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Ensino

Docência no ensino superior ultrapassa a preparação para o mundo do trabalho

Unesc abriu as portas da sala de aula e deu voz para professores, fazendo com que agregassem ainda mais como profissionais (Foto: Daniela Savi)

Os professores passam boa parte de seu dia em contato direto com os alunos. Engana-se quem pensa que o docente é apenas o transmissor de informações. Ele também é agente de troca de experiências, que podem ser muito ricas e compensadoras. E é nesse aprendizado e num vasto campo de possibilidades que nascem oportunidades. O dia 15 de outubro, data em que se comemora o Dia do Professor é uma grande oportunidade para uma reflexão sobre a formação de novos professores. E nesse sentido, a Unesc, vem buscando aprimorar e realizar um trabalho de excelência junto ao seu corpo docente, na busca de novas alternativas que visem o aprimoramento da educação e o seu enriquecimento.

Para isso é fundamental acolher o professor e dar todo o suporte necessário para o processo enriquecedor da aprendizagem, e isso é o que a Unesc faz com toda a sua expertise, como conta a professora Indianara Reynaud Toreti Becker, pró-reitora Acadêmica da Universidade. De acordo com ela, o professor jovem e iniciante ou o de carreira de longa data têm um papel fundamental que é o de mediar todo o processo de aprendizagem. “O que difere é o tempo de experiência e o quanto se aprende com esse processo. O professor é um ser em construção, e o processo de aprendizagem se dá pela troca de experiências, de afetividade, de conhecimento técnico”, explicou.

Para a pró-reitora, todo professor que recém ingressa na carreira universitária vem, normalmente, com toda esperança e o desejo de promover a transformação. E o que ele vai desenvolver ao longo da carreira é a habilidade técnica de fazer docência. “Nosso papel é promover todo o processo de aprendizagem, de desenvolvimento, de habilidades para a área de docência”, ressaltou, abordando ainda a riqueza no que tange a troca de experiências em todo esse processo modificador.

Por falar em transformação e possibilidades, Elaine Guglielmi Pavei Antunes, 40 anos, é um desses grandes exemplos. Quando ainda estava na quinta fase do curso de Engenharia Civil ouviu de um professor, quando estava apresentando um trabalho, a seguinte frase: “você será professora”.

Esse presságio, quando ela tinha 21 anos, foi ganhando força à medida que o tempo avançava. Hoje, Elaine soma nove anos de carreira na docência na Unesc. A chance dessa carreira, que para ela, atualmente, é parte crucial da sua trajetória, ocorreu porque a Unesc abriu as portas.

“Estava fazendo mestrado em Engenharia Civil, em 2012, e recebi o convite para dar aula na Unesc, para os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura. Paralelo a isso tinha meu escritório e a família, e sempre fiz tudo muito planejado, assim como deve ser em uma construção”, analisou.

Por amar a profissão de engenheira civil, ela também sentia a necessidade de ressignificar e dar um sentido ainda maior à sua vida. E foi pelo motivo de poder repassar os seus conhecimentos da construção civil, e por gostar tanto da área que mais a motivou e a motiva na sua vida acadêmica.

“Todo início é desafiador, mas com apoio de toda equipe da Universidade eu pude enxergar e aproveitar cada oportunidade que foi surgindo”, sinalizou. Foi quando veio a chance de fazer doutorado e, com determinação, Elaine conseguiu conciliar as suas tarefas. “Eu dava as minhas aulas aqui e fazia o doutorado na UFSC”, referiu, citando a instituição da qual é egressa.

Atualmente, a professora Elaine é coordenadora do curso de Engenharia Civil e dá aula na área. Foi membro da Comissão Assessora de Avaliação (CAA) de Engenharia Civil (Enade 2019), sendo que já fez parte do CAA de Engenharia Civil no Enade 2017.

 

No Direito, o crescimento do professor Leandro

Quem também tinha vontade de contextualizar seus conhecimentos e imergir para o mundo acadêmico foi o advogado criminalista Leandro Alfredo da Rosa, 42 anos. A ideia de poder transmitir a prática que tinha surgiu em 2011, quando somava nove anos de advocacia. Ele foi convidado para substituir um professor no estágio do curso de Direito da Unesc, e foi aí que esse universo transformador passou a fazer parte da sua vida.

“Como era praticamente o que eu fazia todo dia, ou seja, a prática da advocacia criminal, aceitei o convite. Sabia que se tratava de um grande desafio, pois lecionar em uma Universidade referência e com tamanha qualidade no corpo docente, certamente necessitaria de preparação, estudo e dedicação”, pontuou.

Porém, a vontade de continuar e estar cada vez mais inserido no ambiente universitário era a força que fazia buscar e se preparar mais para as aulas e proporcionar aos alunos o melhor que eles poderiam receber. “Pois se eu estava me sentindo acolhido e incentivado, então por que não proporcionar a eles o meu melhor? Estar atualizado, transmitir informações diárias, seguir um plano de ensino e conseguir vencer o conteúdo foi desafiador”, comentou.

Mas para que tudo saísse da melhor maneira possível, ele ainda contou com a recepção espetacular dos professores que estavam dispostos a auxiliar em todos os momentos. Após a substituição inicial, foi convidado para mais um semestre e em seguida, aberto um processo seletivo, se inscreveu e hoje já soma 10 anos de vida acadêmica que, para ele, uma oportunidade de crescimento dentro da nova carreira que se enraizava junto com a advocacia.

 

Prática alinhada à docência

O professor não só precisa saber, mas o que ensinar e como ensinar. É por meio das atividades de ensino, pesquisa e extensão, que se manifestam possibilidades de aproximação. A experiência no mercado de trabalho também auxilia os professores a ensinar com exemplos da vida real. E essa habilidade se torna cada vez mais importante. Foi o que explicou a professora Elaine Guglielmi Pavei Antunes. “A prática ajudou muito. No curso de Engenharia Civil, por exemplo, a maioria já trabalha em construção, e muitos são os questionamentos durante as aulas. Se eu não tivesse a experiência de obra, ou seja, da prática, certamente seria mais difícil”, argumentou.

Por falar em alinhamento do exercício da docência, enquanto ação transformadora juntando teoria com a prática, o professor Leandro da Rosa conta que hoje leciona e advoga percebendo o quando as duas atividades as fazem ser um docente em condições de transmitir aos alunos a teoria e a prática. “Falar para eles das vivências profissionais junto com o que o que os livros trazem, possibilitam conduzir os alunos a estarem nos locais que, futuramente, estarão como profissionais”, argumentou.

Para ele, ser professor é uma missão. “Penso que dom todos nós temos para algo. Precisamos ter a sensibilidade de nos colocarmos à disposição para servir, para auxiliar, para ajudar. E ajudar ensinando, é algo verdadeiramente incrível”, sublinhou o advogado.

Essa importante troca de experiências é o pensamento também da professora Elaine. Para ela, o melhor em ser docente é a possibilidade de aprender pela criatividade dos outros. “Quando você se dispõe a dar aula, você se dispõe a escutar o outro, a compartilhar experiências com o outro. Isso é muito importante para a formação e para o crescimento de todos”, enfatizou.

E esse vínculo e a relação com mercado de trabalho é importante e desafiadora, conforme a pró-reitora Acadêmica da Unesc, porque ela aproxima ainda mais com o cenário, sobretudo em uma universidade comunitária. “Quando se fala em uma formação em uma universidade comunitária, se fala de uma formação pautada em um cenário que a gente vive, dos problemas reais, de situações reais. Toda aprendizagem e projetos desenvolvidos tem como objetivo a resolução de problemas reais e o desenvolvimento da região. Esse vínculo e essa relação com o mercado de trabalho que os professores tem, é importante, porque aproxima ainda mais do cenário”, explicou a professora Indianara.

 

Pandemia muda maneira de dar aula

Mesmo que muitos não tivessem a experiência com as aulas à distância, os professores e alunos toparam os desafios de se reinventarem e mostraram que tem como verdadeira missão: educar.

A pandemia foi um processo desafiador para a gestão, para os acadêmicos, e sobretudo, para os docentes, pois uma das suas atribuições é planejar esse processo de aprendizagem. “Toda essa etapa de planejamento do processo de aprendizagem, avaliação, mediação, mudou por conta da tecnologia que entrou como instrumento primordial para que se pudesse manter os vínculos, e o professor teve um papel preponderante nesse processo todo”, enalteceu Indianara.

Hoje temos a satisfação de dizer que estamos numa Universidade que se adaptou de uma maneira muito rápida no desenvolvimento do processo de aprendizagem. “Os professores foram incansáveis, encararam os desafios com muita dedicação e coragem. Vários processos metodológicos, de experiências foram compartilhadas porque cada um foi descobrindo e encontrando possibilidades. Não tenho dúvidas de que isso qualificou muito o nosso processo acadêmico. Isso aconteceu não só no ensino, mas na pesquisa e na extensão. Crescemos muito e encontramos soluções e caminhos, que dificilmente vamos deixar de percorrer porque foram construídos, deram certo, e qualificaram o processo”, emendou Indianara.

Com as aulas mediadas por tecnologia ganhando mais força, principalmente em virtude da Covid, o quadro foi deixado de lado e apareceram outros protagonistas: a câmera, o computador, o pincel marcador de quadro branco e o microfone. Mas, se a Universidade não tivesse agido rápido, esse novo método não seria possível.

Para isso a Unesc ofereceu vários cursos e muitos tutoriais. Estagiários também foram colocados à disposição dos professores com menos habilidades com a parte tecnológica, e isso foi muito importante para o desenvolvimento e o engajamento da Universidade, do professor e do aluno. Todos os processos foram reorganizados, desde a recepção de calouros, aulas, e até a formatura tiveram que ser adaptados, e a gestão passou a encontrar outras possibilidades de trocas de experiências.

A professora Elaine comenta que as redes sociais também foram grandes aliadas para o contato do docente com o aluno, o que vai além da sala de aula e seguindo para a vida. “Hoje tenho muitos alunos que já se formaram, por exemplo, e que ainda mantemos contato e trocamos experiências. Muitos até são convidados para dar palestras e contar as suas experiências”, comemorou.

Essa transformação também foi reforçada pelo professor do curso de Direito. A vinda de novos equipamentos, cursos de aperfeiçoamento, equipes sempre dispostas a ajudar, professores se auxiliando, tudo muito bem montado pela Universidade, foi o respaldo necessário. “Estávamos dando aulas pelo computador, gravando e mantendo o contato, porém mediados pela tecnologia”, lembrou Leandro, que teve que lidar com outro desafio. Ele testou positivo para a Covid, e junto com a sua esposa, teve que ficar internado por 20 dias.

 

O oxigênio que necessitava

Nesse período, novamente a força de equipe se destacou e a vida falou mais alto. Leandro da Rosa contou que lembra até hoje da visita que recebeu da reitora Luciane Bisognin Ceretta e da frase dela: “Professor, precisamos de você”. “Era o oxigênio que me faltava. Parecia que estava sendo suprido por essa frase e por cada mensagem que recebia de alunos, professores, colaboradores, familiares. Lembro que quando saí da UTI no meu celular tinham mais de 70 mensagens de Whatsapp”, rememorou. “Esse momento peculiar da minha trajetória, teve um suporte humano por parte da nossa reitora, da pró-reitoria, da coordenação do curso, e de todos os professores e alunos, além dos colaboradores”, acrescentou.

 

Desafios pós pandemia

Aproveitar esse movimento para a qualificação do processo aprendizagem será um grande desafio e um diagnóstico será importante para o processo de qualificação com todo o processo da pandemia, na busca pelos novos métodos, e a integração entre a presencialidade e a virtualidade, pois houve toda uma mudança no cenário, no vínculo com o estudante e o espaço com a aprendizagem, já que tudo ficou mediado por tecnologia.

Mas para que isso fosse, de certa forma, suprido, a universidade passou a encontrar outras possibilidades para a aproximação. A presencialidade é importante e a instituição que é caracterizada por maior número de atividades, cursos presenciais, mas conseguiu identificar que a virtualidade pode auxiliar o processo como fator qualificador do processo-aprendizagem.

A pró-reitora Acadêmica Indiana, ressaltou que as atividades vão se retornando aos poucos, e vai ser necessário, inclusive ressignificar a presencialidade, verificar como a virtualidade pode auxiliar em todo processo.

“Nosso docente volta com toda a experiência que o ensino mediado à tecnologia proporcionou, volta com novo olhar e com certeza vai impactar na política acadêmica, de ensino, pesquisa e extensão”, enfatizou.

Além disso, com a experiência aplicada, o profissional vai poder aproveitar esse movimento para a qualificação do ensino-aprendizagem, e o que se pode fazer para adaptar e qualificar ainda mais o processo, sobretudo por meio da pesquisa, e no fortalecimento das áreas, com decisões coletivas de avaliação e de prospecção de novos cenários.

 

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