Com o objetivo de compreender os atendimentos realizados pela Rede de Urgência e Emergência (RUE) de Criciúma e da região carbonífera, a Aula Inaugural do curso de Pós-graduação em Atendimento Pré-Hospitalar (APH), Urgência, Emergência e Intensivismo da Unesc aconteceu nesta sexta-feira (18/10), no bloco 0 da Unesc.
Na ocasião, a representante do Hospital Unimed, Alessandra Cechinel Darela esteve presente, assim como a professora Paula Zugno, que representou a coordenadora do curso de graduação em Enfermagem, Mira Dagostin . O evento teve como tema central os “Atendimentos dos componentes da Rede de Urgência e Emergência de Criciúma e/ou região carbonífera” e reuniu 33 profissionais das áreas da enfermagem e medicina, todos já atuantes na área, matriculados no curso.
A professora e coordenadora dos cursos de especialização em APH, Urgência, Emergência e Intensivismo, Mágada Tessmann, foi a mediadora da palestra, que contou com a presença de especialistas da área para discutir o panorama dos serviços e as demandas da rede assistencial.
Para Mágada, o encontro proporcionou uma troca essencial entre os diferentes componentes da RUE. “Temos representantes do transporte aeromédico, de unidades de pronto atendimento e Emergências que compartilharam as principais patologias que levam os pacientes a buscar esses serviços, além de discutirem quais casos são resolvidos localmente e quais exigem transferência, além das funções da cada um dos componentes da RUE”, afirmou.
Demandas da rede assistencial
Entre os palestrantes, o gerente das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Próspera e Rio Maina, Fabiano Ribeiro Teixeira, e a gerente de enfermagem do Pronto-Socorro do Hospital São Donato de Içara, Milca Josiane Dias Moreira, compartilharam experiências sobre o atendimento em Unidades de Pronto Atendimento.
A médica intervencionista Mariane Ribeiro Cardoso, com 12 anos de atuação no Samu e quatro no transporte aeromédico, apresentou as atribuições dos profissionais envolvidos e salientou a importância do atendimento integrado. “É um trabalho intenso que exige agilidade e precisão, tanto na ambulância quanto nas aeronaves, que garantem assistência completa em situações críticas. A atuação da equipe multiprofissional é essencial, e a central de regulação de urgência, que cobre desde Imbituba até Passo de Torres, coordena esse trabalho para assegurar que cada chamado receba a resposta adequada”, informou.
“O suporte básico é administrado pelas prefeituras e conta com um técnico de enfermagem e um condutor socorrista, enquanto o suporte avançado envolve equipes compostas por médico, enfermeira e socorrista, garantindo intervenções mais complexas,” esclareceu a coordenadora operacional do Samu da região Sul, Márcia Elisa Coelho Machado ao abordar as distinções entre os serviços de suporte básico e avançado.
Eficiência do sistema de saúde
Durante a palestra, também foi ressaltada a importância do serviço inter-hospitalar, implementado para aliviar a carga do Samu e permitir maior foco nos atendimentos primários com risco iminente de morte. Operacionalizado pela Diretoria de APH Móvel da Superintendência de Urgência e Emergência, o serviço atende 46 municípios e 26 hospitais da macrorregião, além das UPAs.
Com a portaria estadual sobre transferências hospitalares vigente, os hospitais contratualizados com o SUS passam a ser obrigados a colaborar na transferência de pacientes entre unidades para garantir a eficiência do sistema de saúde. “A nova norma estabelece que, em situações de resistência à transferência, a preservação da vida e a assistência integral terão prioridade, o que permite que a movimentação aconteça mesmo sem a aprovação do paciente ou do responsável”, afirmou Márcia.
Conforme Mágada, o evento reforçou a importância do alinhamento entre os serviços de saúde, e aponta que, com a integração da rede, os atendimentos de urgência e emergência podem ser aprimorados, e proporcionam maior segurança e eficiência no cuidado aos pacientes.