
A Unesc foi palco, nesta sexta-feira (23/5), de um importante momento para o futuro da educação em Santa Catarina e no Brasil. O Auditório Ruy Hülse recebeu o 4º encontro do Ciclo de Debates sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), iniciativa que percorre o estado com o objetivo de construir, de forma coletiva e participativa, os rumos da educação para a próxima década.
As contribuições coletadas não apenas influenciarão o PNE, mas também servirão de base para a elaboração do Plano Estadual de Educação e dos planos municipais, garantindo alinhamento entre as diferentes esferas administrativas.
“A Unesc tem orgulho de sediar um encontro tão significativo, que reforça nosso compromisso histórico com a educação de qualidade e com o desenvolvimento regional. Estar neste espaço de escuta ativa e construção coletiva é parte da nossa missão como Universidade Comunitária. Este dia é um marco na história do país, pois discutimos a educação com o entendimento de que as pautas são sensíveis. Temos variáveis que precisamos considerar, como a inclusão; a saúde mental que entra silenciosamente no tecido social; além da formação de professores, entre outras”, salienta a vice-reitora da Unesc, Gisele Coelho Lopes.
O ciclo, que já passou por outras três regiões, tem a intenção de ouvir professores, gestores e comunidade escolar, antes da formulação final do novo Plano Nacional de Educação. As contribuições também servirão como base para os planos estadual e municipais.
O processo de escuta é coordenado pela presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Luciane Carminatti e com a presença do deputado federal e representante da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Pedro Uczai.
Reflexão
Durante o encontro, o pesquisador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Unesc (Neabi), Douglas Vaz Franco, tratou da importância de enfrentar desigualdades históricas ainda presentes nas salas de aula. “Ao analisarmos os dados dos ciclos de monitoramento do PNE nos últimos anos, percebemos que certos padrões continuam sendo reproduzidos”, aponta.
Ele reforçou ainda que a reflexão sobre as relações raciais deve ser feita não para apontar culpados, mas como um convite à construção coletiva. “Não trago essas questões para reforçar a lógica da culpa sobre professores e gestores, mas sim para apresentar possibilidades”, afirma.
Segundo o pesquisador, projetos desenvolvidos pelo Neabi, como o Laboratório de Negras Escritas (LabNegres) e o Museu Afro-Brasil-Sul (MABSul), estão à disposição da comunidade escolar como ferramentas para promover conhecimento científico e contribuir para uma educação mais equitativa e consciente.