Conhecimento, troca de experiências e pura ciência. Assim pode ser resumido o seminário sobre Terapia Celular apresentado pelo bioquímico, PhD, professor e pesquisador da Universidad del Alba, de Santiago do Chile, Flavio Carrion. Ele faz parte de uma comitiva de chilenos que está em Criciúma com o propósito de se aprofundar nas experiências positivas do Sistema Único de Saúde (SUS). A palestra de Carrion ocorreu nessa terça-feira (12/11), na Unesc e reuniu alunos da graduação e pós-graduação, além de professores da Universidade.
“Eu acredito que essa área de conhecimento tem que estar nas universidades de excelência. Isso porque, os estudos que saem dessas universidades podem e devem impactar positivamente a sociedade. Precisam ter o objetivo de ajudar a melhorar a vida das pessoas. Isso se chama biomedicina, isso é ciência aplicada”, afirma o pesquisador.
Carrion compartilhou detalhes pertinentes sobre diversas pesquisas, incluindo estudos sobre o uso de células tronco. “Meu trabalho é investigar. Eu estudo durante muitos anos, e muitas vezes as pessoas lá na frente é que vão se beneficiar. Faz parte desta profissão. Por isso gosto muito de estar em lugares como a Unesc, porque acredito que esse tipo de discussão, esse tipo de conhecimento tem que estar nas universidades de excelência. É uma forma de servir à sociedade”, reforça.
Persistir até conseguir
Um dos pontos de destaque do seminário de Carrion foi a apresentação não só de estudos bem sucedidos, mas também daqueles que falharam. Demonstração esta que, para a coordenadora do Escritório de Relações Internacionais da Unesc, Vanessa Moraes de Andrade, trouxe lições valiosas sobre ciência. “Ele abriu artigos de resultados que deram certo e também dos que não deram e reconheceu os seus próprios erros. E ver uma pessoa como Carrion, com uma carreira longa de dedicação à pesquisa, que não tem vergonha de mostrar suas falhas, chama a atenção para o nível de pesquisa que queremos fazer. Ele mostrou que nem sempre vamos acertar na primeira vez, mas isso faz parte do processo e que devemos persistir até alcançar a excelência”, reflete Vanessa.
Além do alto nível científico apresentado, a coordenadora também aponta o fato da Unesc ter dado aos estudantes a oportunidade de ter discussões tão profundas sobre ciência. “Estamos maravilhados com a oportunidade de ter um palestrante estrangeiro desse gabarito aqui para uma conversa frente a frente. Foi realmente enriquecedor”, parabeniza a professora.
Oportunidade única
Com os olhos vidrados e com perguntas que, para Carrion, mereciam uma nota dez, o estudante da segunda fase do curso de Ciências Biológicas, Guilherme Spíndula, saiu emocionado do seminário. “Minhas mãos estão até tremendo”, relata. “Nosso professor nos trouxe de surpresa, dizendo apenas que seria uma aula diferente. E quando cheguei fiquei maravilhado pois o assunto era sobre a área que mais sou apaixonado. E depois de ver que a pessoa que estava apresentando, o professor Flavio Carrion, é um dos primeiros pesquisadores em muitos estudos importantes, me deixou ainda mais surpreso e agradecido por esta oportunidade. Ele é um dos melhores e poder ouvir ele falar de perto foi surpreendente”, acrescenta.
Jeito Unesc de ser
Flavio Carrion volta para o Chile antes da comitiva, porém, leva consigo o carinho e a admiração de quem esteve com ele nesses dias em Criciúma. E a recíproca, segundo suas próprias palavras, é verdadeira. “Estou encantado com a Unesc. Já visitei muitas universidades pela América do Sul e pela Europa, mas nenhuma foi como a Unesc. Gostei muito da Universidade. As pessoas da Unesc são maravilhosas, são muito amáveis e isso, em outros países, tem se perdido um pouco em meio à correria do dia a dia. A Unesc mantém a tranquilidade e isso é raro. É uma Universidade que transmite paz, conhecimento e que tem professores muito bons. Acredito que é um luxo para os alunos que estão aqui, estudarem em uma Universidade com esta”, finaliza o pesquisador.