Informações científicas e curiosidades sobre o mundo animal são o foco acadêmico de Ciências Biológicas da Unesc, André Francis, de 21 anos, que soma mais de 47 mil seguidores interessados em aprender. O estudante, que faz sucesso no TikTok, rede social exclusivamente voltada à publicação de vídeos, atua no Laboratório de Zoologia e Ecologia dos Vertebrados da Universidade e tem feito sucesso com os vídeos publicados na plataforma.
O destaque dos vídeos na rede social é tanto que uma de suas publicações, com mais de um milhão de visualizações, foi tema de notícia em site nacional. O post, abordado pela página Uol, tratava sobre o perigo de o ser humano se aproximar de capivaras por estas serem consideradas “fofas”. “O que a gente não pode, em hipótese alguma, é colocar a mão nela. A capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, que transmite uma família de bactérias que a gente chama de Rickettsia e que causa a febre maculosa”, explicou no vídeo publicado no TikTok.
Além do alerta sobre a espécie, André já abordou os perigos do contato com caramujo africano, o hábito de alimentar animais silvestres, curiosidades sobre o macaco prego, informações sobre cavernas, árvores, espécies desconhecidas, frutos, e uma infinidade de assuntos que envolvem até saúde mental e até a explicação científica em algumas fake news por meio de mais de 70 postagens desde maio de 2020.
A história do acadêmico nas redes, no entanto, é mais antiga e foi iniciada com o canal Ciencializando no YouTube, espaço no qual publicou vídeos, também sobre ciência, por mais de dois anos, até encontrar uma oportunidade de alcance maior pelo Tiktok. “Comecei a ver que alguns vídeos que postava no Tiktok tinham mais repercussão e passei a investir neles. Não imaginava ganhar esse alcance todo, mas fico muito feliz pelo meu conteúdo interessar a tantas pessoas. Esse é um canal muito direto para as pessoas comentarem, tirarem dúvidas e até, eventualmente, corrigirem e acrescentarem algo ao conteúdo”, comenta.
Acadêmico de destaque
A dedicação do estudante em ir a fundo nos temas para abordá-los nos vídeos, para o coordenador do curso de Ciências Biológicas e do laboratório no qual André atua, Fernando Carvalho, é uma forma de produção científica de fácil acesso que colabora não só com a formação do estudante, mas com a disseminação da informação para a comunidade em geral. “É uma iniciativa extremamente válida. Essa comunicação entre o meio acadêmico e o público que não está dentro da Universidade é muito importante e positiva para levar o conhecimento produzido no universo acadêmico à aplicabilidade social”, comenta.
O perfil do estudante, participativo e dedicado, conforme Fernando, já demonstra características de extrema importância para o mercado profissional. “Hoje o André é um aluno e colaborador fundamental para o laboratório na produção de conteúdos audiovisuais que utilizamos na divulgação científica. A forma como ele encara os projetos, de forma organizada e dinâmica, nos mostra uma característica de grande diferencial para seu futuro na profissão”, acrescenta.
Um sonho: ser professor e pesquisador
Os planos profissionais do jovem envolvem o sonho de ser professor pesquisador, a exemplo dos seus mestres na Unesc. “Sei que para ser um professor de excelência, como os que tenho aqui, tenho um grande caminho pela frente, mas tenho confiança de que alcançarei esse objetivo. Vou ralar muito para chegar até lá”, garante André, que todos os dias viaja de Turvo até Criciúma para o estágio e as aulas na Universidade.
Apesar dos planos na pesquisa científica, a possibilidade de se destacar e ter na comunicação uma forma de renda, para o aluno, também seria de grande valia. “Eu adoraria, pois uso os vídeos para fazer algo que chamamos de democratização da informação, ou seja, trazer o maior número de informações confiáveis ao maior número possível de pessoas possível. É como uma parte social do meu trabalho. A internet é muito boa para informar, mas também um meio muito fácil de espalhar desinformação e notícias falsas. Me sinto na obrigação, enquanto estudante desse meio, de espalhar informação para combater a desinformação”, destaca ainda o acadêmico de destaque.