Para resgatar a cultura tradicional por meio da utilização responsável da fitoterapia, os cursos de Farmácia e Ciências Biológicas da Unesc realizam nesta quinta-feira (18/04), o evento intitulado ‘Quinta do Chá’. O encontro iniciará às 14h, no campus da Unesc, bloco O, sala 01.
Durante o evento, será abordada a espécie de planta Monteverdia ilicifolia, popularmente conhecida como espinheira-santa, um símbolo do estado de Santa Catarina. A oportunidade proporcionará uma ampliação do conhecimento sobre os aspectos taxonômicos, etnobotânicos, terapêuticos e agroecológicos da erva.
Desenvolvido pela equipe do Grupo de Extensão e Pesquisa em Assistência Farmacêutica (Gepaf), o projeto é coordenado pela professora da Unesc, Angela Erna Rossato. O convite se estende a todos os interessados em plantas medicinais, inclusive membros da comunidade local, profissionais de saúde, pacientes das Clínicas Integradas, professores, colaboradores e estudantes da Universidade.
O projeto de Extensão tem como meta fomentar o uso correto de plantas medicinais e incentivar a prática do autocuidado por meio da partilha de conhecimentos. A fitoterapia oferece suporte para a implementação das práticas na Atenção Básica, ao mesmo tempo em que prepara os estudantes para atuarem profissionalmente nas áreas afins.
Sobre a Quinta do Chá
Em 2020, teve início a “Quinta do Chá”, um projeto de Extensão conduzido pelo Gepaf/Unesc. O programa é desenvolvido em colaboração com a secretaria de saúde, agricultura e meio ambiente do município de Urussanga e está na 4ª edição.
A metodologia inicia com um diagnóstico local, no qual são identificadas as práticas de prescrição, os pontos de vista sobre o tema e elaborada uma lista de plantas medicinais específicas para cada município.
Em seguida, é realizada uma pesquisa em bancos de dados sobre aspectos botânicos, agroecológicos e terapêuticos, e se utiliza como base a fitoterapia fundamentada em evidências e experiências prévias. Posteriormente, nos encontros conhecidos como “Quinta do Chá”, por meio de rodas de conversa, os conhecimentos são compartilhados entre os participantes.
Por fim, as informações são sistematizadas e disponibilizadas para consulta e prática clínica. Um destaque do projeto é a implantação do Horto de Plantas Medicinais e Aromáticas. As espécies são selecionadas com base no diagnóstico junto à comunidade, identificadas taxonomicamente pela equipe do Herbário Padre Doutor Raulino Reitz, da Unesc, e cultivadas no horto com supervisão de um engenheiro agrônomo.
As atividades oferecidas pelo projeto possibilitam a reintrodução de conhecimentos e práticas ancestrais de saúde, e promovem a integração entre saberes populares, tradicionais e científicos em benefício de uma terapia emancipatória, solidária e ecológica. Além disso, proporcionam uma oportunidade para networking e troca de experiências entre os participantes.