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CER Unesc reúne equipe e comunidade acadêmica para celebrar uma década de trabalho

Centro Especializado em Reabilitação atende pacientes de 27 municípios da região e oferece verdadeiras transformações de vida (Fotos: Décio Batista/ Agecom Unesc)

A trajetória do Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da Unesc foi celebrada, na noite desta sexta-feira (27/09), com a gestão universitária, a equipe multiprofissional, a comunidade acadêmica e representantes da comunidade externa. Uma noite de lembranças, emoção, reconhecimento e aprendizado marcou a comemoração da primeira década do projeto.

Ao longo da história do Centro, que atende pacientes encaminhados de 27 municípios da região,  mais de 82.950 pessoas já foram acolhidas, somando 161.032 procedimentos capazes de, literalmente, transformar vidas.

Para a reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, uma das grandes apoiadores para que a ideia pudesse sair do papel e ser viabilizada junto ao Município, ao Estado e ao Governo Federal, o sentimento é de gratidão por todas as vidas que foram tocadas por meio dos atendimentos multiprofissionais.

“Nesta noite me vem à lembrança todos os esforços empreendidos para essa construção, há dez anos. É muito gratificante e emocionante ver que passamos de uma equipe de quatro profissionais para um time com 40 pessoas altamente qualificadas e comprometidas com os melhores resultados para aqueles que são o foco: os pacientes”, pontuou.

A possibilidade de executar um serviço de tamanha importância e complexidade, para a reitora, é algo que faz sentido dentro da proposta de uma grande Universidade Comunitária. “Essa é a nossa Unesc, comprometida com todas as oportunidades que puder oferecer aos acadêmicos e à toda a comunidade. Sempre com o propósito de melhor atender, acolher, compreender as necessidade, com a preocupação constante de ampliar habilidades e competências do grupo para levar atendimentos ainda melhor aos nossos pacientes”, acrescentou Luciane.

Com a emoção de reunir colegas para marcar a data tão significativa, a coordenadora do CER, Tatiane Macarini, agradeceu a todos que fizeram e fazem parte dessa história de muitas batalhas, muitos ensinamentos e reconstruções. “Hoje celebramos uma década de dedicação e compromisso com essa transformação de vidas, a cidadania, a humanidade, a autonomia, a dignidade, a participação social, o acesso aos direitos, os recomeços e a esperança de dias melhores. É um dia muito especial para todos nós”, destacou 

A gerente de Habilitações e Redes de Atenção e coordenadora da Rede da Pessoa com deficiência da Secretaria de Estado da Saúde, Jaqueline Reginatto, parceira do projeto também desde o início, fez questão de participar do evento e registrar sua satisfação por vivenciar a celebração.

“A minha relação com a Unesc começou há 12 anos e inclui o momento de instalação do CER II Unesc. Para que isso fosse possível tivemos muitos atores, entre eles a Lu, protagonista, uma parceira muito engajada. Dessa forma, Unesc foi pioneira, abraçou e então habilitamos o serviço, oferecendo essa referência em atendimento que está há dez anos colaborando muito na vida da comunidade”, pontuou.

A gerente regional de Saúde de Criciúma, Moyra Salute Feltrin Lopes, também participou do encontro e parabenizou a todos os profissionais que fazem parte deste projeto de sucesso. “É um grande orgulho ver que a Unesc, grande parceira, executa esse serviço com tamanha excelência e celebra esses dez anos com a certeza de que muitos outros virão”, avaliou.

 

Defesa ao anticapacitismo

Para coroar a noite de comemoração, a Unesc recebeu a palestra do coordenador-geral de Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Arthur de Almeida Medeiros. Ele abordou a temática do capacitismo e convidou o público a se engajar na luta anticapacitista, desde a defesa de políticas públicas adequadas até as pequenas falas do dia a dia.

Conforme o convidado, o termo Capacitismo define toda forma de discriminação, violência ou atitude preconceituosa contra a pessoa com deficiência, algo que é caracterizado também, por exemplo, por espaços que não permitem a presença, a segurança e o bem-estar básico deste cidadão, algo que, conforme ele, é muito mais comum do que se imagina e se reflete no capacitismo estrutural.

“Ações e expressões capacitistas, ser capacitista gera uma exclusão social da pessoa com deficiência. Por si, essa exclusão social limita as interações sociais dessa pessoa e, por vezes, gera traumas por conta de interações sociais negativas, repercutindo diretamente na saúde mental, levando ao sofrimento psíquico. E o sofrimento psíquico também leva à limitação da participação dessa pessoa na sociedade. Aí nós voltamos à exclusão social. E por quê isso leva? Ao preconceito, estigma e discriminação. Esse é o ciclo que nós precisamos romper”, exemplifica, destacando que não há espaço melhor para a discussão do que uma Universidade.

A mudança, conforme Arthur, é uma reparação histórica, já que esse preconceito é vivido há décadas e só recentemente passa a ganhar espaço de discussão. “Se formos buscar a literatura, documentários, documentos, as pessoas com deficiência não eram vistas ou citadas, porque elas eram segregadas, excluídas da sociedade. Elas não eram tidas como pessoas. Eram desumanizadas. Desta forma, nós precisamos recuperar essa história e garantir que a sociedade de fato reconheça essas pessoas como são e promova uma sociedade acessível”, acrescenta.

 

Experiências e projetos são apresentados

Foto: Marciano Bortolin/Agecom Unesc

As comemorações pelos dez anos do CER iniciaram já na parte da manhã, com o TED Inclusão Unesc, momento em que representantes de diversos setores da Universidade apresentaram experiências e iniciativas de inclusão da Unesc.

Entre elas, a palestra “Inclua-se”, ministrada pela coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Aline Savi; o projeto “Interdesign”, parceria entre o curso de Design e o CER; além da explanação dos trabalho desempenhados pelo Ambulatório de Atenção da Pessoa com Fibromialgia (Amasf); do Programa Acolher; do Setor de Apoio Multifuncional de Aprendizagem (Sama); do Laboratório de Pesquisa em Autismo e Neurodesenvolvimento (Land); entre outros.

“A nossa reitora Luciane Ceretta sempre estimula projetos inclusivos no CER.  O setor atua em parceria com a Secretaria de Diversidades; o Sama; os cursos de graduação; entre muitos outros. O que fizemos durante a manhã foi mostrar o que a Universidade já faz para ampliar a acessibilidade e a inclusão e, ao mesmo tempo, promover um processo de reabilitação com mais autonomia, independência e qualidade de vida. Nós criamos muitas coisas boas a partir de vários setores que estiveram presentes no evento. O intuito é ainda estimular os estudantes a pensar em práticas e projetos que possam promover”, relata Tatiane.

Todas as apresentações aconteceram no modelo conhecido como “Ted Talk”.

Confira aqui a Galeria de Fotos do Ted Inclusão Unesc

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