Arte e Cultura

Sala de exposição Edi Balod da Unesc regata história e o legado de Odete Calderan

Com experiência em cerâmica, professora Odete Calderan atuou por mais de uma década na Universidade (Fotos: Éverton Horacio/Agecom/Unesc)

Um momento especial que não serviu apenas para apresentar obras artísticas, mas que ajudou a materializar e eternizar por meio da arte a memória de uma pessoa querida. Assim foi a noite de abertura da primeira exposição do ano, denominada “Como Cultivar Uma Terra-Jardim e Brotar Preciosidades”, que homenageou a vida da professora de Artes Visuais da Unesc, Odete Calderan, falecida em 2024.

O público pode contemplar sete obras que, juntas, abordam aspectos da natureza em formato de jardim. Entre tamanhos e cores diversas, a grande maioria da exposição foi construída por meio de doações de itens diversos, como amostras de terra. Como destaque, está uma sequência de fotografias de flores em tamanho 3×4, na qual, cada uma das mãos que seguram o buquê são de voluntários. 

“Esse tamanho de retratos são comuns em documentos, mas nesse caso representam a identidade das flores que unidas formam buquês e as mãos que aparecem revelam o gesto de entrega das flores, dialogando diretamente com o quadro exposto na coluna central, que é a nota fiscal de uma floricultura”, enfatizou Claudia Zimmer.  

Recordações e afeto

Amiga de longa data, a coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc,  Amalhene Baesso Reddig, a Lenita, recordou os bons momentos que viveu  ao lado de Odete. Segundo ela, é emocionante encontrar obras produzidas pela colega.

“Eu a entreguei algumas porta-joias de cores pretas e vermelhas e com isso ela adicionou em cada uma, pedaços de argilas em formato de circunferência que continham sementes. Simbolicamente ela está se referindo a uma potência de vida por meio da germinação e da possibilidade desta semente virar um jardim. Tenho muita saudade dela”, recordou com alegria.

Ela ressalta também a alegria de reencontrar entre os convidados, o filho da colega homenageada, Gabriel Calderan da Silva, de 23 anos, que representou a família. Além disso, afirmou que enquanto visitava as obras, sentiu-se emocionada ao analisar o caderno de anotações da artista. 

“Senti muita emoção enquanto folheava a agenda dela, pois em uma das páginas, havia um lembrete que dizia ‘e-mail para Lenita’. Foi de arrepiar, mas também de doer o coração. Tenho guardado algumas fotografias e mensagens de correio electrónico  que consegui fazer com ela. Só tenho saudades, porque aprendi muito com ela que sempre foi uma pessoa generosa”, compartilhou emocionada.

Olhares de um filho

Calderan, que desde criança é lembrado com carinho, pois algumas vezes frequentava as aulas ao lado da mãe e recordou o amor prestado e pelas pessoas ao seu redor.

“É algo gratificante ver o que ela construiu na Unesc. Eu sempre soube o tamanho dela, só não sabia imaginar a grandeza e magnitude dela para a Universidade. A maneira que as pessoas me tratam também me ajuda a perceber o carinho que elas têm pela minha mãe. É algo emocionante mesmo”, compartilhou. 

Momento de Acolher 

A coordenadora do curso de Artes Visuais da Unesc, Daniele Zacarão, analisou que a exposição é especial para todos, em especial para o curso de Artes Visuais que em 2025 celebra 55 anos, sendo o mais antigo do estado de Santa Catarina.

“A Odete é uma pessoa incrível e inspiradora e nós também temos compromisso com o legado dela. Inclusive, pensamos em um projeto para construir um memorial em homenagem à ela, mas que seja também um espaço de Pesquisa, em que a partir dos estudantes e professores os estudos que a docente se dedicou continuem”, afirmou.

Início de tudo 

A professora Angelica Neumaier, também marcou presença e recordou o momento de quando se conheceram, ainda no período em que eram acadêmicas de Artes Visuais.  

“Nos conhecemos ainda no período de nossa graduação na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Eu recordo que a professora Jussara Guimarães, que iniciou o curso no segmento de desenho plástico e que também tive a alegria de conhecer, faleceu em 2011. Com isso, foi aberto um processo seletivo para ocupar a vaga e convidei Odete para participar deste teste e desde então ela esteve conosco no ateliê de cerâmica do bloco Z, recordou.

Curadoria

As obras possuem a curadoria realizada por meio de uma amiga pessoal e docente de Artes Visuais no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), de Blumenau, Claudia Zimmer. Ela também é responsável por produzir um texto expositivo em uma das paredes que revela detalhes das obras produzidas por Odete Calderan. “O texto revela sobre esse jardim que através do olhar da Odete é algo precioso”, comentou. 

Os itens que compõem a amostra artística foram escolhidos por meio da professora Eliana Ferreira dos Santos e podem ser visitados até o dia 30/5 de segunda à sexta-feira, das 13h às 19h. Outras informações podem ser adquiridas por meio do email salaedibalod@unesc.net e também pelo Instagram oficial @salaedibalod. 

 

Conheça as obras:

 

Confira algumas imagens da noite de abertura:

 

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