
Mais que uma mostra, “Somos Todos os Sentidos” é uma celebração de caminhos trilhados, histórias construídas e memórias que ganham vida em cada obra. Aberta oficialmente na noite desta quarta-feira (2/7), a 150ª exposição também marca os 25 anos do Espaço Cultural Toque de Arte.
Para a coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, esta é uma exposição coletiva que homenageia todos os artistas que passaram pelo espaço ao longo de mais de duas décadas. “Essa mostra celebra aqueles que contribuíram para que pudéssemos compor um acervo artístico institucional que hoje conta com 311 peças. Também apresentamos obras que nunca vieram a público, que foram doadas para a Unesc e agora ganham um novo olhar”, cita.
A exposição reúne trabalhos de mais de 170 artistas que, juntos, escreveram a história do espaço cultural. “É uma linha do tempo que começou no ano 2000 e agora chega a essa exposição que homenageia todas as pessoas que passaram por aqui. Nesse período, além de organizarmos uma coleção de 311 obras, realizamos Pesquisas, Ensino, Extensão, muitos intercâmbios culturais e acolhemos a comunidade regional em diversas ações educativas”, ressalta Lenita que também é curadora da exposição.
“A arte envolve todos os sentidos, nos convida a conhecer, experienciar, viver. Algumas pessoas param e apreciam longamente uma obra, outras passam mais rápido. Mas a proposta dessa galeria é justamente acionar as pessoas para que se deixem envolver pelo universo artístico”, acrescenta.
A pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, Vanessa Andrade, enfatiza a importância cultural do espaço para a Universidade. “A exposição ‘Somos Todos os Sentidos’ é um convite à memória, mas também à escuta. Ela nos faz recordar os caminhos percorridos nesses 25 anos e nos lembra que a cultura é parte essencial do tecido que constrói esta Universidade. Mais que celebrar os números, essa mostra nos convida a sentir, com os olhos, com a pele e com o coração, e afirmar a importância da arte como lugar de permanência e construção de sentido”, cita.
Vanessa acrescentou ainda que se sente feliz ao ver a força do espaço artístico na Instituição. “Tenho os meus preferidos, como os mosaicos de passarinhos, que acho lindos. Que possamos sempre sentir essa emoção. Como dizia o texto do convite, essa exposição é feita de muitas mãos, e é isso que faz a Universidade: além de formar, ela acolhe, inspira e transforma”, concluiu.
Memórias da primeira exposição
Quem acompanhou de perto o nascimento do Toque de Arte foi Dipaula Minotto, então acadêmica do curso de Psicologia e bolsista na Diretoria de Extensão em 2000. Ela relembra com carinho a montagem da primeira exposição.
“Naquele período, a Lenita idealizou e estava organizando o projeto, e eu assessorava como bolsista. Acho percebemos a dimensão de algumas coisas somente depois de algum tempo. Naquele momento, o que eu sabia é que estava sendo organizada a primeira exposição do Toque de Arte. Era tudo muito diferente do que vejo hoje, uma equipe pequena, e fazíamos de tudo, até trazer caixas de pregos de casa. A Lenita era muito atenta aos detalhes, e eu, super jovem, aprendendo com ela”, contou.
“Hoje passa um filme, porque fiquei cerca de cinco anos acompanhando, primeiro como bolsista, depois como colaboradora no setor, me formei e ainda fiquei mais um tempo. O espaço lugar tem essa marca pra mim: cheguei na Universidade, ele nasceu junto, e está aqui até hoje”, acrescenta.
Mais uma obra para o acervo
Durante o evento, foi oficializada a doação de uma obra de sete metros por três metros, de autoria dos artistas e ex-professores da Unesc, Edi Balod, Jussara Guimarães e Gilberto Pegoraro. A peça foi doada pela empresa Forauto, de Criciúma.
Segundo a sócia-proprietária da Forauto, Lilian Costa, a obra foi encomendada por seu pai há muitos anos. “Na época, meu pai convidou a Jussara, porque eram muito amigos, e ele queria algo para ocupar uma parede muito grande, que ficou no showroom da empresa. A partir disso ela chamou também o Edi e o Gilberto para compor o trabalho. É um prazer enorme poder perpetuar essa obra aqui, em um espaço cultural como a Unesc”, fala.
Novos projetos culturais
O evento de abertura contou ainda com o lançamento de dois projetos culturais: Acapella Unesc, voltado ao canto vocal, e Cordas Unesc, que reúne instrumentistas de cordas. Segundo Lenita, as iniciativas devem fortalecer ainda mais o movimento cultural da Universidade a partir de suas políticas de cultura. “Essas exposições estão aqui há tanto tempo, que cumprem o papel de cultura, de sensibilização e inspiração para nossos estudantes, seja no Ensino, na Pesquisa ou na Extensão. A arte traz a importância de mostrar a alma dos artistas. Gostaria de agradecer a toda equipe do setor, que é maravilhosa, dedicada, e também aos professores que se envolvem com a arte e a cultura na Universidade”, enfatiza a diretora de Extensão e Ações Comunitárias da Unesc, Scheila Martinhago.
A mostra pode ser visitada até o dia 20 de agosto nos três períodos, inclusive ao meio-dia. E já há programação para a próxima exposição: no dia 26 de agosto será aberta a 5ª Coletiva de Artistas do Sul, cujo edital está disponível para inscrições.