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União de forças em prol do desenvolvimento regional é destaque em encontro com lideranças e comunidade de Criciúma

Reunião virtual levantou dados para o Plano de Desenvolvimento da Amrec (fotos: Milena Nandi/Unesc e Decom/Prefeitura de Criciúma)

A manhã desta sexta-feira (21/8) foi marcada por debates e reflexões importantes para o desenho da região que se quer ter nos próximos dez anos. Em um encontro virtual realizado pela equipe da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) com lideranças da política, economia e educação, empresários e comunidade, ficou nítida a importância da união dos diversos segmentos para a construção do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Amrec. Os debates levantaram as dificuldades, potencialidades e sonhos para Criciúma e toda a região.

O encontro virtual fez parte da primeira etapa de elaboração do plano, que encerra nesta sexta-feira, no encontro com Lauro Müller, das 14 às 17 horas. O objetivo do plano estratégico é levantar o que é necessário para que a região e os municípios tenham um desenvolvimento socioeconômico até 2030. Neste momento, que teve início semana passada, 12 municípios poderão colaborar na construção do plano regional.

Os interessados em contribuir com o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Amrec podem o fazer respondendo a consulta pública até domingo (23/8). O questionário online pode ser acessado aqui ou no site da Universidade, logo na página inicial entre os banners que aparecem no topo da página.

Participação de lideranças e comunidade

Com grande participação do público, os debates levantaram pontos considerados de relevância para a construção de uma região em que a prosperidade econômica ande de mãos dadas com a qualidade de vida da população.

A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, salienta que este foi um momento muito significativo para a região carbonífera e para o município de Criciúma, que é um polo. “Agradecemos muito à iniciativa da própria Amrec em fazer este movimento em prol de toda a região e que deu a oportunidade a Unesc e ao Unibave de contribuir neste processo. A mensagem fundamental do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico é que o futuro é feito por todos nós e que não podemos perder de vista o equilíbrio entre a construção de bases sólidas para a economia e a qualidade de vida e o desenvolvimento das pessoas”.

A pró-reitora de planejamento e desenvolvimento institucional da Unesc, Gisele Coelho Lopes, destacou que para cada pessoa, o processo não pode se encerrar com o fim das reuniões. “De nada adianta sonharmos se não construímos de fato os projetos que vão reverberar tudo o que desenhamos nessa manhã. O maior desafio deste grande projeto é conectar pessoas e queremos que cada um coloque sua digital e autoria nesse processo”.

O secretario Fazenda de Criciúma, Celito Cardoso, afirmou que a participação de pessoas dos mais diversos segmentos engrandece o debate. “Para nós, esta foi uma reunião de alto gabarito. É importante que analisemos os diversos cenários para fazer uma projeção para os próximos anos. Nenhum município vai crescer sozinho. Precisamos de uma aliança regional”. O diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Claiton Pacheco, complementou que o nível das discussões foi elevado e que é importante manter esse engajamento para que se planeje o futuro mas também se tenha ações no curto prazo.

O vereador Aldinei Potelecki enfatizou que a participação dos vereadores nos debates foi interessante não apenas para que possam contribuir, mas também, ouvir a comunidade. “Me sinto feliz em poder participar dessa discussão, não só para contribuir com ela, mas principalmente, para ouvir as pessoas e o que elas querem e sonham para Criciúma e região. Importante que nós vereadores tenhamos esse conhecimento”.

Representantes da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), o diretor Valcir Zanette e a executiva Maria Julita Volpato Gomes, também participaram do encontro e salientaram a qualidade dos debates e da metodologia empregada, além da representatividade dos diversos segmentos. “Hoje estamos juntos, setor produtivo, setor público, academia e a comunidade. Acredito muito esse grupo tem capacidade de conduzir o desenvolvimento da região”, comenta Maria Julita.

Confira o que os participantes da reunião elencaram sobre Criciúma:

Dificuldades/desafios

Meio ambiente: áreas degradas por mineração de carvão que não foram recuperadas; pouca arborização urbana e carência de espaços naturais para uso da população e rio Criciúma está sendo totalmente canalizado.

Educação: preocupação com o acesso à educação; a rede municipal remunera bem, mas não está sendo respaldada no Ideb; defasagem dos alunos no Ensino Médio – muitas desistências na transição do Ensino Fundamental para o Médio; melhorar a qualidade da Educação Básica; necessidade de qualificação profissional e formação docente para a rede municipal de ensino de Criciúma.

Saúde: hospital é regionalizado e ainda é administrado como municipal.

Desenvolvimento da cidade: mobilidade urbana interna complicada, inclusive de entrada-saída do município; melhorar o transporte público; faltam algumas conexões importantes em anel viário e também na região central da cidade; melhorar a sinalização pensando sobretudo em quem é de fora; legislação – planos que não convergem para o crescimento e desenvolvimento da cidade necessitam de revisão; ter ciclovias; reurbanização das periferias/áreas invadidas; rever a funcionalidade centro de controle de zoonose  – muitos animais na rua; poder público ter canal para ouvir a comunidade; reforma administrativa para melhorar a questão da burocracia; melhoria  calçadas na cidade; melhorar a linha de trem e melhor  preservação cultural, bem como sua exploração.

Desenvolvimento regional: planos diretores deveriam compreender o regional; mobilidade regional – municípios de forma conjunta; envolvimento de forma regional nas questões voltadas ao atendimento da população em vulnerabilidade e risco social por meio de políticas públicas integradas; parcerias entre as empresas, poder público, universidade e comunidade; os municípios devem ser vistos de forma coletiva, colaborativa e de uma maneira região; desafio em buscar “o que nos une” enquanto região e falta de identidade regional.

Turismo: infraestrutura para o turismo, que promova a interação entre os municípios; investimento em cultural e fortalecimento da identidade cultural; criar espaços para cultura; aproveitar a diversidade étnica da cidade e desenvolver o turismo religioso.

Potencialidades

Turismo: infraestrutura instalada; próxima do mar e da serra; turismo de negócios; eventos e diversidade étnica.

Economia: indústrias; porto seco; comércio; serviços de alta tecnologia; acesso à educação superior; Centro de Inovação; cultura cooperativista e sociativista forte; agronegócio; vocação empreendedora e posição geográfica estratégica – cidade polo.

Acesso e mobilidade: transporte integrado regional; via férrea; rota do Mercosul; acesso BR 101e três modais.

Sonhos

Educação: Ideb 7 do Ensino Fundamental e Médio; proposta pedagógica para toda a Amrec focada nos 17 ODS; ser polo em educação, saúde e turismo e incentivos desde a educação básica para inovação, empreendedorismo, financeira.

Economia e tecnologia: que tenhamos cultura, que a região possua bastante empreendedores – Vale do Silício de exemplo; desenvolvida, com muito emprego e renda – com busca de empresas e com as empresas bem valorizadas e apoiadas na região – economia desenvolvida; agronegócio, turismo, mobilidade, infraestrutura desenvolvida centro de inovação instalado e produtivo geração de empregos por novas indústrias instaladas na região; acompanhar a revolução 5.0, pois alguns alunos de agora não terão mais suas profissões, que serão extintas; explorar o potencial tecnológico para atração para turismo (saúde, negócios, meio ambiente); construção de uma gestão para o Plano de Desenvolvimento.

Utilizar o núcleo de inovação tecnológica para desenvolver mais inovações para nossa região; atrair empresas tecnológicas e industrias para a nossa região; uma cidade inteligente e mais uma região inteligente; incentivo a pequenas e médias empresas locais, em vez de ficar investindo para trazer grandes empresas; diversidade de negócios e ser polo industrial.

Infraestrutura e parcerias: transporte ferroviário; porto seco como polo de geração de emprego; áreas para escoamento, parques, por meio de parcerias com outras empresas, para auxiliar no desenvolvimento de pequenas empresas, por meio de parque fabril e integrar as instituições nos diversos segmentos da sociedade; integrar mais as instituições numa governança regional; região interligada pelo transporte público; energia limpa e renovável; construir uma cidade mais segura; menos carros e mais transporte coletivo (mobilidade urbana); gestores de qualidade – políticas públicas (de estado e não de governo); entidades com participação na sociedade de forma positiva e identidade regional forte.

Cultura e qualidade de vida: polo para pessoas de outras regiões venham para cá, seja do país ou de outra parte do mundo; região plenamente recuperada do ponto vista ambiental; indústria turística limpa; terceira idade tenham mais qualidade de vida, com mais assistência; maior atenção para arte, cultura e lazer; melhorar o paisagismo, a arborização da cidade; revitalização do Rio Criciúma e outros locais; cidade sustentável – saúde de qualidade, questões ambientais e de poluição minimizadas, acesso global as tecnologias e integrados.

Dados para reflexões

Os coordenadores do observatório de desenvolvimento socioeconômico e de inovação da Unesc, Thiago Fabris e Melissa Watanabe, apresentaram indicadores de desenvolvimento sustentável e de desenvolvimento socioeconômico da Amrec e de Criciúma.

Segundo dados apresentados pelo observatório de desenvolvimento socioeconômico e de inovação da Unesc, em Criciúma, os componentes do Produto Interno Bruto (PIB) que é de R$ 7.146.731 bilhões são: indústria (26%), serviços (58,6%), administração pública (14,2%) e agropecuária (0,4%). Em Criciúma, o valor adicionado à economia a cada emprego formal gerado é de pouco mais de R$ 63 mil. Na Amrec, a média é cerca de R$ 100 mil.

Sobre a Amrec, a equipe da universidade apresentou dados sobre variáveis que impactam o crescimento econômico da região. Cada R$ 1 pago em despesas públicas gera R$ 7,3. Cada US$ 1 em exportação ou importação contribui para o crescimento econômico de R$ 1,16. Cada pessoa que nasce ou vem morar na Amrec, acrescenta R$ 880 ao PIB. Cada emprego gerado, contribui em R$ 4.572 com o PIB e a principal variável que afeta o crescimento econômico é a educação. Em termos de matrícula no ensino médio, cada uma que é efetuada, gera R$ 7.156 ao PIB.

Foram apresentadas ainda macrotendências mundiais, como intensificação de demanda por alimentos, expansão de entretenimento e turismo, infraestrutura moderna e competitiva, envelhecimento da população e mudança no padrão da produção, para fomentar a reflexão do que o município pode fazer para se beneficiar delas.

Evento prestigiado por lideranças e pela comunidade

O encontro virtual teve a participação de representantes de Criciúma como: secretário da Fazenda de Criciúma, Celito Cardoso; diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Claiton Pacheco; o fiscal de Rendas e Tributos da Secretaria da Fazenda de Criciúma, Luiz Fernando Cascaes; vereadores Aldinei Potelecki e Tita Beloli; a presidente do Conselho Regional de Santa Catarina (Corecon/SC), Ivoneti Ramos; diretor executivo do Siecesc, Márcio José Cabral; diretor Senac, Alexandre Bevilacqua Meneguetti; gerente do Sebrae Criciúma, Murilo Gelosa; diretor geral do IFSC Criciúma, Daniel Comin da Silva.

Presidente do Observatório Social, Mauro Pedro Losso; monitor do Núcleo Operacional representante do Peiex, Valdir Scarduelli; representantes da Associação de Jovens Empreendedores, Nícola Martins e Gabriel Damiani; presidente do Comitê Implantação do Centro de Inovação, Valmir Cabral; representante da Vogal Junta Comercial de Santa Catarina, Joniter Machado Gonçalves; da executiva da Acic, Maria Julita Volpato Gomes; presidente do Sinduscon, Mauro César Sônego; presidente do Conselho regional de Biomedicina de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Renato Minozzo e do vice-presidente institucional da CDL Criciúma, André Luiz Santiago de Castro.

Do Unibave, participaram o pró-reitor de pós-graduação pesquisa e extensão, Dimas Ailton Rocha; a coordenadora do curso de agronomia, Janaína Veronezi Alberton; o coordenador do curso de Sistemas de Informação, Nacim Miguel Francisco Júnior e os professores Guilherme Doneda e Ana Paula Bazo.

A equipe da Unesc envolvida no evento é formada: pela reitora, Luciane Bisognin Ceretta; pela pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Gisele Coelho Lopes; pelos coordenadores do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico, Thiago Fabris e Melissa Watanabe; pela coordenadora do Setor de Planejamento Institucional, Almerinda Bianca Bez Batti Dias; pelo coordenador da Sala dos Municípios, Dorvanil Vieira; pelos professores da Unesc que atuam como mediadores, Igor Drudi e Camila Bardini e pelos consultores Sebastião Freitas e Roberto Spolidoro, além de 11 monitores auxiliando quando o grupo é dividido em pequenos grupos.

Ainda participaram do encontro com Criciúma, o vice-reitor da Unesc, Daniel Preve; a pró-reitora Acadêmica, Indianara Reynaud Toreti e a diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego. Demais gestores e professores da Unesc, assim como o vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Guilherme Pereira Strelow.

Plano de Desenvolvimento da Amrec

O trabalho será dividido nos quatro momentos de: diagnóstico; setores-chaves e eixos e objetivos estratégicos; projetos estratégicos e modelo de governança, todos virtuais, com número de encontros e datas pré-definidas. Ao longo dos próximos meses a universidade trabalhará em debates e pesquisas junto as equipes de todas as prefeituras em um processo que conta com 20 encontros, divididos em sete etapas de trabalho.

Confira as reuniões anteriores

Balneário Rincão

Cocal do Sul

Forquilhinha

Içara

Orleans

Nova Veneza

Morro da Fumaça 

Urussanga 

Treviso 

Siderópolis

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