“Fechamos o primeiro semestre de 2024 com a certeza de que plantamos sementes de amor e compreensão que continuarão a crescer e florescer. Que possamos levar adiante o espírito de colaboração e cuidado que vivenciamos aqui, estendendo esse abraço caloroso a todos os cantos onde haja necessidade de apoio e compreensão”.
Com essas palavras, o coordenador do Programa Acolher da Unesc na qual está à frente da proposta junto a toda sua equipe, Zolnei Vargas Ernesta de Córdova, anunciou na manhã desta quarta-feira (19/06), o encerramento das atividades do primeiro semestre do Projeto. A proposta do encontro nesta manhã se configurou na organização de como as ações ocorrerão no 2º semestre de 2024, uma vez que os pais e responsáveis pedem a continuidade das atividades.
A iniciativa tem como objetivo oferecer apoio, compreensão e recursos para aqueles que desempenham um papel fundamental na vida das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A proposta está sendo desenvolvida em parceria com o curso de Psicologia e o Centro Especializado em Reabilitação (CER), das Clínicas Integradas, da Universidade.
Segundo Vargas, o projeto nasceu com a vontade de criar um ambiente caloroso e generoso ao encontrar não apenas informações e ferramentas práticas, mas também um espaço de acolhimento e partilha.
“Por meio dos conteúdos explanados, assim como dos encontros e atividades práticas trazidas pelos nossos mediadores convidados e pais, nosso objetivo é fortalecer e empoderar cada membro familiar, proporcionando os meios necessários para enfrentar os desafios do dia a dia com mais confiança e serenidade. Cada contribuição foi essencial para o sucesso da jornada. Esperamos seguir caminhando juntos para fortalecer laços e construir um mundo mais inclusivo e afetuoso”, explicou.
Conforme definiu Vargas, os encontros proporcionaram aos profissionais convidados o compartilhamento do conhecimento sobre as habilidades das práticas vividas por eles, além das teorias, bem como, os próprios pais responsáveis pelas crianças, adolescentes e adultos com TEA apresentaram as vivências aos mediadores, apontando suas histórias e seus desafios. Foi uma troca muito rica em que ambos se construíram diante de uma perspectiva de solidariedade e generosidade do grupo reflexivo”, avaliou.
O coordenador do projeto ainda acrescentou que o compromisso com a causa do autismo e com aqueles que também estão diretamente envolvidos no cuidado aos seus filhos com diagnósticos, foi reforçado a cada sorriso durante os encontros, a cada palavra de encorajamento e a cada abraço compartilhado.
“As presenças e participações, mostraram que a solidariedade não é apenas um conceito, mas uma prática diária que transforma vidas”, concluiu.
Aprendizagem e trocas
A cooperação entre setores foi muito importante para o sucesso do projeto. “Tivemos a oportunidade de falar e praticar a inclusão acolhendo a dor dos responsáveis neste processo. Dentro desse espectro, cuidando de quem cuida. A Universidade tem este papel na comunidade e foi um laboratório interessante ao promover o aprendizado aos nossos acadêmicos enquanto estágio obrigatório em Psicologia Social da grade curricular do curso. Foi uma troca de experiências entre profissionais, pais, alunos e convidados”, avaliou a coordenadora do curso de Psicologia, Rosimeri Vieira.
Parceria: sucesso com excelência
Todas as atividades foram integradas com a participação de três importantes segmentos: O Projeto Acolher da UNESC que está à frente, o curso de Psicologia com os acadêmicos e o CER com sua equipe de profissionais, cada um com a sua contribuição.
“É importante esse espaço de parceria, convivência e de acolhimento aos pais, familiares e profissionais da área da saúde, educação e do direito. Porque o espectro do autismo hoje traz várias nuances, e dentro dele tem muitas diversidades e as famílias necessitam se apropriar deste conhecimento e do acolhimento oferecido. Ter esse espaço fortalece a rede de atenção à pessoa em todos os sentidos e principalmente no atendimento do autista e familiares. Com os encontros, descobrimos como fazer e de que forma fazer e junto com a família conseguimos potencializar essas ações de acolhimento, de cuidado e de atenção”, avaliou a coordenadora adjunta do CER, Tatiane Vanessa Rodrigues Macarini.
Alento ao coração
O casal Gisele da Silva Milanez e Alexandre Milanez tem duas filhas: Ana Clara e Helena. A Helena, tem três anos de idade e recebeu, recentemente, o diagnóstico de espectro autista.
“Para nós foi muito importante participar desse projeto. As atividades nos trouxeram conhecimento e novas amizades e vivências. Começamos a perceber que tem várias famílias que passam por situações semelhantes e até mais complicadas que nós, dependendo da idade. É importante que a iniciativa tenha continuidade para que abrace o maior número de famílias possíveis, porque realmente acolhe e dá alento ao coração dos pais. Foi muito bom, muito obrigada e que Deus abençoe a todos envolvidos”, desejou Gisele.
Conhecimentos e trocas
Os 15 encontros realizados, que contaram com a presença de mediadores convidados, resultando em um rico material com conhecimento e aprendizagem. As reuniões tiveram, ainda, a participação de conselheiros tutelares, advogados especializados na área do autismo, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais bem como musicoterapeutas e nutricionistas, entre outros profissionais voluntários com conhecimento sobre o tema. Para o segundo semestre a proposta será de compreender as necessidades dos pais, com mais momentos de “escuta e partilha de suas angústias” de cada membro familiar considerando o seu dia a dia vivido ao cuidado de seus filhos.