A união de forças dos Centros Acadêmicos dos cursos da área da saúde da Unesc: Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Psicologia resultou na. 6ª edição da Jornada Integrada da Saúde: Conectando Saberes, Transformando Cuidados. Aberto oficialmente na noite desta segunda-feira (8/04) o evento é voltado aos profissionais da área da Saúde, estudantes e interessados na discussão e compartilhamento de conhecimentos com foco no cuidado dos pacientes e no atendimento clínico.
Para a palestra de abertura, a comissão organizadora convidou o presidente da Casa Guido Rogério Campos, a biomédica e coordenadora do Projeto Diagnóstico Precoce, Lisienny Rempel e Schneider Neves
assistente do Diagnóstico Precoce, para apresentar a instituição, a história do grupo de apoio e sobre o câncer infanto-juvenil.
Representando a reitora Luciane Bisognin Ceretta, a pró-reitora de Ensino Graziela Amboni participou do início da Jornada, recepcionando a todos os acadêmicos e palestrantes. “A Jornada da Saúde traz essa proposta de trabalhar temas relevantes a todos os nove cursos da saúde e que sejam transversais, por meio dos quais cada curso vai ter uma participação efetiva na programação. E quando para a abertura temos um tema tão fundamental e que é a questão do câncer infantil, e independente da sua área de atuação, vai impactar a sua vida profissional, é algo muito representativo. A Universidade abre as portas para promover e debater um assunto que quanto mais difundido , maiores são as chances de cura dessas crianças ou adolescentes”, comentou.
A pró-reitora ainda aconselhou os estudantes: “Aproveitem o conhecimento, aproveitem a Jornada, esta palestra que é fundamental e todas as outras, porque aqui estamos trazendo justamente aquilo que não está na matriz de vocês, que não tem espaço nos anos de graduação”, concluiu.
Para a acadêmica da sétima fase do curso de Fisioterapia e coordenadora geral da Jornada da Saúde, Lívia Giordani Gonçalves, este ano o evento está abordando assuntos que se conectam e trazem a multidisciplinaridade de todos os assuntos da saúde. “O mais importante é ressaltar que para estes dois dias, preparamos muitos temas que estão em pauta para as nossas academias e para a comunidade em geral. É um evento aberto em que todos podem participar”, destacou.
“Estamos aqui para que possamos ter mais sorrisos e mais vidas salvas. Este é o nosso objetivo, de estar passando essas informações para vocês. Sem sombra de dúvidas, aqui é o melhor local para se falar sobre saúde. A Casa Guido atende crianças e adolescentes de toda a Região Sul, dos 45 municípios existentes. De antemão já quero agradecer a oportunidade de poder compartilhar essas informações, que são muito importantes, não só para nós, mas para aquelas crianças que a gente atende hoje e suas famílias”, anunciou o presidente da Casa Guido, Rogério Campos.
Responsável pelo Programa de Diagnóstico Precoce da Casa Guido,a biomédica Lisienny Rempel, apresentou dados importantes sobre a Casa Guido, uma organização não governamental, que atende à criança e adolescente com câncer, do zero aos 19 anos de idade. “O nosso programa é uma busca ativa pela cura do câncer. Nós não podemos prevenir o câncer infantojuvenil, mas podemos fazer o diagnóstico o mais cedo possível. E isto faz toda a diferença na promoção de uma melhor qualidade de vida para nossos pacientes após o tratamento e também aumentar as chances de cura em até oitenta por cento” pontuou.
Segundo dados repassados pela biomédica, o diagnóstico tardio do câncer faz a corrida contra o tempo ser ainda maior, principalmente no que diz respeito às crianças. “A demora no diagnóstico faz com que o paciente tenha só uns 30% de chance de sobrevivência. Então, com o diagnóstico precoce aliado a um tratamento adequado, pode chegar a 80, 90%, números que são comparados realmente aos níveis de países de primeiro mundo. A facilidade da informação está mostrando que tem mais crianças com a doença e os casos estão aumentando consideravelmente”, informou.
Segundo Lisienny, a Organização das Nações Unidas (ONUO) publicou recentemente um estudo de que até 2050, os casos de câncer, tanto em crianças quanto em adultos, vão aumentar em 70%.
“Será um aumento considerável para 25 anos e apesar de a doença em criança e adolescente ser considerada rara, é a que mais mata nessa faixa etária entre de zero a dezenove anos, então é necessário que se fale sobre isto, que sensibilize profissionais da saúde, principalmente aqui, porque futuramente estarão na linha de frente de uma Unidade Básica de Saúde (USB), ou então, no pronto-socorro de um hospital” destacou.
De acordo com a profissional,infelizmente o tempo que se leva para iniciar o tratamento é muito longo. “Hoje a média nacional para o diagnóstico de câncer é de seis meses e essa criança passa de cinco a seis consultas até ter o resultado confirmado. Isto para nós é um número preocupante, porque em seis meses um câncer que estaria em estágio inicial lá no primeiro mês, após este período estará em um estado muito mais avançado e difícil de cura”, concluiu.
O evento também está acontecendo no Centro de Realidade Mista, e a programação e inscrição podem ser obtidas clicando aqui.