Quatro professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM) da Unesc foram contemplados com a Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ), concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do edital 18/2024. Os docentes Adriano Bernardim; Alexandre Gonçalves Dal-Bó; Eduardo Junca; e Elidio Angioletto, figuram entre os pesquisadores selecionados por seus projetos e trajetórias acadêmicas, reforçando o compromisso da Instituição com a ciência, a inovação e a formação de qualidade.
Na avaliação do CNPq, as Bolsas PQ são destinadas a pesquisadores que se destacam pela relevância e impacto de sua produção científica. Para isso, é necessário submeter planos de trabalho e objetivos de pesquisa que passam por criteriosa análise de mérito.
Para Dal Bó, receber a bolsa pela terceira vez é motivo de grande orgulho, pois reconhece o esforço contínuo em desenvolver ciência de qualidade, com impacto técnico, acadêmico e social. “Esse reconhecimento soma-se ao Prêmio Inovação Catarinense – 1º lugar na categoria Pesquisador Inovador (Fapesc, 2024) e reforça a relevância dos projetos que conduzimos, especialmente na área de materiais avançados e nanocarreadores”, observou ele.
Para Junca, esse reconhecimento é significativo para todos os pesquisadores, pois valoriza o trabalho desenvolvido no Programa. “Mostra que a pesquisa que venho realizando tem relevância científica, o que acabou me levando a esse destaque em nível nacional. Sou responsável pela área de metalurgia e também atuo com resíduos. Meu projeto, inclusive, faz a ponte entre essas duas frentes de pesquisa”, destacou.
Angioletto menciona que, para o pesquisador, é sempre uma grande satisfação ter o trabalho reconhecido e ver novas possibilidades de pesquisa surgindo a partir disso. Ele mencionou que esse projeto começou entre 2020 e 2021, inicialmente como um trabalho de mestrado de uma estudante do PPGCEM.
“O foco está na medição do coeficiente de atrito de peças cerâmicas, com o objetivo de evitar quedas, um problema sério, já que o índice de acidentes com esse tipo de material é alto e impacta diretamente a saúde das pessoas. A proposta é realizar uma mensuração óptica e a classificação dessas peças, buscando também estratégias para minimizar os riscos e determinar as áreas mais adequadas para o uso de cada tipo de cerâmica. Trata-se de um projeto com forte aplicabilidade para a indústria cerâmica e, até onde sabemos, é uma inovação em nível mundial, já que não identificamos nenhuma aplicação dessa tecnologia até o momento”, explica o docente.
“Estamos trabalhando na construção de uma patente e, nesse período, também conduziremos dois projetos de mestrado com caráter técnico e foco direto na aplicação industrial. Isso nos permite fechar a cadeia entre Universidade e empresa, o que é fundamental. Estamos abertos a novas ideias e colaborações”, complementou Angioletto.
Bernardin enfatizou que a importância das bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq está no estímulo aos pesquisadores de universidades e institutos, públicos e privados, a fazer pesquisa no Brasil. “Muitas vezes a pesquisa é relegada a um segundo plano nas instituições. As bolsas premiam os pesquisadores que mais se destacaram nas diversas áreas de pesquisa avaliadas pelo CNPq, segundo seus comitês de área (CAs). São vários critérios, como publicações em revistas indexadas (JCR), formação de recursos humanos (orientações de mestrado e doutorado), e depósitos de patentes, como alguns exemplos. A concessão das bolsas a pesquisadores da Unesc mostra a qualidade da pesquisa desenvolvida na instituição”, observou.
A área de pesquisa dele é focada em materiais cerâmicos, atuando principalmente com cerâmica tradicional, vidros e vidrados, geopolímeros, nano-óxidos e cerâmicas funcionais fotocatalíticas.
