Sair da rotina ao utilizar um esporte como ferramenta de inclusão e reabilitação, lazer e recreação. Foi uma das experiências que o residente do curso de Educação Física, Marcos Paulo Campos Assis, oportunizou ao grupo de pacientes, que semanalmente, são atendidos no Centro Especializado em Reabilitação (CER II), das Clínicas Integradas da Unesc.
A atividade esportiva aconteceu no ginásio interno do Colégio Unesc e teve como dinâmica a introdução do voleibol sentado, na atividade de fisioterapia. A ação realizada nesta terça-feira (16/07), visa a integração dos pacientes que possuem algum membro do corpo amputado, bem como a reintegração física do indivíduo, e impacta significativamente na reinserção no trabalho e na vida social.
“Eu decidi usar a quadra para criar uma atividade de recreação e lazer adaptada aos pacientes. Durante as conversas, percebi que muitos não têm o hábito de praticar esportes, então vi uma oportunidade de introduzi-los nessa atividade. No vôlei adaptado, utilizei a altura da rede e o tamanho da quadra de acordo com as medidas das Paraolimpíadas. E conforme o interesse dos pacientes, podemos explorar outras modalidades”, explicou o residente.
Esta modalidade esportiva adapta as regras do vôlei tradicional, pois todos os pacientes, independente do tipo de amputação de membros inferiores, conseguem participar. “O vôlei adaptado, ou vôlei sentado, é vital na reabilitação e inclusão de amputados, permite a participação sem próteses e nivela as vantagens físicas. Além dos benefícios físicos, melhora a saúde mental e promove a inclusão, confraternização e autoestima. Estas atividades demonstram que é possível uma vida ativa, e promovem independência e autoconfiança”, mencionou a professora e fisioterapeuta da Unesc, Priscila Soares de Souza Victor.
O paciente do CER, Antônio Adalberto Toretti, que recebe atendimento de fisioterapia na Unesc há quase três anos, experimentou o vôlei sentado pela primeira vez. ”A atividade foi uma experiência positiva, proporcionou uma pausa na rotina dos exercícios e desejo participar mais vezes”, expressou Adalberto.
Encaminhamento especializado
Por meio do atendimento no CER, é possível garantir uma prótese pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e iniciar a adaptação. Durante todo o período, o paciente recebe atendimento psicológico para apoiá-lo em questões desde a aceitação das limitações, além de acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, tudo pensado em fortalecer a saúde física e mental.
Conforme Marcos, os pacientes que necessitam de próteses precisam ser encaminhados pelo município de origem ou pela secretaria municipal de Saúde. Por meio dos serviços do Centro Especializado em Reabilitação da Unesc, estes indivíduos são direcionados para o Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) em Florianópolis. O órgão é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela regulação das próteses ortopédicas, órteses ou outros equipamentos.
“Muitos pacientes frequentam o local mensalmente em busca de atendimento e equipamentos que nem sempre estão disponíveis em clínicas particulares ou são muito caros, o que dificulta o acesso das pessoas”, salientou.
Como profissional de Educação Física, Marcos Paulo enfatiza a importância dos cuidados prévios do paciente amputado. “O centro médico realiza a avaliação do coto para verificar se não há inflamação ou ferimentos, para que os pacientes possam se adaptar ao uso da prótese. Problemas como formação de caroços e inadequação do molde são possíveis consequências”, alertou.
CER II da Unesc: Centro de Referência em Reabilitação
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência atende as regiões Carbonífera e do Extremo Sul de Santa Catarina por meio do CER , como um centro de referência macrorregional, que segue os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Centro Especializado em Reabilitação da Unesc foi habilitado pelo Ministério da Saúde em dois de dezembro de 2013, por meio da Portaria MS: 1.357. Localizado nas Clínicas Integradas da Universidade, atende de forma gratuita por meio de parceria com a prefeitura de Criciúma.
A equipe multidisciplinar é formada por profissionais das áreas de Assistência Social, Enfermagem com foco em estomias, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Neurologia, Nutrição, Odontologia, Ortopedia, Psicologia e Terapeuta Ocupacional.
Para receber o atendimento da equipe, o paciente precisa ser encaminhado por meio da Rede de Atenção Básica, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Associação de Amigos dos Autistas (AMA), e o agendamento deve ser realizado via Unidade Básica de Saúde.
O serviço de reabilitação presta atendimentos de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Mais informações sobre o CER podem ser obtidas pelo telefone (48) 3431.2537.