marcadores inflamatórios, microbiota intestinal e níveis de cortisol, respectivamente. Ou seja, estamos acompanhando esses atletas de maneira minuciosa ao longo de toda a temporada”, relata.

Tatiana destaca que o estudo é uma oportunidade de compreender melhor a ligação entre intestino, cérebro e saúde emocional. “Nosso objetivo é identificar se o uso de psicobióticos pode melhorar a concentração, acelerar a recuperação de lesões e favorecer o bem-estar emocional dos atletas. Também buscamos desenvolver estratégias mais simples, acessíveis e seguras para avaliar e promover a saúde intestinal”, afirma.

“Essa pesquisa demonstra a importância da ciência de excelência da Unesc como Universidade Comunitária. Nosso compromisso é compreender a realidade social para identificar soluções que visem a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Estar ao lado de grandes parceiros internacionais e promover uma investigação de alto nível, voltada à saúde e ao desenvolvimento de jovens atletas retrata o compromisso da nossa Universidade com o desenvolvimento regional. É a ciência sendo pensada em prol do bem-estar das pessoas”, destaca a reitora em exercício, Gisele Silveira Coelho Lopes. 

Próximas etapas

Com o avanço da segunda fase, a equipe de pesquisadores concentra-se agora na conclusão das coletas e na continuidade da administração dos psicobióticos. A terceira e última fase de avaliações ocorrerá ao fim da temporada. Em seguida, será iniciada a etapa de análise integrada dos dados.

“Vamos cruzar os dados biológicos, comportamentais e cognitivos dos atletas com apoio dos pesquisadores da UTHealth e da Unesc. Assim que tivermos os primeiros resultados, pretendemos divulgá-los à comunidade científica, ao Criciúma Esporte Clube e ao público em geral”, antecipa a pesquisadora.

Tatiana também reforça a importância do trabalho coletivo. “A base da ciência está na colaboração. Sem a dedicação da equipe, esse projeto não seria possível. Agradeço imensamente à reitoria, e a todos que estão desenvolvendo essa pesquisa”, reforçou.

O projeto é resultado de uma colaboração internacional entre a UTHealth — com a participação da professora doutora Tatiana Barichello, do professor doutor Bruno Kluwe-Schiavon e de pós-doutorandos — e a Unesc, que atua por meio dos professores doutores Felipe Dal-Pizzol e Paulo C. L. Silveira, além do ortopedista e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), Marcelo Beirão. 

O projeto também conta com a contribuição das professoras doutoras Jaqueline Generoso e Louyse Sulzbach Damázio, e da psicóloga mestre Simone Reis Nunes, além de uma dedicada equipe de estudantes envolvidos nas coletas e na logística, bem como da mestranda Vitória O. S. da Silva.

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