A Unesc reconhece a importância do mês de conscientização sobre a amamentação, e desempenha um papel fundamental ao promover ações durante o período. A Universidade destaca o aleitamento materno como o “padrão ouro” na nutrição infantil, que fortalece o sistema imunológico e contribui para o desenvolvimento cognitivo e emocional, essencial para a saúde dos bebês.
De acordo com a professora do curso de Enfermagem e gerente do campus da Unesc, Valdemira Dagostin, a recomendação do Ministério da Saúde é amamentar exclusivamente até os seis meses de vida e continuar até os dois anos ou mais, com a introdução gradual de alimentos sólidos após os seis meses.
Valdemira enfatiza que a amamentação oferece inúmeros benefícios, incluindo proteção contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir os riscos de hipertensão, colesterol alto e diabetes para as crianças. “A amamentação também diminui a probabilidade de obesidade e contribui significativamente para o desenvolvimento cognitivo, tornando as crianças amamentadas mais inteligentes”, afirma Valdemira.
Para as mães, os benefícios incluem a redução dos riscos de hemorragia no pós-parto e a diminuição das chances de câncer de mama, ovários e colo do útero. Além disso, fortalece o vínculo entre mãe e filho.
Palestra especializada
Nesta sexta-feira (23/08), o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), em parceria com o Programa de Aprendizagem e Desenvolvimento Humano (DDH) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da Unesc promoveu uma palestra voltada para gestantes e lactantes da instituição. A ação foi realizada na Sala dos Municípios.
A palestra foi conduzida pela enfermeira obstetra Maria Bernadete Bitencourt, especialista em amamentação, que explorou a importância do aleitamento materno.
Maria Bernadete forneceu orientações práticas e teóricas sobre como a amamentação contribui para o desenvolvimento adequado da cavidade oral dos bebês, além de oferecer valiosas dicas para as mães. O evento ampliou a compreensão sobre o impacto da amamentação na odontologia infantil e nos cuidados integrados à saúde da criança. Na Unesc, atualmente, há 14 gestantes e nove lactantes entre professoras e colaboradoras.
Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno é essencial para a sobrevivência e saúde das crianças, que pode reduzir a mortalidade infantil por causas evitáveis em até 13%.
Experiências pessoais
A colaboradora Fernanda Medeiros, também responsável pelas capacitações e treinamentos na Unesc, compartilhou suas emoções e aprendizados durante a palestra.
“Percebi que o nosso corpo está passando por uma transformação para cuidar dos nossos filhos. Como mãe de primeira viagem, não imaginava que eu fosse tão sensível a tudo isso. Agora, ao entender que estamos literalmente construindo uma vida dentro de nós, é realmente emocionante”, observou ela, que está indo para o quarto mês de gestão.
“Eu tinha muitas dúvidas, e não conhecia nada sobre o que estava por vir. Por isso, essa conexão é tão valiosa para a gente. Contar com profissionais experientes, que realmente nos ensinam e guiam, é fundamental. Ter alguém com experiência e sensibilidade para nos orientar faz toda a diferença”, apontou ainda.
Quem também estava na palestra era a futura mamãe Maria Eduarda Pasini da Silva, que é revisora de textos da Unesc. “Eu achei a palestra incrível, repleta de informações importantes. Sou uma mãe que busca muita informação por conta própria, sabe? Mesmo passando toda a gestação pesquisando e participando de grupos como o Programa de Atenção Materno-Infantil e Familiar (Pamif), ainda assim aprendi coisas novas aqui, detalhes que eu não conhecia. Foi uma experiência muito enriquecedora, e todo o processo da palestra foi super válido. Com certeza, valeu muito a pena participar”, afirmou.
O esposo de Maria Eduarda, Gleiton Aparecido Lopes da Silva, também colaborador da Universidade e assistente do curso de Educação a Distância, participou do evento com um caderno e muitas dúvidas. “Achei o evento muito bacana, especialmente pelas novas informações que recebi. É um trabalho de grande importância e responsabilidade”, comentou ele.
Incentivo
Para a palestrante, a amamentação é cercada por muitos mitos e, para as mães de primeira viagem, a influência da sociedade pode ser significativa. Por isso, segundo ela, é fundamental que busquem conhecimento atualizado sobre o tema, se preparem para os desafios que podem surgir e prevenindo possíveis transtornos no processo de amamentação. O objetivo é que elas vivam a experiência de maneira mais tranquila e prazerosa, tanto para o bebê quanto para a mãe”, argumentou.
“Muitas gestantes focam principalmente no parto e deixam a preparação para a amamentação para depois, o que pode causar problemas hormonais e psicológicos quando o momento chega. É fundamental que as mães estejam bem informadas para lidar com essas questões desde o início”, complementou a palestrante.
A palestrante também observou que as dúvidas mais comuns entre as mães são se conseguirão amamentar adequadamente, muitas vezes influenciadas pelo tipo de seio, formato do bico e medos transmitidos por familiares, como mães e avós. “Questões como fissuras e dores durante a amamentação também são preocupações frequentes. Muitas mães temem não conseguir alimentar o bebê de maneira adequada”.
A técnica de enfermagem do trabalho, Sarita Motta, explicou que a palestra teve como principal objetivo esclarecer as dúvidas de grávidas e lactantes da instituição. “Muitas mulheres na primeira gestação se sentem perdidas e não sabem a quem recorrer para obter orientação especializada. Pensando nisso, organizamos este encontro especialmente para o Agosto Dourado, mês dedicado ao aleitamento materno. Nosso objetivo é incentivar a amamentação, que é fundamental para a saúde dos bebês”, destacou.
Conforme Sarita, a equipe planejou cuidadosamente o tema para oferecer às mães informações fundamentais neste momento. “Queremos que elas saiam daqui com novos conhecimentos que poderão aplicar quando necessário. Por exemplo, ao posicionar o bebê para amamentar, elas poderão lembrar das dicas que receberam aqui, como a posição correta. Essas orientações são essenciais e fazem toda a diferença para elas”, destacou Sarita.
Amamentação na Odontologia
A importância da amamentação vai além da nutrição, abrangendo também a odontologia infantil. A Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, vinculada à Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação, Inovação e Extensão, promoveu recentemente atividades no hall da reitoria com foco na saúde bucal do bebê, conduzidas pelo curso de Odontologia.
“Amamentar contribui diretamente para o desenvolvimento adequado da arcada dentária, dos músculos faciais e da postura da língua. O movimento de sucção durante a amamentação ajuda a moldar o palato e a prevenir problemas como mordida aberta e má oclusão. Portanto, conscientizar tanto os profissionais de odontologia quanto as mães sobre a importância da amamentação é essencial para assegurar um desenvolvimento bucal saudável desde os primeiros meses de vida”, enfatizou a coordenadora do curso de Odontologia, Morgana Machado Guzzatti.
Próximos eventos
As ações em alusão ao Agosto Dourado continuarão na próxima terça-feira (27/08), das 14h às 15h, com um encontro no Programa de Atenção Materno-Infantil e Familiar (Pamif), abordando diretrizes sobre o uso seguro de medicamentos durante a amamentação. A atividade visa capacitar as mães com informações práticas, que permitam que cuidem da própria saúde sem comprometer o bem-estar dos bebês.
Na quinta-feira (29/08), estudantes da 7ª e 10ª fases do curso de Enfermagem, junto com a Liga Acadêmica de Enfermagem Ginecológica, Obstétrica e Neonatal, realizarão uma ação de conscientização no hall da reitoria. As professoras Gabriela Valerim e Zoraide Rocha, também participarão do encontro.
Para encerrar o Agosto Dourado, na sexta-feira (30/08), será realizada uma palestra promovida pelo curso de Enfermagem nas Clínicas Integradas, na Escola de Psicologia, sala de Dinâmica Dois, a partir das 14h. A palestra abordará a importância da amamentação, que inclui cuidados com a mama e a pega correta, entre outras informações relevantes.
“A palestra será voltada para as colaboradoras da Universidade e contará com a participação da Liga Acadêmica de Enfermagem Ginecológica, Obstétrica e Neonatal. Gestantes, puérperas e mães que amamentam, que fazem parte da Universidade, também estão convidadas”, informou Zoraide Rocha.
Sobre o mês
Em celebração ao Agosto Dourado, a campanha de conscientização sobre a importância da amamentação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça a iniciativa para aumentar as taxas de aleitamento materno, em alinhamento com as diretrizes da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
A cor dourada foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para simbolizar o leite materno como um “alimento de ouro”. No Brasil, a campanha Agosto Dourado foi estabelecida pela Lei Federal nº 13.345, de 12 de abril de 2017.
Texto: Daniela Savi e Vanessa Clarinda/Agecom/Unesc