Aquecendo os preparativos para as comemorações dos 50 anos do curso de Letras, a coordenação promoveu na noite desta quarta-feira (13/09), no auditório Edson Rodrigues, a ação intitulada como ‘Esquenta para os 50’. Nesta oportunidade, foi preparada uma palestra para os acadêmicos sobre as relações étnicas raciais.
Para falar sobre o assunto, em uma roda de conversa, a organização convidou três pesquisadores da casa para tratar sobre o tema. Participaram a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), Normelia Ondina Lalau de Farias, o pesquisador do Núcleo, Douglas Vaz Franco, e a acadêmica de Letras e bolsista do Neabi, Loren Menegildo dos Passos.
Segundo a coordenadora do curso, Daniela Arns Silveira, a abordagem é considerada uma discussão importante para a formação de futuros professores da Educação Básica. “Estamos realizando diferentes encontros ao longo do semestre, alguns específicos para algumas turmas, e outros que envolvem todo o curso, com o intuito de contribuir para a formação dos futuros professores e reforçar ainda mais a formação das Licenciaturas da Unesc que tem uma história de 55 anos e do curso de Letras, que no ano que vem completa 50 anos”, destacou.
Na abertura da roda de conversa, a professora Normélia, apresentou um clip produzido pela Unesc TV com os Guerreiros de Bronze.
“Aproveito esses encontros com os estudantes para apresentar quais são os objetivos do Neabi e falar um pouco a respeito da educação antirracista, ou seja, uma educação voltadas às relações étnicos raciais. Também explico a respeito do que se refere ao racismo estrutural e encerro apresentando para eles o Programa de Equidade Racial, uma das conquistas dentro da nossa Instituição. É sempre importante trazer a consciência de que é necessário minimizar essa desigualdade existente entre esse segmento racial e os demais”, comentou.
Epistemicídio
O pesquisador Douglas trouxe para discussão o termo epistemicídio, inserido no Brasil pela filosofa Sueli Carneiro, através da sua tese de doutorado, no qual explica o processo de invisibilização e ocultação das contribuições culturais e sociais não assimiladas pelo ‘saber’ ocidental.
“É oportuno ressaltar como esse processo de aniquilamento dos nossos saberes e comentar sobre a formação de professores, especificamente como isso impacta na falta de aplicação da Lei 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Aproveito para destacar sobre as ausências e as exclusões dos nossos saberes afro-brasileiros-indígenas, dentro da formação de docentes”, explicou.
A aluna do curso e bolsista do Neabi, Loren, em sua apresentação, utilizou de uma dinâmica para expor seis intelectuais negros e convidou os academicos para falar sobre algumas obras desses escritores. Ela também abordou a importância da inclusão, que “começa quando se inicia a debater sobre essa história que a história não conta”, definiu.