A Unesc, em parceria com a Universidade de Houston, no Texas, e a Associação de atletas da National Football League (NFL), a principal liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos, conduzirá uma pesquisa sobre os efeitos dos psicobióticos na saúde mental e no desempenho dos atletas da base do Criciúma Esporte Clube.
O estudo será desenvolvido pelos Laboratórios de Fisiopatologia Experimental e Neurologia Experimental da Unesc, sob a coordenação dos professores doutores Paulo Cesar Lock Silveira, Jaqueline Generoso e Felipe Dal Pizzol, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), e contará com a colaboração do médico do clube, Marcelo Beirão.
A proposta foi submetida pela professora doutora Tatiana Barrichello e o professor doutor Bruno Kluwe Schiavon, do Programa de Psiquiatria Translacional do Departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade do Texas em Houston, que já realiza estudos nessa área, e busca expandir os achados científicos ao incluir um foco especial na saúde mental dos atletas. O objetivo é entender como as substâncias podem contribuir para o bem-estar emocional e, consequentemente, para a melhoria da performance esportiva.
Segundo Silveira, o estudo tem como objetivo investigar os impactos da suplementação com psicobióticos na saúde mental e física dos atletas, com foco na ansiedade, depressão, qualidade do sono e suas repercussões na performance ou redução de lesões. A categoria de base masculina e feminina iniciará a suplementação a partir de 17 de março, com avaliações periódicas ao longo do ano.
“As análises incluem exames de urina, fezes, sangue e saliva para identificar marcadores de estresse, microbioma intestinal e saúde muscular. A avaliação do microbioma intestinal será essencial para entender se a suplementação contribui para o equilíbrio das bactérias benéficas e a redução de doenças associadas ao desequilíbrio da flora intestinal”, explica o professor pesquisador.
“Nós acreditamos que com a suplementação desses psicobióticos, que são bactérias benéficas que auxiliam na manutenção da saúde mental. Os atletas terão um melhor desempenho psicológico, com melhora de sintomas ansiosos, por exemplo, e isso refletirá em um melhor desempenho dentro de campo, melhora na atenção e também acreditamos que a recuperação das lesões será mais rápida”, complementou Jaqueline.
Além dos exames laboratoriais, os pesquisadores aplicarão questionários comportamentais para avaliar o impacto dos psicobióticos na saúde mental dos atletas, investigando aspectos como estresse, fadiga física e psicológica relacionada ao esporte, além de humor e ansiedade. Os atletas também serão submetidos a uma avaliação cognitiva abrangente, incluindo medidas de atenção, tomada de decisão, capacidade de planejamento, flexibilidade cognitiva, inibição de comportamentos, entre outras funções.
“Os dados coletados ao longo do ano permitirão avaliar a eficácia das substâncias na promoção da saúde mental e no desempenho dos atletas, podendo abrir novas perspectivas para o uso dessa suplementação no esporte de alto rendimento”, finalizou o professor.
