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Ações Comunitárias

Dia do Folclore: Encontro resgata a cultura do Boi de Mamão na Unesc

O evento, aberto ao público, ocorreu nesta quinta-feira (22/08) na Universidade. (Fotos: Daniela Savi e Marciano Bortolin/Agecom/Unesc)

A Unesc foi tomada por cores vibrantes e sons característicos durante a 8ª edição do Encontro de Bois de Mamão e a 4ª edição do Encontro de Maricotas, nesta quinta-feira (22/08). O Hall do Bloco Administrativo se transformou em um verdadeiro palco cultural, recebendo apresentações de grupos de Boi de Mamão vindos de diversas cidades da região, como Nova Veneza, Criciúma, Forquilhinha, Santa Rosa do Sul, Cocal do Sul, Capivari de Baixo e Araranguá. Ao todo, o evento reuniu treze grupos de nove municípios, com destaque para o lançamento do Boi de Mamão do Museu da Infância Unesc.

A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão, Gisele Coelho Lopes, destacou a importância do evento para a preservação da tradição. “Hoje, a Unesc é reconhecida pelo Ministério da Cultura como um Ponto de Cultura por levar essa expressão à comunidade. Isso é relevante para Santa Catarina, pois conseguimos reunir diversas pessoas para compartilhar essa tradição que tem uma identidade muito forte. O dia de hoje é um momento de alegria e conhecimento, mas também de desconexão das tecnologias para relaxar a mente e promover a saúde mental”, enfatizou Gisele.

A coordenadora do Setor de Arte e Cultura da Unesc, Amalhene Baesso Reddig, também ressaltou a relevância do evento. “Como Universidade Comunitária, mantemos um diálogo constante com as comunidades, valorizando suas práticas educacionais, culturais e sociais. Esse intercâmbio abre o campus para as manifestações populares, especialmente no Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto”, disse Amalhene. 

Segundo ela, o Ponto de Cultura Unesc continuará promovendo ações que apoiem os grupos de Boi de Mamão nas escolas e comunidades, fortalecendo o patrimônio cultural catarinense.

Para José Marcondes, mais conhecido como Mestre Zé do Boi, que tem um papel fundamental na revitalização dessa tradição nas escolas da região, o reconhecimento do trabalho é gratificante. “Estou sempre engajado em compartilhar meu conhecimento e ensinar a importância dessa tradição. Para mim, o Boi de Mamão é algo mágico”, afirmou enquanto assistia às apresentações.

Mestre Zé, cuja trajetória começou desde pequeno, relembra que o grupo Beco do Beijo, fundado em 1957, hoje tem 66 anos de história. “Hoje sou reconhecido como mestre do Boi de Mamão pelo Ministério da Cultura e mantenho a Casa do Boi de Mamão em Tubarão, onde preservo todo o acervo e a história do grupo”, explicou ele, que trabalha na formação de novos grupos.

Conexão

Sandra Luciana, participante do grupo Rosa dos Açores de Santa Rosa do Sul, compartilhou a alegria de estar envolvida no evento. “Estamos sempre conectados com a comunidade, e em agosto tivemos apresentações quase todos os finais de semana. O Boi de Mamão é a minha vida. Depois de me readaptar e deixar a pedagogia, isso é o que me dá motivação para acordar todos os dias”, comentou.

Elisângela Mendonça, diretora da EMEB Serafina Milioli Pescador, destacou a honra de estar na Unesc. “Ver nossa cultura sendo valorizada e levada para as crianças e adolescentes é motivo de alegria. Estamos felizes por poder compartilhar esse conhecimento que, embora tradicional, precisa ser amplamente divulgado”, afirmou.

O professor Marcos Santos, da EEB Julieta Torres Gonçalves, sublinhou o desafio diário de manter viva essa tradição nas escolas. “É uma alegria imensa trazer essas crianças e adolescentes para brincar o boi aqui na Unesc, celebrando e passando essa tradição para as novas gerações”, disse.

Entre muitos participantes estava Maria Laura Carvalho, de 12 anos, que também destacou a importância do projeto em sua vida. “Estou há três anos no Boi de Mamão e nunca quis sair, porque realmente é algo muito especial. Me dedico para fazer as pessoas se divertirem, e é por isso que me envolvi desde o início”, afirmou. Ellen Vitória dos Santos, também com três anos no projeto, complementou. “Desde que entrei, percebi que é uma maneira única de expressar arte, e tenho gostado muito”.

Pablo Martins ficou sabendo sobre o evento pelos veículos de comunicação e não perdeu tempo: trouxe os filhos para a Universidade. “Eu gosto muito do Boi de Mamão, sou natural de Florianópolis e já conheço essa tradição desde criança. Achei importante trazer meus filhos para vivenciarem isso de perto. Acho que é a primeira vez que eles veem o Boi pessoalmente, antes só tinham visto na TV”, contou Martins. “Eu achei muito legal”, disse a pequena Liz, entusiasmada.

 “É uma alegria receber todos aqui e reconhecer a coragem, a dedicação e o trabalho de tantos professores, diretores e membros da comunidade que se envolvem nesse projeto cultural, seja na dança, na música ou no teatro. Hoje, a Universidade abriu suas portas para celebrar essas manifestações. Este é um espaço que valoriza a cultura, apoia essas expressões e se dedica às questões culturais, educacionais, de pesquisa e ciência”, finalizou Amalhene.

Durante o evento, estudantes de diversas instituições estiveram presentes e puderam prestigiar, além das apresentações, o “Varal Fotográfico: Cultura Popular no Campus”, exposto no Ponto de Cultura da Unesc ao longo do dia, além do Cortejo de Bois e Café com Maricotas.

 

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