O estudo intitulado “Efeitos do tratamento transcraniano com ultrassom pulsado de baixa intensidade associado a nanopartículas de ouro em um modelo de doença de Alzheimer”, conquistou o 1º lugar na categoria pesquisa em todas as áreas de conhecimento, durante o 9º Fórum Integrado de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Fiepe), que encerrou na última semana, em Chapecó.
A iniciativa faz parte do trabalho de mestrado da estudante da Unesc Laura Casagrande e que foi apresentado pelo acadêmico de iniciação científica Igor Ramos, também integrante do estudo.
A pesquisa foi coordenada pelo professor doutor Paulo Cesar Lock Silveira do Grupo de Pesquisa em Proteção e Reparo Tecidual, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Doenças Neurodegenerativas liderado pela professora doutora Josiane Budni, ambos integrantes do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc.
A investigação, iniciada há dois anos pela fisioterapeuta e atual doutoranda Laura Casagrande, busca novas estratégias terapêuticas para o tratamento da Doença de Alzheimer (DA). O uso de Ultrassom Pulsado de Baixa Intensidade e Nanopartículas de Ouro se mostrou promissor por serem terapias não invasivas, de baixo custo e capazes de estimular áreas específicas do cérebro.
Impacto da Doença de Alzheimer
Atualmente, a DA é responsável por 70% dos casos de demência no mundo, destacando a urgência em desenvolver novas terapias, dado que as opções disponíveis são escassas e frequentemente acarretam efeitos colaterais significativos.
Resultados e Futuro da Pesquisa
“Os resultados promissores desse trabalho abrem caminhos para a pesquisa clínica, sendo importantes para a sociedade e indivíduos com DA,” afirmou Silveira. “O grupo de pesquisa pretende expandir essa linha de estudo, explorando outros agentes eletrofísicos como o laser e correntes contínuas, aplicáveis de forma transcraniana não só na DA, mas também no Parkinson e em casos de traumatismo crânio-encefálico”, acrescentou.
Silveira destacou a inovação do trabalho, ressaltando que os tratamentos não invasivos e não farmacológicos representam o futuro da neurociência. “Esse trabalho traz uma novidade que é tendência, com muitos estudos focando no uso do ultrassom de baixa intensidade, que traz benefícios seguros para o cérebro. Além disso, vamos desenvolver parcerias para utilizar laser e correntes elétricas contínuas para estimular o cérebro, beneficiando pacientes com doenças neurodegenerativas, AVC e traumatismo cranioencefálico, e futuramente, autismo e paralisia cerebral,” explicou.
Reconhecimento
Esse prêmio, conforme ele, não só reconhece a linha de pesquisa inovadora e futurista na neurociência, mas também destaca o impacto significativo da conquista dos estudantes. “O estudo foi premiado na categoria de pesquisa em todas as áreas de conhecimento, não apenas na saúde, o que representa um reconhecimento expressivo para a Universidade que apoia intensamente a pesquisa. Esperamos que, futuramente, esses estudos evoluam para ensaios clínicos, beneficiando grupos de pacientes com Alzheimer e Parkinson em sua reabilitação,” concluiu Silveira.